sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Fiscais agropecuários federais entram em greve em todo o país

Categoria reivindica melhores condições de trabalho e pede exoneração de secretário


A quinta-feira, dia 29, foi marcada por manifestações dos fiscais agropecuários federais por todo o país. Apenas os profissionais do aeroporto de Viracopos, em São Paulo, e do Porto de Paranaguá, no Paraná, não aderiram à paralisação da categoria. Os fiscais pedem melhores condições de trabalho e exigem a imediata exoneração do novo secretário de Defesa Agropecuária, Rodrigo Figueiredo.

Em São Paulo cerca de 50 fiscais promoveram um protesto na Avenida Paulista e distribuíram folhetos e bananas a quem passava. A ação teve como objetivo chamar a atenção para as reivindicações da categoria, que reclama das indicações com teor político para o quadro social do Ministério da Agricultura.

– Estas indicações de cargo por pessoas que não são da área... um advogado, hoje, assumir a Secretaria de Defesa Agropecuária, ele não tem nenhum conhecimento disto. É a secretaria mais importante que nós temos dentro do Ministério da Agricultura, que responde pelo agronegócio, a segurança alimentar – pontua Ronaldo Carvalho, secretário geral da delegacia regional de São Paulo.

Outra reivindicação é a realização de concurso público. O Brasil tem hoje 3.884 fiscais agropecuários.

– Nós estamos aí com falta de concurso público também. Trabalhando, cada fiscal fazendo função de dez. Com número de aposentadorias muito grande, e sem reposição. O que precisa é concurso público, e já, imediatamente. Nós precisamos de no mínimo 6 mil fiscais para compor nosso quadro para dar atendimento ao Brasil, em nível nacional e internacional, porque nós trabalhamos com segurança alimentar – justifica Carvalho.

A alternativa dada pelo governo desagradou a categoria. O Ministério da Agricultura contratou por R$ 5,5 milhões o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial (Idecan) para realização do concurso público. Além de questionar a escolha, os fiscais exigem a criação de uma escola de formação para fiscais agropecuários.

– Já tem uma portaria nesse sentido, a 376, e foi revogada pelo secretário executivo, então nós estamos a zero nisto aí. E é importante nós termos uma escola, porque ali mostra para o fiscal o que ele vai ter na vida profissional dele, eticamente e moralmente. A pessoa entra lá e sabe como vai lidar – diz Ronaldo Carvalho.

Desde o dia 16 os fiscais estavam numa paralisação de ocupação que nesta quinta passou a ser uma greve geral. Na sexta-feira a greve continua. Os serviços em todo Brasil estão suspensos. Em Mato Grosso a categoria distribuiu trezentos litros de leite junto com panfletos com as reivindicações da categoria, num ato para tentar chamar a atenção da sociedade sobre a importância dos trabalhos feitos pelos fiscais do Ministério da Agricultura.

– O objetivo nosso com essa doação de leite é de mostrar para a população que por trás de um leite de qualidade, existe o trabalho de um fiscal agropecuário, e mostrar também que o motivo do nosso protesto é em virtude de algumas indicaçõs políticas em cargos extremamente técnicos dentro do Ministério da Agricultura e os cortes orçamentários por parte do governo federal – afirma a fiscal Leni Rosa Filho.

Além da entrega de leite, os fiscais federais responsáveis pela certificação das carnes que saem dos frigoríficos cruzaram os braços. Sem o selo do SIF, o Serviço de Inspeção Federal, nenhum quilo de carne pode sair das câmaras frigoríficas para o comércio.

– Até agora o governo não disse nada. Por isso tomamos como medida paralisar as inspeções de abate – diz Nilo Silva do Nascimento, delegado nacional do Sindicado dos Fiscais Agropecuários de Mato Grosso.

Se o governo não se pronunciar, os fiscais prometem ir além. Eles ameaçam paralisar as atividades de inspeção dos abates, o que poderia paralisar toda a atividade dos frigoríficos. Por dia, 17 mil cabeças deixariam de ser abatidas no Estado. Para Jovelino Borges, secretário executivo do Sindicado das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso, os prejuízos que as empresas terão se não houver certificação da carne podem ser milionários.

Apoio de fiscais estaduais
A Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) divulgou nota de apoio ao movimento dos fiscais federais, reiterando que "decidiram não assumir, em hipótese alguma, as atividades dos fiscais federais agropecuários, pois entendem que há a quebra do Pacto Federativo, dos princípios básicos da ocupação de cargos públicos através de concurso público, da eficiência, da legalidade e do cerceamento da liberdade constitucional do exercício de greve, assegurado a todo trabalhador".

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Suíno vivo se valoriza 17% na parcial do mês

A média do preço do suíno vivo, na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), nos primeiros 22 dias de agosto deste ano, de R$ 3,20/kg, está 1,4% inferior à da mesma parcial de agosto de 2012, de R$ 3,24/kg, em termos nominais


No mês, porém, o animal acumula valorização de 16,9% (até 22 de agosto), com o quilo fechando a R$ 3,35/kg. Segundo pesquisadores do Cepea, suinocultores podem aproveitar o bom momento atual para fazer caixa ou, considerando os preços mais baixos no mercado de milho, para estocar uma quantidade maior do cereal para abastecer suas fábricas de ração, dependendo da capacidade de armazenamento.

No caso da compra de mais insumos, para aqueles produtores que não estão em áreas próximas às regiões produtoras de grãos, um dos entraves acaba sendo o custo com frete para o transporte do produto.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Plantações de milho são atacadas por doença nova no Ceará

Além da estigem, os produtores têm uma preocupação a mais nesta safra.
Doença é registrada oficialmente pela primeira vez e preocupa.


As espigas deformadas começaram a aparecer com o milho já crescido e o que a agricultora Maria José Duarte não perdeu pela falta chuva, foi levado por uma doença que ela nunca tinha visto antes.

Pelo menos 11 comunidades rurais de Itatira, no sertão central, foram afetadas.

A Embrapa analisou as amostras com problemas e o resultado surpreendeu os técnicos. O milho foi atingido por um fungo chamado ustilago maydis, comum no Sul do país, e que causa o 'carvão do milho'. No Ceará este é o primeiro registro oficial da doença.

Os técnicos suspeitam que o fungo tenha vindo nas sementes distribuídas pelo governo do estado, compradas no Sul e no Centro-Oeste.

Segundo a Secretaria de Agricultura do município, a perda com a doença chega a 15% da produção, índice considerado baixo, mas que preocupa as autoridades sanitárias, que estudam a possibilidade de isolar a área afetada para evitar que o fungo chegue a outras regiões do estado.

De acordo com a Ematerce, as plantas e espigas atacadas pelo fungo devem ser queimadas e enterradas.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Intervenção governamental eleva preços do milho

Estoques mundiais seguem crescendo e aumentam a concorrência internacional com o Brasil


A continuidade da intervenção governamental tem diminuído a pressão sobre as cotações internas do milho, o que elevou o indicador nos últimos sete dias. Enquanto isso, os estoques mundiais seguem crescendo, aumentam a concorrência internacional com o Brasil.

>> Cotação: acompanhe os preços das principais commodities

No mercado doméstico, os negócios ocorrido apenas pontualmente. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), produtores que ainda possuem soja armazenada optam por efetivar negócios com a oleaginosa, diante d

O indicador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP/Esalq)/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), subiu 2,07% entre 12 e 19 de agosto, com a saca de 60 quilos a R$ 23,62 nessa segunda-feira, dia 19. Se considerados os negócios também em Campinas, cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 23,19 a saca de 60 quilos na segunda-feira, uma alta de 3,34% em sete dias.

Soja


Na última semana a revisão para baixo da produção e dos estoques norte-americanos, refletiu em valorização da soja na bolsa. No dia 15 de agosto, os contratos da BM&FBovespa, com vencimento em setembro de 2013, fecharam em US$ 29,25 pela saca de 60 quilos, frente US$ 27,42 na semana anterior. No mercado físico, no mesmo dia, a saca de 60 quilos ficou cotada em R$ 64,00 na média em São Paulo, valorização semanal de 5,3%. Segundo a Scot Consultoria, a pressão é de alta e, em curto prazo, a expectativa é de firmeza nas cotações.
a alta da moeda norte-americana e do mercado internacional, esfriando ainda mais as transações envolvendo milho. Os compradores estão à espera de preços ainda menores ou aproveitando oportunidades oferecidas por vendedores que participaram dos leilões governamentais.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Inverno é o momento ideal para tratar a verminose no rebanho, alerta veterinária

Controle nesta época do ano evita maiores perdas no rebanho

Durante o inverno, uma das preocupações mais constantes dos produtores está no manejo sanitário e alimentar dos animais. Alguns cuidados básicos precisam ser tomados para evitar as perdas no rebanho e a manutenção da produção.

De acordo com a veterinária Sandra Carneiro, este é o momento ideal para se fazer um manejo correto contra as verminoses, já que, devido ao frio e à seca, os vermes encontram-se dentro do animal.

– Desta forma, evita-se a contaminação do ambiente na época de calor, quebrando o ciclo. É uma forma estratégica de controle.

Outra questão que precisa ser levada em consideração é o cuidado com os animais mais novos. O produtor Rubens Catenacci, especialista na produção de bezerros, ressalta a importância do manejo sanitário adequado desde o nascimento dos bezerros.

– Cumprimos o calendário à risca, pois estes animais tem menos imunidade do que os animais mais erados, tornando o cuidado redobrado até mesmo quando começa os nascimentos dos nossos bezerros. Por isso é importante utilizar bons produtos, pois são eles que farão a diferença na saúde do rebanho – enfatiza Rubens.

Segundo Sandra, o maior desafio é justamente lidar com essa baixa imunidade dos animais, que diminui em média aos quatro meses.

– Recomenda-se fazer uma vermifugação e a vacina do carbúnculo nesta época, para que o bezerro chegue à desmama sem verminoses e protegido das doenças.

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Ministra diz que regulamentação do novo Código Florestal e do CAR deve ocorrer até outubro

Segundo Izabella Teixeira, já era para a regulamentação ter saído, porém, o cadastro Ambiental Rural foi suspenso temporariamente para ajustes


O Cadastro Ambiental Rural (CAR), do Código Florestal, foi suspenso temporariamente para ajustes. Mais de 5 milhões de imóveis rurais do país precisam ser registrados no CAR, mas para que o cadastro entre em vigor, ainda é preciso que o governo publique um decreto regulamentando essa exigência prevista no novo Código Florestal.

>> Entenda o Código Florestal

Nesta quinta, dia 14, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira disse que espera que o novo Código e o CAR sejam regulamentados até outubro deste ano. Segundo ela, a dificuldade está na implantação do sistema nos Estados. Em 11, o programa utilizado será próprio e nos demais, será fornecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

– Se dependesse de mim essa regulamentação já teria saído. Eu dependo da conclusão dos trabalhos dos Estados. Vamos esperar no máximo até outubro. Estamos fazendo uma série de reuniões com os Estados, é competência deles a implantação do cadastro. Estamos treinando pessoal e já temos mais de 2 mil pessoas capacitadas. A expectativa é fechar o ano com 15 mil pessoas preparadas. O atraso só conta quando o prazo começar a contar, e o prazo só começa a contar quando sair à norma, que eu tenho que assinar.

Izabella Teixeira frisou que há questões técnicas que precisam ser atendidas antes do sistema começar a funcionar, com, por exemplo, o acesso para quem não tem internet.

– Como você faz um cadastro sem o sistema offline!? Todo produtor tem acesso a internet? Acho que não. Os Estados fizeram um sistema com modo offline, e o governo federal está fazendo também, para que todos possam ter acesso. Colocamos mais de US$ 100 milhões para os Estados fazerem e ainda tem gente com dificuldade. Então, temos que procurar resolver os problemas para ter tranquilidade quando o cadastro funcionar efetivamente – disse a ministra.

O novo Código já completou um ano de existência, mas na prática nada mudou, já que essa regulamentação está parada em análise na Casa Civil. Além dos aspectos técnicos, a demora se dá porque o Ministério do Meio Ambiente acrescentou ao texto dois novos quesitos que desagradam os produtores rurais, o Comprovante de Regularidade Ambiental (CRAM) e o Plano de Recuperação de Área Alterada e Degradada (Prada), o que atrasa o trabalho dos Estados.

Outro motivo que entravou o processo foi o teste para inscrição pela internet que estava disponível há quatro meses para produtores de Goiás e do Rio de Janeiro. Segundo o ministério, a suspensão é para que melhorias sejam implementadas. Os Estados do Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Pará e Tocantins já informaram que vão utilizar seus sistemas estaduais.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cafeicultores do Paraná devem se preparar para nova geada

O Instituto Agronômico do Paraná (lapar) e o instituto Simepar, vinculados ao Governo do Estado, informam que há previsão de geadas em toda a região cafeeira na madrugada de quinta-feira (15). Viveiros devem ser protegidos com cobertura (vegetal ou plástico) ou com uso de aquecimento

Produtores devem providenciar o “chegamento” no tronco dos cafeeiros com idade entre seis e 24 meses, que consiste em protegê-lo com pequenos montes de terra. Essa proteção deve ser mantida até meados de setembro e, depois, retirada com as mãos.

Nas lavouras com até seis meses de campo, recomenda-se aos cafeicultores aguardar novo aviso, que será expedido nesta quarta-feira (14), com informações atualizadas sobre o avanço da massa de ar frio, para então decidir sobre a necessidade de enterrar as mudas.

Mais informações sobre o “Alerta Geada” e técnicas de proteção de cafeeiros podem ser obtidas no endereço www.iapar.br ou pelo disque-geada (43) 3391-4500.

PERDAS - O resultado da cultura do café para este ano não deve ser alterado e, até então, está mantida a previsão de produção de 1,7 milhão de sacas, sendo que metade desse volume já foi colhida.

Levantamento preliminar do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, estima perdas de até 51% na produção de café em 2014, em função das geadas que atingiram as plantas em, praticamente, todos os municípios que cultivam café no Estado, em julho.

Cerca de 80% dos 82.300 hectares ocupados com café no Estado foram atingidos pelas geadas no mês passado. As regiões mais atingidas localizam-se entre Apucarana, Ivaiporã, Londrina e Maringá. No Norte Pioneiro e Noroeste também geou, mas em menor intensidade.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Preços do boi devem voltar a subir a médio prazo, diz analista de mercado

Segundo Caio Junqueira, o clima prejudicou a oferta e o valor do animal

 


A queda nos preços do boi gordo, de acordo com o analista de mercado Caio Junqueira foi causada pela a geada que prejudicou as pastagens no mês passado, e estimulou a oferta do animal.

– A meu ver, o principal motivo para a enxuta oferta de animais foi a geada. O clima foi o fator predominante para essa queda. A situação das pastagens está crítica, degradado Brasil a fora – disse.

Segundo o analista, de curto a médio prazo, deve haver mudança nos preços. A oferta de boi magro e de bezerro, de acordo com ele, é peça chave para o confinamento, mas deve sofrer mais que o boi gordo.

Junqueira diz que quando diminuir a oferta de boi de pasto deve ser apenas para o boi de confinamento. Segundo ele, isso não sustentará a pressão de baixa, portanto, os preços devem voltar a subir.

– Acredito que em 10 dias, o boi deve pegar uma vertente de alta – disse.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Safra de grãos deve ser 16,1% maior que a de 2012, prevê IBGE

Estimativa de julho indica volume de 187,9 milhões de toneladas.
Área a ser colhida chegará a 52,8 milhões de hectares, aumento de 8,2%.


A sétima estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que o país deve produzir 187,9 milhões de toneladas este ano, volume que representa um crescimento de 16,1% em relação às 161,9 milhões de toneladas obtidas em 2012. A previsão de julho também é 1,2% superior à estimativa do mês anterior, de 185,7 milhões de toneladas.

A área a ser colhida em 2013, de 52,8 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 8,2% frente à área colhida no ano passado (48,8 milhões de hectares) e aumento de 0,4% em relação à previsão no mês anterior (195.451 hectares).

As três principais culturas – arroz, milho e soja – que, somadas representam 92,1% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do país, respondem por 85,9% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior houve acréscimos na área de 7,2% para o milho, 11,2% para a soja e decréscimo de 0,6% na área colhida de arroz.

No que se refere ao volume de produção, os acréscimos foram de 2,9% para o arroz, de 12,2% para o milho e de 23,7% para a soja, quando comparados a 2012.

Estados e regiões
A região Centro-Oeste será responsável por 77,7 milhões de toneladas; seguida da região Sul, com 73,7 milhões de toneladas. A produção do Sudeste deve totalizar 19,6 milhões de toneladas; a do Nordeste, 12,3 milhões de toneladas; e, Norte, com 4,6 milhões de toneladas.

Na comparação com a safra de 2012, são constatados incrementos de 9,8% na Região Centro-Oeste, 33,5% na Sul, 2,0% na Sudeste e 3,3% na Nordeste. Na região Norte houve decréscimo de 3,1%.

De acordo com a sétima estimativa de safra do IBGE, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,4%, seguido pelo Paraná (20,2%) e Rio Grande do Sul (15,7%), que somados representaram 60,3% do total nacional previsto.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Produção menor de leite eleva o preço pago ao produtor em SC

Com a demanda maior que a oferta, o preço do leite não para de subir.
Em Santa Catarina, o valor pago por litro atingiu a marca histórica.


Nas propriedades do oeste catarinense, os criadores de gado sentem os efeitos da estiagem do ano passado.

Com a seca, a silagem guardada para alimentar os animais no inverno, não teve uma boa qualidade e o atraso no período de chuva entre abril e maio adiou o plantio das pastagens de inverno. O resultado é uma produção menor de leite.

A procura maior que a oferta acirrou a disputa pela matéria-prima e o preço do leito subiu.

Luciano Sarvacinski cria gado leiteiro há mais de 50 anos em Chapecó e conta que não é sempre que vive uma situação tão favorável como agora.

O aumento no valor pago por litro motivou o produtor a aumentar o plantel de 55 para 85 vacas e a construir um galpão para confinamento dos animais. Com o sistema, a ideia é ampliar a produção de 1,3 mil para mais de 2 mil litros de leite por dia.

Quem não está nem um pouco satisfeito é o consumidor final, que em alguns supermercados chega a pagar até R$ 3 por uma caixinha de leite.

Segundo a indústria, não há previsão de redução no valor do produto pelo menos nos próximos 30 dias. “Esse valor é histórico e o produtor terá ainda alguns meses para vender o leite por um bom preço. Quem trabalhou bem em cima de custo, certamente está com uma boa margem de lucro”, explica Marcos Zordan, diretor de agropecuária da Cooperativa Aurora.

No inverno passado, o oeste de Santa Catarina produziu 140 milhões de litros de leite por mês. A região responde por 70% da produção do estado.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Conheça os principais resíduos agropecuários capazes de diversificar a matriz energética brasileira

O reaproveitamento de resíduos de biomassa é uma das soluções para diversificar a matriz energética. No Brasil, vários elementos vegetais são apontados como ricas fontes para produzir energia elétrica e térmica.

A biomassa é uma das fontes de produção de energia com maior potencial de crescimento, segundo o Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Ela é apontada como alternativa para a diversificação da matriz energética em todo o mundo. Seu desenvolvimento está atrelado à necessidade de redução da dependência de resíduos fósseis, como o petróleo e o carvão, assim como de fontes renováveis que geram alto impacto ambiental, como a hidroeletricidade, além de favorecer a destinação sustentável para resíduos urbanos, industriais e agrícolas.

Qualquer matéria orgânica capaz de ser transformada em energia mecânica, térmica ou elétrica é caracterizada como bioenergia, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Pode ser de origem agrícola, como grãos e resíduos da suinocultura; florestal, como a madeira; ou rejeitos urbanos e industriais. A agricultura representa 33% do potencial energético da biomassa no país, enquanto resíduos de atividades florestais correspondem a 65%.

Palhas, cascas de frutos e árvores, cereais, bagaços, resíduos de podas e rejeitos madeireiros apresentam grande potencial para geração de energia elétrica. Porém, alguns tipos de biomassa acabam não tendo grande aplicação, por conta dos custos logísticos de coleta e transformação. Conheça alguns dos principais produtos vegetais brasileiros que podem ser usados na produção de energia:

1. Bagaço de cana-de-açúcar

Resultado da colheita da cana-de-açúcar para o setor sucroenergético, para produção de etanol e açúcar, o bagaço da planta é uma das principais fontes de produção de energia renovável a partir da biomassa no Brasil. Corresponde a 16% da oferta de energia interna, conforme o Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio).


A ponta e palha da planta também são utilizadas em lavouras onde o processo de colheita é mecanizado. Os resíduos são queimados em caldeiras, e o vapor impulsiona as turbinas que irão gerar a energia elétrica. De acordo com a Aneel, 370 usinas usam esta fonte para suprir toda a demanda de produção térmica e elétrica durante o período de safra. A produção média é de 8.974. 912 Quilowatts (kW), o que equivale a 6,77% da produção brasileira. Parte das beneficiadoras consegue vender o excedente para o Sistema Interligado Nacional (SID).

2. Casca de arroz

A casca de arroz é considerada um dos mais abundantes resíduos da agroindústria brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 2013, a previsão é que sejam colhidas 173,8 milhões de toneladas do cereal, 6,9% superior a 2012. Em uma tonelada do alimento colhido no campo, 30% é casca.


De acordo com a Aneel, existem nove usinas geradoras de energia a partir da casca do arroz. Elas queimam o resíduo durante o processo de secagem do grão e têm capacidade instalada de 36.433 kW de potência, o que corresponde a 0,03% da geração nacional. Apesar de possuir alto valor energético, especialistas afirmam que ainda é baixa a adesão desta matéria-prima como fonte de energia, principalmente por falta de incentivo ao investimento.

3. Resíduos florestais

A matéria-prima excedente da indústria de papel e celulose é apontada como um importante gerador de energia elétrica por meio do reaproveitamento de resíduos da biomassa. Ela é formada por matéria vegetal, como madeira, galhos e folhas, além do licor negro, subproduto extraído do processo de transformação de celulose. Depois de compactados, os outros resíduos podem ser transformados em carvão vegetal, briquetes ou paletes para serem usados em processos de combustão em caldeiras e fornos.



Dados do Cenbio indicam que a área florestal plantada do Brasil em 2012 era de pouco mais de sete milhões de hectares. A geração total de energia no país utiliza 57,2 megametros cúbicos (Mm³) da madeira consumida a partir de floresta plantada. As 48 usinas de resíduos da indústria madeireira e as 15 de licor negro, da silvicultura, geram, respectivamente, 417.835 kW e 1.304.182 kW de potência, segundo a Annel, e juntas, não correspondem nem a 2% da geração nacional.

4. Casca de coco

A casca do coco também pode ser utilizada como matéria-prima para geração de energia elétrica. Todos os anos, são colhidos no Brasil, em média, 2,5 bilhões de frutos, em uma área de aproximadamente 280 mil hectares. Apesar dos números de produção, esta matéria-prima ainda é subutilizada, segundo o Cenbio. Dificuldade logística e falta de incentivo para investimentos limitam o aproveitamento da casca de coco no país. Apenas a parte mais fina da casca é utilizada em fornos e caldeiras das usinas beneficiadoras, para secagem do produto.


Uma tese de doutorado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontou também as potencialidades da casca do coco babaçu para geração de energia. Segundo a pesquisa, as 985 mil toneladas extraídas anualmente poderiam gerar o equivalente a 5% da matriz energética do país.

5. Ouriço da Castanha-do-Pará

A castanha-do-pará também desponta como fonte de energia renovável. O ouriço é o fruto da árvore, onde são encontradas entre 12 e 22 sementes, as quais servem como alimento para pessoas e animais. Cada fruto pesa entre 500 gramas e 1,5 quilo e possui uma casca grossa, que serve como proteção às sementes.

 
O ouriço é utilizado como lenha, em usinas térmicas e caldeiras, em forma de briquete. Ele também é utilizado para fabricar "aço verde" nas indústrias siderúrgicas – chamado assim porque, para a queima, se utiliza apenas combustível de biomassa. Apesar de apresentar um grande potencial energético, o uso desta matéria-prima é incipiente no Brasil, segundo o Cenbio, devido à pulverização da produção.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Setor produtivo de ovos projeta expansão do mercado e das exportações nos próximos anos

Assunto foi discutido em evento de promoção e incentivo ao consumo do produto


Com um volume de exportação menor no primeiro semestre de 2013, o setor produtivo de ovos do Brasil está projetando a expansão de mercados nos próximos anos. O assunto foi discutido nesta sexta, dia 2, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em evento de promoção e incentivo ao consumo do produto.

O resultado foi afetado por uma mudança na legislação do principal país importador de ovos brasileiros, a Angola, que responde por 42% dos embarques. Os angolanos passaram a exigir que o produto brasileiro chegasse lá com no máximo 60 dias de produção. Como os navios levam um tempo médio de 20 dias no trajeto, o prazo ficou apertado.

Apesar disso, de acordo com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), não deve haver excesso de estoques no mercado, neste segundo semestre. A expectativa do setor é dobrar os volumes exportados, que atualmente representam apenas 1% da produção brasileira. É o que explica o diretor de marketing da Ubabef, Ricardo Santin.

– Na verdade, a gente busca ter no mínimo 10%, a gente fala que para o ideal é que se tenha 70% de produção de mercado interno e 30% de mercado externo. Lógico que para gente chegar a esse ponto, com o setor de postura, iremos levar mais tempo. Mas essa é a meta do Brasil, do nosso produtor de ovos e da Ubabef, para chegar um dia a ter 30% da nossa produção espalhada pelo mundo – disse.

Em busca da abertura de novos mercados para o ovo, a empresa gaúcha Naturovos fez o primeiro embarque de amostras da produção para Singapura, país que impõe muitas restrições para entrada do produto. O container com 4.500 ovos ainda está no mar, e em breve deve ser analisado.

– Essas negociações já vem há mais de sete anos, foi quando a primeira missão visitou nossa empresa. Desde ano passado a gente estreitou essas relações. O que eles exigem do país, é um plano nacional de salmonelose, que foi aprovado há pouco tempo pelo governo. Como o container ainda esta viajando, isso também faz parte do teste, eles querem saber como o produto se comporta no transporte. Acredito que depois da chegada, em torno de quatro a seis meses vamos ter algum retorno deles já – disse o gerente de exportação da Naturovos, Anderson Herbet.

O Brasil está em quarto lugar no consumo de ovos, cada pessoa ingere, por ano, 161 ovos. Em primeiro lugar está o México, com 365, seguido do Japão, com 360, e dos Estados Unidos com 262. Com volume baixo de exportação e consumo ainda pequeno no mercado interno, o setor trabalha para promover o alimento. No Rio Grande do Sul, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) está lançando uma campanha de incentivo ao consumo.

– Nós queremos nos próximos anos, no mínimo aumentar mais 20 ou 30 ovos. Assim iremos conseguir começar a avançar e chegar próximo a alguns países desenvolvidos – disse José Eduardo dos Santos, diretor executivo Asgav.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Exportação de milho cresce 130% em julho e chega a 733 mil toneladas

Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgou nesta quinta, dia 1º, dados da balança comercial brasileira referentes ao último mês


O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou nesta quinta, dia 1º, os dados da balança comercial brasileira de julho. As exportações de milho foram destaque, com crescimento de 130,8% sobre junho, embora o número ainda seja inferior ao volume embarcado em julho de 2012. No mês passado, as exportações do cereal alcançaram 733,3 mil toneladas, ante 276,3 mil toneladas em junho.

Na comparação com julho de 2012, o volume negociado é 58,8% inferior. A confirmação da quebra da safra norte-americana fez crescer a procura pelo milho brasileiro e o país embarcou 1,703 milhão de toneladas para o exterior em julho do ano passado.

Em receita, as exportações do cereal do último mês alcançaram US$ 186,6 milhões, 125,1% acima do montante registrado no mês passado, quando o valor das vendas somou US$ 72,1 milhões. Na comparação com igual período de 2012, quando a receita somou US$ 419,3 milhões, a receita se retraiu 57,4%. Os preços, no entanto, ficaram 3,4% acima do patamar registrado em julho do ano passado, em média US$ 254,5 por tonelada.

Complexo soja

Segundo as estatísticas oficiais, a exportação do complexo soja atingiu 4,769 milhões de toneladas e a receita somou US$ 3,059 milhões no mês de julho. O balanço mostra que o volume exportado em julho recuou 0,8% em relação ao desempenho do mês anterior e caiu 18% ante julho do ano passado. Já a receita apresenta queda de 6,35% em relação a junho deste ano e aumento de 25,8% ante julho do ano passado.

As exportações do complexo no acumulado de janeiro a julho deste ano atingiram 39,897 milhões de toneladas e geraram receita de US$ 23,2 bilhões. Em relação ao desempenho de igual período de 2012 houve crescimento de 7,2% no volume exportado e de 10,8% no faturamento.

O bom desempenho da balança comercial do complexo foi impulsionado pela demanda firme e pelos bons patamares de preços da soja no mercado internacional, sustentados pela forte quebra da safra norte-americana no ano passado.

Soja em grão

Em julho, os embarques de soja em grão atingiram 5,658 milhões de toneladas e a receita, US$ 3,059 bilhões, registrando queda de 12,9% em volume e de 10,9% em valor em relação ao desempenho de junho. Na comparação com julho de 2012, o comércio do grão cresceu 37% em volume e 36% em valor.

No ano, as exportações somaram 31,8 milhões de toneladas e geraram uma receita de R$ 16,9 bilhões, com crescimento de 15,7% em volume e de 19,2% em valor na comparação aos primeiros sete meses do ano passado.

Farelo de soja

As exportações de farelo em julho atingiram 1,601 milhão de toneladas, o maior volume desde maio do ano passado, o que permitiu recuperar em parte o fraco desempenho dos embarques registrado no primeiro semestre deste ano. O volume cresceu 26,4% em relação ao mês anterior e 4% ante julho do ano passado. Já a receita atingiu o valor recorde mensal de US$ 769,8 milhões, valor 24,5% superior ao de junho e 9,3% acima de julho do ano passado.

No acumulado do ano, as vendas recuaram 13,7% em volume (para 7,442 milhões de toneladas), mas subiram 4,1% em valor, para US$ 3,66 bilhões, a maior receita para o período da série histórica do MIDC.

Óleo de soja
Os embarques de óleo de soja em julho somaram 109,9 mil toneladas, volume 4,8% acima do mês anterior e 27,8% abaixo de julho de 2012. Já a receita mensal atingiu US$ 108,2 milhões e foi 1% superior à do mês anterior e 39,2% menor que no mesmo mês de 2012.

De janeiro a julho, as vendas do produto somaram 623,3 mil toneladas, volume 42,6% inferior ao registrado em igual período do ano passado. No acumulado do ano, a receita recuou 47,9%, para US$ 658 milhões.

Açúcar

As exportações de açúcar em julho alcançaram 2,29 milhões de toneladas. O volume supera em 4,19% as 2,20 milhões de toneladas de junho, mas é 7,74% menor na comparação com as 2,49 milhões de toneladas de julho de 2012. Do total exportado no mês passado, 1,85 milhão de toneladas foram de açúcar demerara e 444,2 mil toneladas, de refinado.

A receita gerada foi de US$ 964,3 milhões em julho, o que representa um crescimento de 0,63% ante os US$ 958,2 milhões registrados em junho, mas queda de 26,28% na comparação com os US$ 1,30 bilhão obtidos em julho de 2012.

Etanol

Em julho, o Brasil exportou em julho 350,5 milhões de litros de etanol, crescimento de 25,40% na comparação com os 279,5 milhões de litros embarcados em junho, mas queda de 15,41% ante os 414,4 milhões de litros apurados em julho de 2012.

A receita com a venda do combustível somou US$ 223,5 milhões em julho, uma alta de 18,56% ante os US$ 188,5 milhões registrados em junho. Em relação a igual período do ano passado, quando os embarques geraram US$ 304,8 milhões, houve recuo de 26,67%.

Suco de laranja

A exportação brasileira de suco de laranja movimentou US$ 155,5 milhões em julho deste ano, queda de 27,23% em comparação com US$ 213,7 milhões faturados no mesmo mês do ano passado. No entanto, houve leve aumento de 0,78% ante os US$ 154,3 milhões de junho.

O volume exportado de suco de laranja no mês passado alcançou 149,6 mil toneladas, queda de 25,98% sobre as 202,1 mil toneladas de julho de 2012 e alta de 8,48% ante as 137,9 mil toneladas de junho passado.

O preço médio da tonelada exportada de suco em julho, de US$ 1.039,70, foi 1,67% menor que os US$ 1.057,40 a tonelada de julho do ano passado e 7,09% inferior aos US$ 1.119,00 a tonelada de junho passado.

Café

A exportação brasileira de café em julho passado (23 dias úteis) alcançou 1,923 milhão de sacas de 60 quilos, o que corresponde uma elevação de 5,52% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram comercializadas 1,822 milhões de sacas. Em termos de receita cambial, houve queda de 21,72% no período, para US$ 294,5 milhões em comparação com US$ 376,2 milhões em julho de 2012.

Quando comparada com o mês anterior, a exportação de café em julho apresenta queda de 7,72% em termos de volume, pois em junho passado o país embarcou 2,084 milhão de sacas. A receita cambial foi 13,13% menor, considerando faturamento de US$ 339 milhões em junho.