sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Fazenda tem baixo índice de mortalidade de bezerras com manejo simples

Pecuarista garante cuidados sanitários e nutricionais para evitar a morte de animais

 

Nos primeiros dias de vida, uma bezerrinha de aptidão leiteira é muito sensível. Cabe ao pecuarista garantir cuidados sanitários e nutricionais para evitar a morte desse animal. Com manejo simples, uma fazenda do Estado de Goiás consegue índices baixíssimos de mortalidade, em torno de 1%. O assunto foi abordado no quadro Rebanho Gordo do Jornal da Pecuária desta quinta, dia 27.

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Com tantos recém-nascidos no mesmo lugar e todos com a imunidade ainda baixa, a chance de uma bezerrinha ficar doente é muito grande. Em propriedades leiteiras, se o manejo sanitário e nutricional falhar, o índice de mortalidade pode chegar até a 20%, segundo o médico veterinário Flávio Cobianchi. Mas o ideal é que não passe dos 5%. Essas perdas geram um prejuízo silencioso para o pecuarista.

– O pecuarista não vê que está perdendo. Ele deixa de ganhar, porque essas bezerrinhas seriam no futuro vacas em lactação – afirma Cobianchi.

Nesta fase, a prevenção é o único remédio. A oferta do colostro e a cura do umbigo são essenciais e devem ser feitas logo após o nascimento. No Centro de Apoio Pró-Campo Piracanjuba, em Bela Vista de Goiás, a 40 quilômetros ao sul de Goiânia, o colostro é avaliado antes de ser fornecido aos filhotes. E eles mamam na mamadeira, para que o pessoal da fazenda saiba a quantidade exata que receberam.

– Algumas mães não têm colostro de qualidade e daí recorremos ao banco de colostro – explica Cobianchi.

Na fazenda são usados três tipos de bezerreiros, cada um para uma fase de idade. O modelo chamado de chileno, ou argentino, é destinado às recém-nascidas. Nessa fase, os animais não devem ter contato uns com os outros para evitar a contaminação cruzada.

Por volta do quinto dia depois do nascimento, as bezerrinhas já começam a receber ração a base de soja e milho misturada em um pouco de leite em pó para despertar o interesse delas pela alimentação sólida. No início, o consumo é bem pequeno, mas vai aumentando com o passar dos dias. Com dois meses e meio ela já come em torno de um quilo e já pode ser desmamada.

Além da quantidade de ração ingerida e da idade, o peso também interfere na hora da desmama. O ideal é que, para ser desmamada, a bezerrinha já tenha o dobro do peso que tinha ao nascer. Depois que largam a mamadeira, os animais recebem apenas ração e forragem de qualidade. Com esses cuidados, a fazenda consegue manter o índice de mortalidade em torno de 1%.

– Trabalhamos com bezerro que requer um cuidado muito grande, nutrição, aleitamento, aferição de temperatura, procurando a causa do problema para que seja cuidado mais rápido – conta o gerente de agropecuária Cleidiomar Assunção Silva.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Presidente da Leite Brasil prevê aumento no preço do produto

Jorge Rubez afirma que a tendência é de recuperação dos preços seguida de uma alta



O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite – a Leite Brasil, Jorge Rubez, afirmou, em entrevista ao programa Bom Dia Campo desta segunda, dia 24, que a tendência é de que os preços do leite voltem a subir depois de cinco meses de estabilidade. Em setembro, o produto era cotado, em média, a R$ 1,12. O valor caiu para R$ 1,00 em outubro e permanece nessa média. 

– O consumo caiu de outubro para cá, e, como nosso setor vive estritamente do mercado interno, o preço não voltou a subir. A tendência é de que [o preço] volte ao patamar anterior e suba mais. A expectativa é de mais consumo, e o custo de produção também aumentou muito. A intenção é de manutenção da produção, mas será necessário um reajuste devido à alta dos custos.

O especialista destacou que o calor deste verão foi mais prejudicial à produção de leite do que a estiagem.

– Nosso produtor está preparado com silagem, tem confinamento. Setenta por cento do leite produzido no Brasil é de produtor especializado. A estiagem afetou, mas não gerou uma queda acentuada nos preços a nível nacional. Regionalmente, no entanto, alguns Estados, como São Paulo, foram mais prejudicados.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Crescimento da pecuária leiteira estimula produção de silagem no Triangulo Mineiro

Alimentação pode representar mais de 70% do custo na produção de leite, por isso, produtores passaram a fazer a própria silagem


A região de Irai de Minas, no Triangulo Mineiro, é um exemplo de como a pecuária leiteira vem crescendo e se desenvolvimento com a preocupação de garantir alimentação para as vacas o ano inteiro com custo reduzido. A produção de silagem gerou um mercado bem concorrido na região.

O crescimento da produção de leite, nos últimos dois anos, no município, chegou a 20%, e está estimulando novos investimentos. Todo crescimento gera oportunidade. A produção de silagem se tornou uma ótima opção mesmo para quem não produz leite.

De 2010 para cá, o município pulou de 3 mil para mais de 10 mil toneladas de silagem entre safra e safrinha.  Produção suficiente para alimentar 30 mil vacas durante um mês.

O milho que está sendo colhido agora foi plantado em outubro do ano passado. Vai virar silagem e dar lugar a uma nova lavoura de milho que vai passar pelo mesmo processo no mês de maio. É uma operação bastante técnica e que exige agilidade e bom maquinário.

A alimentação pode representar mais de 70% do custo na produção de leite. Por isso, os produtores passaram a investir em maquinário e fazer a própria silagem com metade do custo da compra da mesma silagem de outros produtores.

– Se fôssemos hoje comprar o silo, estaria no custo de R$ 100, R$ 110 a tonelada. Então, produzindo o silo, que sabemos onde foi feito, com qualidade, sabemos que o custo melhora bastante – afirma o produtor Odinei Pires Cenci.

O produtor Eduardo Vieira Borges ficou entusiasmado com o mercado de silagem, mas não repetiu a venda do ano passado porque a concorrência cresceu na região.

– Este ano vamos vender umas mil e poucas toneladas. No ano passado, vendemos mais de cinco mil, porque um freguês pegou no ano passado 2,5 mil toneladas e este ano achou mais barato e não pegou de nós, pegou no concorrente – relata Borges.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Trigo transgênico é culpado por epidemia de obesidade, diz cardiologista

De acordo com o médico cardiologista norte-americano Willian Davis, a epidemia de sobrepeso e obesidade que acomete a sociedade atual é culpa do trigo geneticamente modificado. “O cereal mais popular do mundo é também o produto alimentício mais destrutivo. O trigo moderno nada tem a ver com o trigo verdadeiro”, afirma ele no livro Barriga de Trigo, da Editora Martins Fontes.

Segundo Davis, a principal proteína dos grãos transgênicos é o glúten, que estimularia ainda mais o apetite, com a exposição do cérebro às exorfinas. Esse estimulante dos receptores opioides – assim como a heroína – levariam a um verdadeiro vício no consumo de produtos derivados do trigo, diz o médico.

“Se você está com sobrepeso, pré-diabetes, pressão alta e colesterol elevado, dê adeus ao trigo. Não tem paralelo entre os grãos modernos em sua capacidade de se converter em glicose no sangue. O consumo produz transtornos neurológicos, diabetes, doenças cardíacas, artrites e até delírios esquizofrênicos”, alerta.

“As mudanças genéticas foram introduzidas principalmente com o objetivo de aumentar a produção da área cultivada. A produção média de uma fazenda moderna norte-americana é mais de dez vezes maior que a de fazendas de um século atrás. Passos gigantescos na produção de trigo exigiram mudanças drásticas no código genético da planta (...). Mudanças genéticas dessa natureza tiveram o seu preço”, explica Davis.

O especialista em saúde recomenda eliminar, além do trigo, os seguintes alimentos: produtos feitos com farinha de milho, lanches do tipo batatas chips, bolinhos de arroz e pipocas, assim como tortas, bolos, cupcakes, sorvetes, picolés, arroz branco, batata-inglesa, rosada, batata-doce, inhame, feijão-preto, feijão-manteiga, grão-de-bico, lentilha, amido de arroz, sucos de frutas industrializados e refrigerantes e até as frutas secas, como passas, figos e damascos.

“Coma legumes e verduras, frutas, castanhas e sementes cruas, use óleos generosamente, laticínios, ovos, peixes e carnes sem gorduras”, conclui.