sexta-feira, 28 de junho de 2013

Estudo prevê crescimento nos setores da agricultura e pecuária

Projeções para os próximos 10 anos foram divulgadas pelo governo.
Estudo mostra crescimento na produção dos principais produtos.


A cartilha de 96 páginas compara a produção agrícola deste ano com a de 2023, período em que a safra de café deve crescer 10,9%. Para leite e grãos, o aumento previsto é de 20,7%. Já a produção de carnes, que compreende bovinos, suínos e aves, deve aumentar 34,9%.
O número expressivo das carnes tem dois motivos: o aumento do consumo e o crescimento das áreas de integração lavoura/pecuária.

A área do país que deve continuar se destacando é a região de Matopiba, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos próximos 10 anos, a área de grãos, que é a atividade mais forte nessa região, deve crescer até 3,6 milhões de hectares, o que representa um aumento de 43%.

O Ministro da Agricultura, Antônio Andrade, comenta que os bons número do crescimento agrícola não ameaçam a preservação ambiental.
Esse tipo de levantamento ajuda o governo a formular políticas públicas e também fornece uma base de dados para o setor produtivo.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Pecuaristas discutem alternativas para lucrar mais nas propriedades

Produção de carne é tema de um congresso em Goiânia.
Integração da pecuária com lavoura e floresta é uma boa opção.



Em um mesmo espaço há lavoura, pecuária e floresta. O sistema integrado ocupa uma área de 250 hectares em Cachoeira Dourada, região sul de Goiás.

No primeiro ano, Abílio Rodrigues faz o plantio da soja e das mudas de eucalipto. No segundo ano, vêm o milho e a brachiária. Quando o eucalipto atinge um ano de quatro meses e, mais ou menos, seis metros de altura é hora de liberar a área para o gado.

Com a colheita dos grãos, restam apenas os resíduos que juntos com o capim, viram um bom cardápio para o animais.

Na sobra do eucalipto, com todo conforto térmico e uma alimentação diferenciada, Abílio está conseguindo atingir os objetivos. O gado é precoce e com dois anos pesa 480 quilos, pronto para o abate.

O exemplo da propriedade foi parar no Congresso Internacional da Carne, que está sendo realizado em Goiânia. Entre os temas discutidos estão o melhor aproveitamento da tecnologia e da área na criação do gado.

O encontro reúne criadores e representantes da indústria e comércio de carne de todo o país. Só em Goiás, segundo a Federação da Agricultura do Estado, 40% das propriedades estão com áreas degradadas. Exemplos como o de Abílio podem ser uma boa alternativa para o problema que hoje compromete a produção.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Crédito de R$ 106 bilhões liberado à agricultura empresarial é recorde

Valor corresponde a 92% do programado para safra 2012/2013


A liberação de financiamentos para a agricultura empresarial de julho do ano passado a maio deste ano atingiu o montante recorde de R$ 106,14 bilhões, valor correspondente a 92% do programado para safra 2012/2013, que se encerra no mês de junho, e 30% superior ao liberado em igual período da safra passada.

Na avaliação do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, o crédito rural demonstra a confiança do produtor no mercado.

– O bom desempenho do crédito rural a maior demonstração da confiança do produtor de que o mercado continuará aquecido – disse.

Ele observa que o valor dos empréstimos obtidos em 11 meses, além de recorde absoluto em uma safra, mostra que os produtores contratarão quase totalmente os R$ 115,25 bilhões previstos na temporada atual.

Andrade destacou o resultado dos financiamentos para investimento, que refletem os gastos feitos pelo produtor na modernização da atividade. Ele destaca que as contratações do crédito em investimento já somaram R$ 28,89 bilhões, superando, assim, os R$ 28,30 bilhões previstos para a temporada atual. O montante é 52% superior ao liberado em igual período da safra passada.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Produtores de Carandaí, MG, estão satisfeitos com a safra da beterraba

Eles plantam sementes importadas para garantir qualidade.
Produto que sai da lavoura é bom e o investimento está compensando.


A produção anual de beterraba em Carandaí, no Campo das Vertentes, Minas Gerais, chega a 3,2 mil toneladas.
A região é a maior produtora do estado e o auge da colheita começa agora no inverno. A época com baixas temperaturas e poucas chuvas, facilita o trabalho no campo e reduz a perda na lavoura.
Para garantir a produtividade, os cuidados com o plantio começam com a escolha das sementes. Como o plantio é feito nos meses com maior incidência de chuva, entre novembro e fevereiro, o investimento em variedades menos suscetíveis à pragas e doenças tem se tornado compensador.
A beterraba cultivada na região vem da Nova Zelândia e é híbrida. Ela é mais resistente e tem uma produção uniforme. Outra qualidade é a coloração mais intensa.
A variedade híbrida é resultado da seleção de cruzamentos de diferentes beterrabas. Tem o mesmo ciclo de produção da variedade comum, a grande diferença está na produtividade por hectare: enquanto a comum rende 30, a híbrida chega a 50 toneladas.
Há três anos, a semente importada virou opção para o agricultor José Pedro Vitoreti. Ele diz que a atividade tornou-se mais lucrativa. “A semente é mais cara, mas o mercado hoje exige mais dela do que da outra”, diz.
A maior parte da produção de beterraba de Carandaí é vendida para a Central de Abastecimento de Belo Horizonte.


Trabalhadores lançam cartilha sobre operação em frigoríficos

Publicação aborda as novas condições de trabalho com base nas regras determinadas na Norma Regulamentadora Nº 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados


A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) lançou nesta segunda, dia 24, a Cartilha dos Trabalhadores do Setor Frigorífico. Segundo a CNTA Afins, o documento aborda as novas condições de trabalho com base nas regras determinadas na Norma Regulamentadora nº 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados, assinada em abril.
O presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, afirmou que, para que tenha efetividade, a NR 36 deve receber atenção especial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio da intensificação das fiscalizações, sobretudo nos municípios. Além disso, o dirigente sindical acredita que as mudanças no setor frigorífico irão beneficiar não só trabalhadores e empresas, mas a sociedade em geral, a partir da redução de custos do governo com os afastamentos no INSS.

De acordo com dados do Ministério da Previdência Social (MPAS), em 2011, ocorreram 19.453 acidentes de trabalho em frigoríficos, com 32 óbitos no setor. Este número representa cerca de 2,73% de todos os demais acidentes. Ainda segundo dados do MPAS, divulgados pelo MTE após assinatura da NR 36, dos 15.141 acidentes de trabalho que foram registrados pela Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), 817 resultaram em doença ocupacional.

Na época da regulamentação da NR, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou que as empresas do setor precisariam investir cerca de R$ 7 bilhões nos próximos dois anos, para adequação às exigências da norma. Conhecida com NR dos Frigoríficos, a norma traz inovações que visam à prevenção e à redução de acidentes de trabalho em frigoríficos e abatedouros em geral.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Raiva herbívora já matou quatro mil animais no Rio Grande do Sul este ano

Doença é transmitida de forma vertical por morcegos hematófagos, que atacam bovinos, equinos e bubalinos

 

 A raiva herbívora já matou, neste ano, cerca de quatro mil animais no Rio Grande do Sul. A informação é do Núcleo de Combate e Profilaxia da Raiva Herbívora, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), que detectou surto da doença na região Centro-Sul do Estado, nos municípios de São Lourenço do Sul, Cristal e Camaquã.

A Seapa, por meio de dez núcleos de controle da raiv

Diferente da febre aftosa, por exemplo, onde há contaminação de animal para animal, a raiva é transmitida de maneira vertical, pelo vetor que é o morcego hematófago. A vacinação não é obrigatória, mas estratégica. Quando os focos são constatados, através de diagnóstico laboratorial, os criadores devem vacinar os animais. As orientações são principalmente para bovinos, equinos e bubalinos  – animais que ficam mais expostos ao ataque de morcegos. A vacina precisa ser aplicada em duas etapas – 21 dias após a primeira aplicação, deve ser administrada uma segunda dose, sem a qual o animal não fica imune ao vírus.

Segundo o coordenador no Rio Grande do Sul do Programa Nacional de Controle da Raiva em Herbívoros, Nilton Rossato, as ações precisam ser preventivas. Ele alerta os produtores que a doença tem um período de incubação de 80 dias, portanto, há uma demora até que se manifeste no animal infectado.

– Quando o criador percebe os sinais da doença no rebanho, já é tarde demais para vacinar e o animal já está condenado. Por isso, é muito importante que os refúgios de morcegos sejam identificados pelos produtores e o Serviço Veterinário Oficial (SVO) seja notificado imediatamente.

Segundo Rossato, assim é possível que o SVO atue a tempo de evitar a progressão do vírus de uma colônia para outras.
a herbívora, que atuam em parceria com as Inspetorias de Defesa Agropecuária (IDA), realiza um trabalho de combate à doença e de conscientização dos produtores para a importância da vacinação. Segundo a secretaria, para que haja o controle da raiva herbívora, é necessário que a população de morcegos também seja controlada.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Relatório mostra que Custo Brasil compromete competitividade e a eficiência do setor agrícola

Diretor da Abimaq apontou o sistema tributário brasileiro como um dos fatores que encarecem o valor da produção


Produzir no Brasil custa, em média, 43,5% mais caro do que na Alemanha ou nos Estados Unidos. A constatação é de um relatório elaborado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entregue nesta quarta, dia 19, ao presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).

O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Márcio Ribaldo, explicou como o custo influencia o preço final dos produtos.

– Um produto qualquer fabricado na Alemanha, se eu trouxesse essa fábrica para o Brasil, com os mesmos operários, com a mesma matéria-prima, com mesma produtividade, esse produto sairia 43,5% mais caro do que na Alemanha e do que nos Estados Unidos. Ou seja, o produto que eu venderia na Alemanha por 100 euros eu tenho que vender aqui no Brasil por 143,5 euros – diz.

Ribaldo apontou o sistema tributário brasileiro como um dos fatores que comprometem a competitividade e a eficiência do setor.

– Eu não vejo, em nenhum lugar do mundo, a tributação no investimento. Você não vai tributar a árvore, e sim a maçã que vai colher da árvore. A máquina não deve ser tributada, porque ela é uma geradora de impostos, tem que ser tributado o produto que ela transforma – ressalta.

O deputado Jerônimo Goergen deve se encontrar com integrantes da Comissão de Integração Nacional e dos empresários no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para discutir medidas que possam levar à redução do preço final dos produtos industrializados no país.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Frio afeta a produção de banana na Zona da Mata de Minas Gerais

Oferta da fruta caiu e os produtores não conseguem atender a demanda.
Em compensação, eles estão recebendo mais pela fruta.


Antônio Alves tem uma propriedade de um hectare e meio, em Piau, na Zona da Mata de Minas Gerais.
Diariamente ele faz sozinho a limpeza do bananal, onde há mais de 15 anos cultiva a variedade nanica.
Este ano, por causa do frio, Antônio deve colher 10 toneladas a menos do que na safra anterior, mas conta que nos últimos seis meses, o preço da banana está compensador.
A  explicação está na falta do produto no mercado. Hoje, Antônio recebe R$ 20 pela caixa de 20 quilos entregue na Ceasa de Juiz de Fora. Há três meses, o valor era R$ 14.
Em Minas Gerais, a produção anual de banana chega a 580 mil toneladas. Jucélio Moreira tem 25 mil pés da fruta plantados em 16 hectares e lamenta a queda na produção.
No momento, a caixa de banana prata está sendo negociada a R$ 20 e embora a cotação esteja boa, Jucélio diz que os lucros poderiam ser melhores se o clima não tivesse atrapalhado. “Está todo mundo querendo banana e a gente não consegue suprir a necessidade”, diz.

Preço internacional do milho e da soja subiu nos últimos 30 dias

Na Bolsa de Chicago, a soja aumentou 5% e o milho quase 10%.
Nesse mesmo período, o dólar também se valorizou.


Na quarta-feira (19), o dólar fechou cotado a R$ 2,22. No mês, a alta passa de 9%.
A saca de milho está valendo R$ 11,15 em Sorriso, Mato Grosso, queda de 10,8% em 30 dias. Em Cascavel, no Paraná, R$ 19,20, aumento de 1%.
A soja teve boa valorização. Em Sorriso foi vendida por R$ 54,50, alta de 7,9% e em Cascavel, no Paraná, R$ 59,50, aumento de 11,2%.
Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, explica quais fatores estão influenciando o mercado agrícola no momento.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Produtores apostam no cultivo da batata yacon em Carandaí, MG

Raíz é típica da região andina e chegou há poucos anos ao Brasil.
Entre as principais vantagens, estão o baixo custo e a produtividade.

 

Jailton Presotti costumava cultivar tomate, abobrinha e jiló no município de Carandaí, região central de Minas Gerais, mas há quatro anos ele conheceu o tubérculo yacon e se surpreendeu.
Depois de experimentar e gostar, ele resolveu investir no cultivo. Começou com uma área de 100 metros quadrados, o ano seguinte passou para 500 e hoje já são dois hectares.
A yacon tem o formato parecido com o da batata doce, mas o sabor é diferente, mais adocicado. Ela pode ser consumida crua, em salada e sucos, por exemplo.
A raiz é originária da cordilheira dos Andes e foi trazida para Carandaí há sete anos. Ela é considerada uma aliada no controle do diabetes e também do colesterol, por isso, produtores da região estão apostando no crescente mercado.
É o caso de Salomão Lima, que substituiu o cultivo do feijão pelo da yacon. Ele tem recebido em média R$ 20 por cada caixa de nove quilos e o que aumenta ainda mais a margem de lucro do agricultor é o baixo custo da produção. "O custo é baixo, nós plantamos sem adubar, sem nada", diz.

Simpósio em Erechim, RS, discute alternativas para o setor do leite

O preço do leite está agradando os produtores do estado.
Com mais dinheiro no bolso, eles pretendem investir nas propriedades.


Benjamin Gempka tem um rebanho de 20 vacas leiteiras, que garantem o sustento da pequena propriedade em Erechim, no norte gaúcho.

O litro do leite está valendo agora R$ 0,90 centavos, R$ 0,20 a mais que na mesma época do ano passado. Com o alimento valorizado, os produtores pensam em expandir a atividade.

O Rio Grande do Sul é um estado importante na produção do leite. A atividade está presente em mais de 450 municípios. Só no norte do estado, são mais de 20 mil produtores que apostam no bom momento do setor.

O estado também possui uma das melhores produtividades do país: 1,34 mil litros de leite por vaca ao ano, segundo a Emater.

Sobre a qualidade do alimento, é preciso estar sempre atento e por isso, produtores e veterinários de todo o estado estão reunidos para discutir ações que possam melhorar a cadeia produtiva.

“A qualidade no leite se dá com relação às questões de higiene, às questões de sanidade do rebanho e às questões de alimentação do rebanho”, explica Francisco Signor, superintendente do Ministério da Agricultura.

Em maio, foi descoberto um esquema de fraude no Rio Grande do Sul, em que as empresas de transporte adulteravam o alimento.

O produtor Rodrigo Farina acredita que é preciso investir em tecnologia para evitar que isso continue a acontecer. "A gente sempre busca o melhor na qualidade, investindo em máquinas para ordenhar e fazer a armazenagem e o resfriamento adequado".

terça-feira, 18 de junho de 2013

Batata, carne e frango ficam mais baratos e derrubam preço da cesta básica

Boa notícia para as donas de casa: o preço da cesta básica voltou a cair, na última semana


Pesquisa do Procon de São Paulo feita na Capital do Estado indica que uma compra completa, com os 31 itens considerados indispensáveis a qualquer família, saía por R$ 382,01. Quase R$ 6 a menos que na pesquisa anterior.

A maior queda, na casa de 11%, ficou por conta da batata, cujo quilo foi vendido em média a R$ 4,34. Na sequência aparecem o desodorante spray, a carne de primeira, o biscoito maisena e a linguiça.

Porém, considerando o peso de cada produto dentro da cesta básica, os itens que mais puxaram o indicador para baixo foram, em ordem: batata, carne de primeira, frango, carne de segunda e ovos.

As maiores altas de preços ficaram por conta do molho de tomate, da pasta de dente e do papel higiênico.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Maneira como a Funai faz as demarcações de terra não serve mais, diz presidente da Aprosoja-MT

Veja como foi o dia de manifestações de produtores em todo o país pela mudança no sistema de demarcações de terras indígenas



A sexta, dia 14, foi marcada por manifestações em todo o país. Produtores rurais de 10 Estados protestaram pelo fim das demarcações de terras indígenas. Eles pedem a paralisação de todos os processos.

Mato Grosso do Sul

Em Mato Grosso do Sul, Estado com maior número de conflitos relacionados às demarcações de terras indígenas, a mobilização reuniu quase cinco mil produtores rurais.

– A maneira como a Funai faz as demarcações não serve mais. Tem riqueza no solo, e nós precisamos disso. Não podem fazer política indígena pautada e voltada para os intereses internacionais – disse Carlos Favaro, presidente da Aprosoja-MT.

O presidende da Famasul, Eduardo Riedel, defendeu a manutenção dos produtores nas terras e a reconstrução das propriedades destruídas.

– Vamos reconstruir cada caibro, cada tijolo, cada pedaço de chão das propriedades destruídas em Mato Grosso do Sul. Reconstruiremos, pois aquela área é nossa e produz riquezas – disse Riedel.

A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, participou da manifestação e foi aplaudida pelos produtores ao defender a compra de terras para a ampliação de áreas indígenas.

– Temos que dizer compra de fazenda e não indenização. E compra de fazenda de produtor rural que quiser vender – defendeu a presidente da CNA.

Mato Grosso

Em Mato Grosso, cerca de mil pessoas participaram da mobilização pela mudança no sistema de demarcações de terras indígenas. No Estado, 25 áreas estão em estudo para a demarcação de terras indígenas. A Famato estima que mais de um milhão de hectares sejam localizados em zonas de plantio e pastagens. Alguns produtores já foram expulsos de suas terras.

– Tenho 74 anos e ficamos sem terra. Nós estamos que nem cachorro, sem ter para onde ir – afirma o produtor Antônio Oliveira.

Pequenos produtores compareceram em massa, como Admilson de Rezende, produtor de leite que foi forçado a deixar a propriedade para a ampliação da área dos índios xavantes em São Félix do Araguaia, a mil quilômetros de Cuiabá. No fim do ano passado, sete mil pessoas com escritura em mãos perderam o direito de viver em suas terras.

– Não nos deram terra, nada, não temos pra onde ir. Nos correram com bombas. Isso na noite de Natal – conta Rezende.

A manifestação ocorreu na BR-364, em Cuiabá, na saída para Rondonópolis. Com faixas e panfletos, os manifestantes ainda distribuíram três toneladas de arroz para os caminhoneiros que apoiaram o movimento.

Lideranças do setor produtivo pediram a suspensão das demarcações.

– A maneira como a Funai faz as demarcações não serve mais. Tem riqueza no solo, e nós precisamos disso, não podem fazer política indígena, pautada e voltada para os interesses internacionais – afirmou o presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro.

Para os produtores mato-grossenses, não haveria clima de tensão entre brancos e índios no Estado se o governo se ocupasse em manter a segurança jurídica.

Minas Gerais

Em Minas Gerais, a mobilização ocorreu no entroncamento das rodovias estaduais MG-164 e MG-420, que interligam as federais BR-262 e BR-040. No Centro-Oeste mineiro, entre os municípios de Pompéu e Martinho Campos, o chamado ato demarcatório foi oficializado em março e atinge uma área de 5,41 mil hectares.

Nas faixas, estava explícita a indignação dos produtores rurais, que podem perder propriedades escrituradas há mais de dois séculos. O protesto foi pacífico e organizado. Os tratores fechavam a rodovia de 15 em 15 minutos e reabriam com apoio da Polícia Rodoviária Estadual, para evitar a formação de grandes filas. No panfleto, todas as informações sobre as terras da região, que a Funai quer repassar para os índios.

O problema entre os produtores mineiros e a Funai começou em 1991. O primeiro laudo antropológico chegou à conclusão de que não havia índio na região. A Funai, porém, encomendou um segundo parecer que acabou no ato demarcatório oficializado em março de 2013, envolvendo mais de 50 famílias de produtores rurais.

O produtor Álvaro Valadares, que participou do protesto, pode perder 120 hectares de terras que foram passando de geração para geração. Ele acompanhou todo o processo dos laudos que entram em conflito.

– A antropóloga Hilda Paraíso Barqueiro, da Bahia, esteve na região e deu um laudo negativo para esta tribo, que aqui não existia índio. Uma antropóloga recém-formada de Belo Horizonte, que se chama Flávia Moreira Santos, esteve aqui e teve a coragem de peitar um laudo e criar esses índios com o único intuito de desapropriar fazendeiros de suas terras – disse.

Muitos produtores receberam a notícia de que podem perder as terras em março, com o ato demarcatório, e tentam reagir ao impacto de um possível despejo.

Rio Grande do Sul


No Rio Grande do Sul, mais de 10 mil produtores rurais e lideranças do setor se reuniram em seis diferentes pontos do Estado em protesto contra as demarcações de terras indígenas. No norte gaúcho, em Mato Castelhano, duas mil pessoas bloquearam uma das principais rodovias da região, a BR-285.

– Se precisar derramar sangue para lutar, para defesa dos agricultores, com certeza, nós estamos aí juntos, isso nós não queremos. Se for necessário, vamos lutar juntos – afirmou o padre Valcir Rizzardi.

A comunidade se uniu aos agricultores para pressionar o governo a tomar decisões mais ágeis que resolvam o impasse. A cada 10 minutos, a rodovia foi parada para entrega de panfletos com as reivindicações.

De acordo com o Sindicato Rural de Mato Castelhano, o município já foi notificado pela Funai sobre a conclusão dos estudos, e 3,557 mil hectares de terras foram identificados como áreas indígenas. Pelo menos 250 famílias podem ser atingidas, assim que a portaria declaratória for publicada no Diário Oficial da União.

Paraná

A BR-163, no município de Guaíra, próximo à ponte que liga os Estados do Paraná e de Mato Grosso do Sul, registrou por volta do meio-dia um congestionamento de mais de 15 quilômetros nos dois sentidos da rodovia. O local foi escolhido para ser o ponto de mobilização dos produtores rurais. A ponte Ayrton Senna é o principal corredor de escoamento de grãos de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e até a produção do Paraguai passa por aqui em direção ao porto de Paranaguá.

Com faixas, distribuindo panfletos e colando adesivos em carros e caminhões, os produtores querem mostrar para a sociedade urbana o descaso das autoridades em buscar uma solução para as invasões indígenas em várias regiões do país.

Deputados do Paraná ligados à Frente Parlamentar da Agropecuária também estiveram em Guaíra. O deputado Osmar Serraglio, relator da PEC 215, que coloca o Congresso Nacional também como responsável pelas demarcações de terras indígenas, lembrou dos mecanismos legais já estão sendo debatidos na Câmara dos deputados e destacou que a Frente Parlamentar está pronta para trancar a pauta de votação da casa, caso as discussões não avancem.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Em MG, Expocafé é vitrine de máquinas e insumos para o setor

Três Pontas, no sul de MInas Gerais, realiza o evento.
Expectativa de faturamento passa dos R$ 200 milhões.


As máquinas são destaque na Expocafé, feira que acontece em Três Pontas, no sul de Minas Gerais, com 140 estandes e mais de mil produtos que prometem ajudar os trabalhos na lavoura.

E onde tem máquinas funcionando, o pessoal para pra ver.

Um diferencial da feira é o investimento em pesquisa e tecnologia. Por meio de um aplicativo instalado no celular, o produtor pode tirar uma foto e já descobrir quais doenças e pragas existem na lavoura.

Sérgio Meireles foi do Vale do Jequitinhonha, norte do estado de Minas, em busca de produtos para mecanizar a lavoura. “Quem não mecanizar o café hoje, está fora do mercado e eu vim aqui por isso”, diz.

Os produtos atraem pela tecnologia e têm preços que cabem no bolso de diferentes produtores.

Na Expocafé, o agricultor conhece variedades de café arábica melhorados geneticamente. A variedade paraíso já está disponível para o agricultor plantar e é um dos destaques que a empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais levou para a feira.

César Botelho, agrônomo da Epamig, fala sobre as características da variedade e os benefícios ao produtor.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Em SP, preço baixo do café está desanimando os produtores

Nova safra chega ao mercado antes da anterior ter sido comercializada.
Só quem precisa do dinheiro está vendendo o produto.


A chuva pode melhorar a produtividade do café que começa a ser colhido este mês na fazenda de José Henrique, em Cristais Paulista, mas a possibilidade de superar a estimativa da safra não anima muito o agricultor. Cerca de 40% da safra do ano passado ainda está estocada por causa da espera para melhora do mercado.
Assim como muitos outros produtores, José tinha a expectativa de conseguir um preço maior pelo produto. "A expectativa de alta do mercado agora é mínima, então eu já estou vendendo", diz.
Uma cooperativa de Franca, no nordeste de São Paulo, ainda não recebeu nenhuma saca de café da colheita desse ano e o galpão continua cheio de produto da safra passada.
Normalmente, nesta época do ano, o armazém estaria praticamente vazio, mas os preços baixos não estimularam os agricultores a vender os estoques. "O café é a moeda deles, então quando eles têm alguma coisa sobrando, eles guardam e usam à medida que necessitam", diz João Alves de Toledo Filho, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Pesquisa avalia indicador de sustentabilidade agrária desenvolvido na Suíça

A sustentabilidade ganha cada vez mais notoriedade. A procura pelo desenvolvimento sustentável está permeando todas as áreas de produção do planeta.


No que diz respeito à agricultura, foi desenvolvido pelo Colégio Suíço de Agricultura a metodologia RISE. A ferramenta é voltada para propriedades agropecuárias, aplicável nos diversos setores do agronegócio.

Para avaliar e garantir a eficácia do método suíço, de aplicação de indicadores de sustentabilidade, a economista Alice Aloísia da Cruz desenvolveu, no mestrado realizado no Programa de Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), um estudo sobre a ferramenta que, de acordo com a autora, poderá no futuro ser utilizada pelo agropecuarista brasileiro.

O trabalho teve orientação de João Gomes Martinez Filho, docente do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) e, segundo a pesquisadora, este método já foi aplicado em vários países como, México, China, Nova Zelândia, Venezuela e no Brasil. “Não havia nenhuma pesquisa divulgada sobre a aplicação deste método no Brasil até então”, comenta Alice, lembrando que a pesquisa foi realizada em parceria com a Dairy Partiners Americas (DPA), joint venture entre a  suíça Nestlé e a neozelandesa  Fonterra, durante as aplicações nas propriedades fornecedoras de leite para a empresa.

Com o objetivo de divulgar este indicador no Brasil, a economista teve como base para o trabalho as revisões bibliográficas sobre o assunto e as informações disponibilizadas pela empresa sobre as 10 aplicações realizadas no país. Na prática, o método consiste na aplicação de um questionário com cerca de 600 perguntas. Coletada estas respostas, os indicadores consideram três dimensões: econômica, ambiental e social. “Esta etapa deve ser realizada com uma pessoa que conheça a propriedade em todos os seus aspectos. Se aplicado com uma pessoa que não esteja inteirada sobre o funcionamento da propriedade, a etapa de coleta pode levar de dois a três dias”, afirma.

A segunda etapa é o que Alice denomina determinação de faixas de sustentabilidade. As respostas do questionário são computadas por meio de um software do Colégio Suíço de Agricultura, ainda não liberado para os produtores, que gera médias entre 10 parâmetros diferentes da propriedade, uma pontuação. “Estas faixas são compostas por diferentes pontuações. Abaixo de 33, a sustentabilidade está em nível problemático. De pontuação 34 a 66 significa que a propriedade está em um nível crítico. A partir de 67, o nível é considerado positivo, e a pontuação 100 representa o nível mais alto de sustentabilidade”, explica.

Na conclusão, o estudo reforça que, apesar da metodologia precisar de alguns ajustes, ela já é considerada muito boa para o agricultor. Acrescenta ainda que, como foi aplicado em países diferentes, o indicador garante a comparação da sustentabilidade na agricultura em várias partes do mundo.  “O RISE capta informações relevantes e pontos de vista interessantes e poderá ser empregado tanto para grandes propriedades quanto para o pequeno produtor. Hoje em dia a pressão social no que se refere à aplicação de práticas sustentáveis é muito grande e logo o consumidor vai procurar seus produtos em função da sustentabilidade. Então empregar ferramentas como o RISE acabará se tornando um diferencial para o próprio produtor”, conclui.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Em MG, clima e pragas derrubam a produtividade do feijão segunda safra

Colheita do feijão está quase terminando.
Chuva está atrapalhando o conclusão da colheita.


A colheita na lavoura do agricultor Ari Januário, em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, está parada por conta da chuva.
Dos 87 hectares, ele conseguiu colher até agora apenas 30 hectares. Os custos aumentaram bastante por causa do ataque de pragas, mas agora o agricultor pretende segurar o produto para conseguir preços melhores.
Com a oferta menor de feijão, o preço já subiu. A saca de 60 quilos está valendo R$ 230 na região, enquanto o ano passado saía por R$ 160.
O último levantamento de safra da Conab apontou que a produção do feijão da segunda safra em Minas Gerais vai diminuir quase 12,5% em relação a mesma safra do ano passado. Minas Gerais é o segundo produtor nacional de feijão na segunda safra, só perde para o Paraná.
A colheita está quase está quase no fim. De acordo com a Conab, por causa da falta de chuva no período de enchimento de grãos e do ataque da mosca branca, a produtividade no estado será 6% menor do que na mesma safra do ano passado. Na região do Alto Paranaíba, a queda deve ser ainda maior.
A situação da lavoura do agricultor Haroldo de Almeida, em Lagoa Formosa, é um exemplo dessa situação. “Devido a falta de chuva, em algumas vagens só deu um grão. Eu esperava colher de 30 a 35 sacas por hectare, mas vou colher no máximo de 18 a 20”, diz.
Haroldo espera compensar a queda na produção, com o preço na hora da venda. “Anima porque o preço está bom, mas por causa da produtividade, no meu caso, vai dar apenas para cobrir os custos”.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Cotações



 Boi Gordo - arroba - à vista - preço livre
Mirassol D'Oeste/ MT – 05/06 - R$ 86,00
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Governo lança nesta quinta Plano Safra da Agricultura Familiar

Agricultura familiar vai receber mais recursos para produção de alimentos.
Lançamento será no Palácio do Planalto, em Brasília, às 11h.



O Plano Safra da Agricultura Familiar completa 10 anos em 2013.
Em 2012, o governo investiu R$ 22,3 bilhões no setor, R$ 18 bilhões só no Pronaf, Programa Nacional de Fortalecimento para Agricultura Familiar.
Pepe Vargas, ministro do Desenvolvimento Agrário, adianta que os valores devem ser ampliados agora, passando de R$ 20 bilhões.
Sobre as regiões onde a seca continua prejudicando a produção agrícola, Pepe Vargas explica que o governo pretende auxiliar os agricultores com a extensão do Garantia-Safra, conforme vem fazendo até agora. Hoje já são 980 mil agricultores que aderiram ao programa. O ministro garante que enquanto durar a seca, eles vão continuar recebendo o benefício, conforme determinação da presidente Dilma Rousseff.
Outra novidade que será anunciada é a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, que vai aproximar a pesquisa agropecuária realizada pela Embrapa da extensão rural levando mais tecnologia para o campo, aumentando a produtividade e a renda do produtor rural, além da estabilidade na oferta de alimentos ao consumidor.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Novo Plano de Safra anunciado em Brasília privilegia a armazenagem

Plano vai garantir R$ 136 bilhões para a próxima safra.
Dinheiro será usado para financiar produção e para investimentos.

 

O Palácio do Planalto ficou lotado e no meio da plateia, haviam produtores de várias partes do Brasil.
Alencar da Silveira tem uma propriedade de 100 hectares no município de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, onde cria 300 cabeças de gado de corte. A maior preocupação dele é conseguir crédito nos bancos. “Sem crédito, fica difícil trabalhar porque não temos suporte para se manter”, diz.
O Ministro da Agricultura, Antônio Andrade, disse que o Plano de Safra anunciado tem bem mais dinheiro do que o plano anterior e que a prioridade foi manter os juros baixos.
Ao todo, serão destinados R$ 136 bilhões, 18% a mais que no plano anterior. Deste total, R$ 97,6 bilhões vão para custeio e comercialização com juros que variam entre 3,5% e 5,5% ao ano.
Para operações de investimento serão liberados R$ 38,4 bilhões com a novidade de que há verba específica para financiamentos em irrigação com juros de 3,5% ao ano e também para armazenagem. Estão previstos R$ 25 bilhões também com taxa de juros de 3,5% ao ano.
Pela primeira vez, um Plano de Safra destina recursos específicos para armazenagem. A medida é para ajudar um setor que vem passando muita dificuldade este ano, diante de uma supersafra de grãos.
A presidente da CNA, Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, Kátia Abreu, comemorou o aumento da subvenção ao seguro rural que passou de R$ 400 milhões no plano anterior para R$ 700 milhões no novo plano.
A Conab anunciou investimentos de R$ 350 milhões na construção de 10 novos armazéns, seis na região Nordeste, um no Centro-Oeste, um no Sudeste e dois no Sul. Com as novas unidades,  a capacidade de armazenagem deve passar de 1,9 milhão de toneladas para 2,8 milhões de toneladas.

terça-feira, 4 de junho de 2013

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Dilma anuncia crédito de R$ 136 bilhões para agricultura empresarial

Montante foi anunciado nesta terça-feira no Palácio do Planalto.
Taxa anual média de juros do Plano Agrícola se mantém em 5,5%.


O governo federal vai disponibilizar R$ 136 bilhões para financiar a agricultura empresarial durante a safra 2013/2014, anunciaram nesta terça-feira (4) a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, durante cerimônia de divulgação do Plano Agrícola e Pecuário. O plano abre crédito para agricultores de todo o país investirem na produção. O dinheiro pode ser usado, por exemplo, para compra de equipamentos agrícolas e melhoramento de infraestrutura nas propriedades rurais.
A taxa anual média de juros foi mantida em relação ao Plano de 2012/2013 e ficou em 5,5%. Algumas modalidades específicas, porém, tiveram redução: 3,5% para aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem; 4,5% para o médio produtor e 5% para práticas sustentáveis.

O montante de R$ 136 bilhões é 18% maior que o disponibilizado na safra passada, de R$ 115,2 bilhões. Do total, R$ 97,6 bilhões vão para financiar custeio e comercialização e o restante, R$ 38,4 bilhões, será destinado a programas de investimento.
Em seu discurso, durante lançamento do plano no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff destacou a participação do agronegócio no PIB brasileiro e disse que a agricultura, em 2013, terá um "crescimento excepcional".
 
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"Na semana passada, quando o IBGE divulgou os resultado do PIB do primeiro trimestre de 2013, mais uma vez os números da agropecuária impressionaram. Permitam-me lembrar aqui: a agropecuária cresceu 17% em relação ao primeiro trimestre de 2012 e 9,7% frente ao quarto trimestre do ano passado [...] Não tenho dúvida de que a agricultura em 2013 terá um crescimento excepcional com grande aumento de produtividade", afirmou a presidente.
A presidente assegurou que não faltarão recursos para financiamento da agricultura, mesmo que os R$ 136 bilhões previstos sejam integralmente gastos.
“Se forem gastos em todas as áreas previstas, não faltarão recursos. Nós iremos complementar. R$ 136 bilhões é o que vocês têm colocado à disposição hoje. Gastem e terão mais porque não olhamos a agricultura como um problema, mas como uma solução, por isso que é: gastem e terão mais”, afirmou.
O agronegócio brasileiro, de acordo com Antônio Andrade, gera 35 milhões de empregos. “Esses números revelam a capacidade de resposta aos estímulos oficiais e de mercado”, disse. “O Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014 é uma verdadeira revolução nos campos do Brasil, onde crescimento e sustentabilidade estão lado a lado gerando riquezas e competitividade”, afirmou.
Durante a cerimônia, o ministro destacou ainda a aprovação da MP dos Portos como um avanço para o setor agropecuário. Segundo ele, a medida, recém-aprovada pelo Congresso, vai “manter a liderança do Brasil no mercado internacional”.
“Nossos produtores sabem que têm no governo federal um forte aliado, por isso vejo como avanço extraordinário a aprovação da MP dos Portos pelo Congresso Nacional”.
 
Valores
O ministro destacou ainda os valores que serão disponibilizados para alguns setores específicos. O programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), que incentiva práticas de agricultura sustentável,  teve acréscimo de 32% em volume de recursos do último plano para a safra deste ano e saltou de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões.
Já o limite de financiamento de custeio, por produtor, saltou de R$ 800 mil para R$ 1 milhão, e o limite para comercialização, de R$ 1,6 milhão para R$ 2 milhões.
O médio produtor terá acréscimo de 18% no volume para financiamento em custeio, comercialização e investimento. De acordo com Andrade, o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural saltou de R$ 11,15 bilhões para R$ 13,2 bilhões nesta safra.
 
Armazéns
Uma das novidades do Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014, de acordo com o ministro Antônio Andrade, é o incentivo aos armazéns privados. O governo vai disponibilizar R$ 25 bilhões em cinco anos para financiar a construção de silos com o objetivo de melhorar as condições de armazenamento e de escoamento da produção.
Na safra 2013/2014, serão R$ 5 bilhões para esse fim. O agricultor terá prazo de até 15 anos para o pagamento, segundo o ministro.
O governo pretende ainda dobrar a capacidade de armazenagem da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que receberá R$ 500 milhões na próxima safra.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Entra em vigor resolução do Contran que obriga emplacamento de tratores

Brasília - Entrou em vigor no sábado (1º) resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que obriga o registro de tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas, de construção, de pavimentação ou guindastes no Sistema do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).

O proprietário que não cumprir as determinações da resolução estará sujeito a multa gravíssima, cujo valor atual é R$ 191,54, tem anotado sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a apreensão do veículo.

Para a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) da Câmara dos Deputados, a medida prejudica o setor rural do país. “Essa norma é absurda. Deve ter sido feita por um burocrata urbano, sem levar em conta a questão rural”, criticou o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), vice-presidente da FPA e autor de um projeto de lei que pretende equiparar as máquinas agrícolas aos carros bélicos, que não precisam de registro.

Alceu Moreira disse à Agência Brasil não acreditar que as autoridades de trânsito irão cobrar de imediato os registros dos tratores. Caso isso ocorra, alertou, haverá um grande impacto no setor produtivo. “Eles [os veículos agrícolas] terão que ter os mesmos registros dos veículos de passeio. Isso é um absurdo porque os tratores não precisam disso”, acrescentou Moreira.

De acordo com as resoluções 429 e 434 do Contran, os veículos agrícolas novos, fabricado a partir de janeiro deste ano, terão que passar por um pré-cadastro feito pelo fabricante, montadora ou importador. Antes da comercialização, o fabricante, montadora ou importador também terá que, previamente, informar ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) sobre as características dos veículos.

Para os tratores já comercializados, não será necessário o cadastro prévio, mas caso haja a necessidade de transitar em vias públicas, eles terão que ser emplacados.

O emplacamento não será obrigatório. A placa, contudo, será exigida dos tratores que circularem em vias públicas. Por conta disso, a resolução do Contran prevê que o Renavam deverá ser ajustado para não exigir o lançamento da placa no ato do registro. Caso seja emplacado, os proprietários dos veículos terão que arcar com o pagamento da taxa de licenciamento anual.

Pela resolução, os tratores que precisarem de emplacamento, terão que afixar a placa apenas na parte traseira.

Cresce a procura por colheitadeiras de café no sul de MG

Mesmo com o preço do café em baixa, os produtores investem.
Procura pelas colheitadeiras cresceu e há fila de espera.


A máquina limpa a rua do cafezal e abre caminho para colheitadeira. Nos 1,4 mil hectares de Guilherme Miranda, em Três Pontas, praticamente não se encontra apanhadores este ano. 90% da colheita é mecanizada.
“Hoje estamos com apenas 43 colhedores para cuidar da área. Uma colheitadeira substitui o trabalho de aproximadamente 200 homens”, diz.
Um apanhador experiente consegue colher em um dia inteiro de trabalho 500 litros de café, enquanto a colheitadeira colhe em média, 40 mil litros, ou seja, 80 vezes mais.
Segundo o Sindicato dos Cafeicultores de Três Pontas, há 15 anos havia no município apenas uma máquina, mas hoje a situação é bem diferente. Já são mais de 200 colheitadeiras, que custam, em média, R$ 500 mil.
Os produtores dizem que a compra ficou mais facilitada com a criação do PSI, o Programa de Sustentação de Investimento, do Governo Federal. Os recursos são do BNDES e no caso de máquinas agrícolas novas, a taxa de juros é de 3% ao ano.
O programa ajudou a levantar as vendas nas lojas especializadas no sul de Minas Gerais e já há pedidos até para o ano que vem.