terça-feira, 29 de outubro de 2013

Com reajuste na vacina, pecuaristas de Mato Grosso investirão R$ 45 milhões em imunização de febre aftosa

Vacinação deve ser feita em novembro em todo o rebanho do Estado


A imunização do rebanho de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa na segunda etapa de 2013 custará mais caro aos pecuaristas de Mato Grosso, informou a Acrimat. Com reajuste entre 30% e 40%, a dose para a vacinação será comercializada entre R$ 1,55 a R$ 1,60. Em maio, durante a primeira etapa, este valor variou entre R$ 1,05 e R$ 1,20. Ao todo, o desembolso dos pecuaristas deve chegar a R$ 45 milhões, somando os custos do manejo do rebanho, uma vez que neste período de chuvas a condução do gado é mais difícil e pode ocasionar perdas de peso ou imprevistos, e os custos com mão-de-obra.

O segundo período de vacinação no Estado vai de 1º ao dia 30 de novembro e é voltado para todo rebanho, de mamando a caducando. Na região do Pantanal, a imunização poderá ser feita até o dia 10 de dezembro. Apesar da alta nos preços, os produtores devem manter seu compromisso com a sanidade animal, aponta a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, explica que os gastos com a vacinação não deixa de ser um investimento do produtor para a manutenção do status sanitário do Estado.

– O pecuarista reconhece a importância da vacinação para manter o rebanho livre da aftosa, o que garante mercado para nossa carne. Apesar de mais cara, o pecuarista não deixará de vacinar.

Há 17 anos não há registro de aftosa em Mato Grosso, garantindo o status de livre de aftosa com vacinação. O compromisso é reafirmado pelo pecuarista Marcos Jacinto, de Gaúcha do Norte.

– Nosso comprometimento não é atingido pelas variações de preços, até porque, entre o começo do período de vacinação e final há uma redução no valor da vacina. Além disso, há anos a vacinação já integra as atividades da pecuária de corte.

O pecuarista avalia que o acréscimo no preço da vacina é normal sempre que uma etapa começa, mas, que depois, até mesmo para aliviar o estoque, laboratórios e empresas reduzem este margem.

– Os laboratórios sabem da obrigatoriedade da vacinação e por isso praticam o preço que querem. Podemos observar ao longo desses anos que sempre há uma redução no preço ao fim da etapa e se isso ocorre é porque as empresas trabalham com uma margem de lucro majorada – analisa Jacinto.

O gerente de uma rede casa agropecuária, Genésio Puhl, explica que se avaliado o preço nos últimos dois anos é possível identificar que a variação não foi tão grande, uma vez que em 2011 a dose chegou a ser comercializada por R$ 1,30.

– Comparando com 2011, o aumento é pequeno. Final do ano passado e em maio deste ano que houve uma redução mais acentuada no valor, mas agora foi reajustado.

A compra das doses é permitida a partir do dia 1º de novembro e a expectativa do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) é que mais de 28 milhões de animais em mais de 100 mil propriedades sejam vacinados. O descumprimento da obrigação dentro do período estipulado acarretará em uma multa de 2,25 Unidades Padrão Fiscal (UPFs) por animal, o que representa R$ 230,28. A comunicação ao Indea sobre a vacinação deverá ser feita até o dia 10 de dezembro.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Arroba do boi gordo está valorizada há oito semanas em Mato Grosso

Exportação de carne bovina no terceiro trimestre foi a segunda maior em arrecadação na história do Estado, somando US$ 275,25 milhões


O último boletim do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado nesta semana, com análise referente ao período entre 14 a 18 de outubro, indica que o momento é de comemoração para os pecuaristas que possuem boiada terminada, gorda e pronta para entregar à indústria frigorífica do Estado.

Em termos nominais, a arroba do boi gordo em Mato Grosso não atingia preços tão elevados desde novembro de 2010. A terceira semana do mês foi a oitava semana de alta consecutiva. As cotações do mercado físico da arroba do boi gordo, à vista, estão entre R$ 95,00 e R$ 96,00, as maiores do ano.

De acordo com o Imea, a guinada nos preços iniciou após a estabilização de preços do mês de agosto, quando a arroba era cotada, em média, a R$ 88,00, ou seja, os preços atuais em Mato Grosso já registram 9% de alta. Neste período, a oferta não melhorou e a tendência é de que ainda ocorram mais variações positivas no preço pago ao bovinocultor.

O instituto ressalta que a oferta de gado confinado está mais restrita este ano e que as recentes chuvas que ocorreram no Estado são um indício de melhora das condições de pastagens, porém, ainda é cedo para a boiada engordar somente a pasto.

>> Acesse o boletim completo e confira os gráficos do levantamento

O mercado do boi gordo, no entanto, não se resume a quem vende a boiada, e a situação para o comprador não é favorável. A tendência no curto prazo é de que as cotações continuem elevadas, pressionando ainda mais as margens das indústrias frigoríficas. Considerando o custo de aquisição da matéria-prima e os principais cortes com osso no atacado (traseiro, dianteiro e ponta de agulha), no final da balança da indústria frigorífica, o resultado do equivalente físico é 6,2% menor que o custo de R$ 95,84 a arroba pago ao bovinocultor de corte. Segundo a análise, a indústria também elevou seus preços de venda.

Exportação alta no trimestre

Os dados mensais de exportação de carne bovina divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelaram que o terceiro trimestre de 2013 foi o segundo melhor em arrecadação da história de Mato Grosso. No período, o valor exportado somou US$ 275,25 milhões, US$ 10 milhões a menos que o recorde histórico do quarto trimestre de 2012.

Na comparação com o trimestre anterior, o aumento foi de 19,5%, e com relação ao mesmo trimestre do ano passado, o aumento foi de 18%. O dólar valorizado, principalmente em setembro, ajudou as exportações, tornando a carne mais barata para quem compra, aumentando o volume embarcado e a arrecadação. No acumulado anual de arrecadação com as vendas de carne bovina, o Estado já embolsou US$ 730,26 milhões.

Mercado de reposição

O levantamento de preços do Imea constatou que o preço do boi magro se mantém em patamares mais elevados quando comparado aos preços registrados em 2012. Em outubro, o animal foi avaliado em R$ 1.190,00 por cabeça, obtendo valorização de 12,9% quando comparado a outubro de 2012, quando as cotações eram de R$ 1.053,96/cabeça. Desde janeiro de 2012, foram acumulados 8,04% de alta no preço do boi magro.

Relação de troca

Sendo um dos vilões das intenções de confinamento neste ano, o farelo de soja, após novas altas, mantém a relação de troca com a arroba do boi gordo elevada, mesmo com o novo cenário do mercado do boi. Na comparação da média de setembro com outubro o farelo obteve elevação de 1,4%, com preços variando de R$ 1.091,18/tonelada para R$ 1.106,44/tonelada.

Sendo assim, mesmo com o avanço de 4,7% na arroba do boi gordo, o poder de compra se manteve em um dos piores níveis do ano. A relação de troca atual é de 11,61 arrobas para se comprar uma tonelada de farelo de soja, em abril, ou seja, na safra, eram necessárias 7,73 arrobas, a melhor situação do ano e uma das poucas vezes este ano que o bovinocultor de corte precisou de menos arrobas que a média histórica (8,99 @/tonelada).

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Preço do milho tem desvalorização de 44% em Mato Grosso

A saca do milho, em Mato Grosso, encerrou a primeira semana deste mês desvalorizada em 44% na comparação com a cotação média do mesmo período do ano passado


Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) os preços médios de 30 de setembro a 4 de outubro atingiram R$ 9,66/saca ante R$ 17,30/saca em igual período de 2012. O grão ficou mais barato e ainda assim é motivo de transtornos e preocupações em relação a sua estocagem. Os dois problemas – preço e armazenagem - ainda devem tirar o sono do produtor mato-grossense, já que com a chegada da safra norte-americana e as previsões de excedentes no mundo a tendência é de novas pressões contra o valor da saca, o que deve reter a produção local da safra 2012/13, a maior colhida no Estado, 21,9 milhões de toneladas.

Como explicam os analistas do Imea, o contrato para dezembro/13 apresentou na semana passada as piores cotações desde a sua abertura, encerrando a US$ 4,39/bushel as sessões da última terça-feira e quarta-feira. “O mercado sente o peso da entrada do milho norte-americano”, destaca trecho do Boletim do Milho, divulgado segunda-feira.

Neste ano, o cenário climático do milho nos Estados Unidos se apresenta em melhores condições que em 2012, quando uma forte seca arrasou as lavouras, impactando na queda da safra. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) projeta uma produção 30% maior que a anterior. “De forma geral, a expectativa do mercado é de que os fundamentos baixistas continuem ao longo desta safra, uma vez que a elevação dos estoques do grão nos EUA e na América do Sul gera excedente. No curto prazo, o aumento da oferta imediata do produto com o avanço da colheita norte-americana pode pressionar ainda mais os preços do grão”.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Colheita recorde garante crescimento de 65,9% nas exportações de soja em setembro

Segundo MDIC, vendas externas renderam US$ 21,7 bilhões no acumulado do ano


A exportação de soja foi um dos destaques da balança comercial do País no mês de setembro, informou nesta terça-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os embarques do produto renderam US$ 1,9 bilhão no mês. O resultado é recorde e representa um crescimento de 65,9% na comparação com igual período de 2012.

A colheita recorde de 81,456 milhões de toneladas de soja na safra 2013/2014 também garantiu o bom desempenho dos embarques da oleaginosa no acumulado do ano. Nos primeiros nove meses de 2013, as vendas externas do grão renderam US$ 21,620 bilhões, também recorde, segundo o MDIC. Esse resultado representa um aumento de 30% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A participação da soja em grão nas exportações totais do país cresceu de 9,2% em 2012 para 12,2% neste ano.

Outros destaques do agronegócio no mês de setembro foram as exportações de farelo de soja, com crescimento de 8,4%, para US$ 727 milhões, e os embarques de carne bovina, que renderam US$ 502 milhões, valorização de 7,9%. No grupo de semimanufaturados, as exportações de couros e peles aumentaram 23,2%, para US$ 220 milhões. As vendas de óleo de soja tiveram expansão de 12,3%, totalizando US$ 160 milhões. Os embarques de celulose geraram receita de US$ 417 milhões, variação de 5,9%. No grupo de manufaturados, as exportações de etanol recuaram 50,2%, para US$ 182 milhões, enquanto as vendas externas de açúcar refinado tiveram retração de 45,1%, somando US$ 182 milhões. 

A China, principal parceiro comercial do Brasil, adquiriu produtos brasileiros  em ritmo superior ao de outros mercados. As exportações para o país asiático tiveram incremento de 17,9%, com receita de US$ 4,1 bilhões. Este crescimento foi impulsionado pelo aumento das vendas do complexo soja, açúcar em bruto, couros e peles e celulose, entre outros produtos.          

Resultados – As exportações totais do Brasil somaram US$ 20,996 bilhões em setembro, uma queda de 5% em relação ao mesmo mês de 2012. Na comparação com agosto de 2013, o rendimento obtido com os embarques cresceu 2,7%, pela média diária.
destaques da balança comercial do País no mês de setembro, informou nesta terça-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os embarques do produto renderam US$ 1,9 bilhão no mês. O resultado é recorde e representa um crescimento de 65,9% na comparação com igual período de 2012.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Reação do preço do suíno causa aumento no lucro do criador em MG

O preço do quilo do suíno registrou reação, o que provocou aumento no lucro dos criadores de Minas Gerais


Há tempo o suinocultor Valder Caixeta, de Patos de Minas, no alto Paranaíba, não vivia um momento tão bom na atividade. O valor recebido pelo quilo do animal vivo mantém-se em alta há quase dois meses.

"O mês de agosto foi um mês bom. Nós recebemos uma média de R$ 3,20 a R$ 3,30 o quilo. Esse mês de setembro, teve um aquecimento do mercado e o preço subiu um pouco. Hoje, estamos recebendo R$3,90 o quilo", diz Caixeta.

O suinocultor, que é criador independente e não tem vínculo direto com nenhuma agroindústria, explica que o custo médio de produção de cerca de R$ 2,70 registrou leve alta, principalmente em função do preço da soja. Mesmo com o aumento, o índice de lucratividade tem valido a pena. O produtor vendo o animal com menor peso para aproveitar o mercado.

"Comercializávamos os animais na faixa de 110 quilos. Hoje, estamos comercializando com 95 quilos em função do aquecimento do mercado. Comercializamos normalmente 2,6 mil animais. Ultimamente, estamos comercializando três mil animais por mês. O animal menor vale a pena porque a eficiência de crescimento dele é boa. Então, o custo dele fica mais barato", explica Caixeta.

A aproximação das festas de fim de ano, quando tradicionalmente aumenta o consumo da carne de porco, e a abertura de novos mercados para a carne suína brasileira no exterior são os principais fatores que contribuíram para que os preços estejam em alta, o que dá aos criadores boas perspectivas para o futuro da atividade.

De acordo com Ricardo Bartolo, diretor da Cooperativa dos Suinocultores de Patos de Minas (Suinco), os contratos de exportação para o Japão melhoraram a perspectiva de abertura de novos mercados. "O mercado de carne suína no Brasil na época de janeiro, fevereiro e março sempre sofre queda no setor de demanda. Mas se essa demanda for contrabalanceada pela nossa exportação, que é isso que a gente sente que vai acontecer, que por enquanto é um sentimento, eu acho que se essa demanda do mercado externo continuar se fortalecendo, nós vamos ter um equilíbrio. Aí sim o mercado se sustente ao longo de 2014 como um todo", diz.