terça-feira, 27 de maio de 2014

Tratores agrícolas fabricados até julho não precisarão de registro

Foi publicada ontem (27/5), no Diário Oficial da União, a Medida Provisória 646, que torna obrigatórios o registro e o licenciamento de tratores agrícolas que transitem em via pública



No entanto, a exigência somente será aplicada àqueles fabricados após 1º de agosto de 2014. Não haverá necessidade de renovação periódica do licenciamento. Em alguns estados, como Minas Gerais, eles serão também isentos de IPVA.

A Medida determina ainda a obrigatoriedade de que, ao transitar em via pública, o trator agrícola seja conduzido por motorista habilitado na categoria B.

Para o coordenador da Assessoria Jurídica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Francisco Simões, a determinação traz avanço na medida em que regulamenta de vez uma situação que vinha sendo interpretada e conduzida diferentemente em cada cidade ou região. "Principalmente para o produtor rural, o ganho em segurança jurídica é muito importante. O texto foi muito acertado ainda ao especificar uma data a partir da qual os veículos fabricados estarão sujeitos à norma”, avalia.

Ele lembra ainda que nos estabelecimentos rurais, a condução de máquinas e implementos agrícolas exige que o condutor tenha capacitação.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

PAA: Agricultores familiares recebem R$ 9,1 milhões em maio

Recursos beneficiam mais de 8,6 mil famílias que forneceram produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos



O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) paga neste mês R$ 9,1 milhões a agricultores familiares que participam do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade de Compra com Doação Simultânea. Foram mais de 8,6 mil famílias que venderam sua produção, referentes a registros efetuados no sistema de gestão do programa (SISPAA), pelas prefeituras e governos estaduais, no período entre 17 de abril e 15 de maio.

paa-folhapagamento-22052014-estados

De acordo com Sany Spínola, coordenadora de Articulação Federativa para o Abastecimento Alimentar do MDS, além de incrementar a renda mensal das famílias, a venda dos produtos para o PAA representa um canal seguro de venda para os agricultores familiares. “O preço pago pelos produtos, é sempre o praticado no mercado local, em muitos casos, melhor do que o obtido na venda para outros canais de comercialização”, observa Spínola. Desde junho de 2013, quando o governo passou a fazer os pagamentos diretamente aos agricultores, o PAA já repassou R$ 81,3 milhões às famílias. Eles recebem diretamente em conta bancária.

Confira a quantidade de agricultores pagos no mês, por município: http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/noticias/2014/maio/PAA-FolhaPagamento-22052014-municipios.pdf

A agilidade do pagamento é mais um fator de segurança para os agricultores. “O produtor tende a receber o pagamento num prazo que varia de 15 a 45 dias após a entrega do produto”, assinala a coordenadora. Os produtos adquiridos com recursos do governo federal são doados para escolas públicas, entidades pertencentes às redes socioassistenciais e equipamentos públicos, como restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Arroba do boi gordo apresenta queda no início da semana em São Paulo

Referência está em R$ 121,50, à vista, no Estado



O mercado do boi gordo iniciou a semana pressionado. Segundo a Scot Consultoria, em São Paulo, a referência para a arroba do animal terminado teve recuo e está em R$ 121,50, à vista. As escalas de abate no Estado estão completas, em sua maioria, até a próxima segunda, o que leva algumas indústrias a ofertarem R$ 118,00/@, à vista.

Outros frigoríficos estão fora das compras à espera de uma melhor definição do mercado.  A melhora na oferta de animais terminados, somada à piora na demanda por carne bovina, ocasionou este cenário no Estado. Houve recuos nos preços do boi gordo em outras 10 praças pecuárias. Para a vaca gorda, nove praças tiveram quedas.

Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a oferta de animais terminados teve ligeira melhora. No mercado atacadista de carne com osso, o ritmo de negócios é lento e  os preços, estáveis.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Agricultores do Semiárido aprendem a conviver com a estiagem

Os períodos de estiagem prolongada no Semiárido brasileiro provocaram durante décadas a perda de rebanhos e lavouras e também contribuíram para o aumento do êxodo rural


Essa realidade, no entanto, está em processo de mudança. Técnicas adequadas de manejo, além de acesso e estocagem de água, têm garantido a permanência de famílias que vivem da agricultura em suas terras.

A conservação de grãos para ração animal, a captação da água da chuva e a perfuração do solo para a implantação de cisternas e de poços artesianos são algumas das ações adotadas para garantir uma convivência melhor com o clima seco.

“Seca, nós nunca vamos conseguir viver sem. Tem é que produzir, cuidar dos animais [mesmo com a estiagem]”, diz a agricultora Francisca Carvalho, de 41 anos, conhecida como Kika. Ela vive desde 1999 em um assentamento na Chapada do Apodi, perto do município de Apodi, no Rio Grande do Norte. Cresceu na região e sempre conviveu com a estiagem.

“A seca de 1993 foi terrível. Meu pai tinha muita criação de caprinos e perdeu tudo. Uma roladeira [estrutura formada por latas com capacidade para 18 litros de água cada] de seis latas tinha que servir para uma família de seis pessoas. Tinha que dar para beber, tomar banho, cozinhar e dar para os animais”, lembra ela.

Segundo Francisca, a situação começou a melhorar um pouco depois da época em que ela foi assentada. Em 2000, o assentamento ganhou quatro cisternas de 16 mil litros cada. Hoje, de acordo com ela, dos 23 assentados, 12 têm poços em suas casas. Depois, algumas famílias também tiveram acesso à cisterna-enxurrada e à cisterna-calçadão, estruturas que captam água da chuva e têm capacidade para 52 mil litros.

Na cisterna-enxurrada, a água armazenada é para consumo humano. Na cisterna-calçadão, para irrigar a produção. A implantação das cisternas ocorreu com a ajuda da organização não governamental Articulação no Semiárido Brasileiro (Asa). A entidade, que recebe recursos do governo federal e de outros parceiros, fornece material e orientação para construir as estruturas.

O acesso a algumas técnicas também foi importante para ajudar Francisca e outros agricultores a enfrentar a seca. “Quando chegamos, tivemos várias capacitações do governo e de movimentos sociais”, diz ela, explicando que os assentados aprenderam a utilizar a técnica do silo, que consiste em armazenar o sorgo em um buraco na terra. Assim, a ração é conservada para a alimentação dos rebanhos.

“Recentemente [em 2010, 2012 e 2013] teve pouca chuva e a produção caiu, mas não perdemos rebanho. A gente conseguiu colher sorgo e fazer o silo”, diz Francisca, cuja família cria e planta para subsistência e eventualmente vende a produção excedente.

No caso do agricultor José Ivan Monteiro Lopes, de 34 anos, os poços artesianos foram o caminho para salvar a lavoura e manter o rebanho de gado. Ele perfurou dois poços no fim de 2012, um deles com recursos próprios e o outro com ajuda da organização não governamental Diaconia.

“A diferença [do poço artesiano em relação a outras soluções] é que ele chega a 40 metros de profundidade e tem muito mais água”, diz José Ivan, que vive em uma área rural perto da cidade de Tuparetama, em Pernambuco.

O agricultor conta que a forte estiagem em 2012 e 2013 o forçou a tomar a decisão de diminuir seu rebanho. De oito cabeças de gado, ele vendeu quatro com o intuito de ter menos animais para alimentar. Mesmo com as dificuldades, José Ivan acredita que a solução para os moradores do Semiárido é aprender a lidar com as particularidades da região. “[A seca] é um fenômeno natural, que ocorre em muitas partes do planeta. A gente não pode viver se mudando, de lugar em lugar.”

De acordo com dados divulgados pela Asa, o Semiárido abrange um território de 982,5 mil quilômetros quadrados. A área equivale a 18,2% do território nacional e a 53% da área do Nordeste. Seus moradores correspondem a 11% da população brasileira, o equivalente a 22,5 milhões de pessoas. Desse total, 14 milhões vivem na área urbana e 8,5 milhões são moradores da zona rural. Além disso, 1,5 milhão são agricultores familiares.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pesquisador garante que pasto com lavoura pode aumentar lucratividade da produção de leite

Segundo pesquisador da Embrapa Trigo, durante o inverno cinco milhões de hectares ficam ociosos no Sul



Um dos mais conceituados pesquisadores em pecuária de leite do Sul do Brasil, Renato Serena Fontaneli, da Embrapa Trigo, ofereceu razões de sobra para convencer o produtor a fazer a integração entre lavoura e pecuária de leite. De olho nos benefícios econômicos, agronômicos e ecológicos, Fontaneli insistiu para que os produtores gaúchos pensem a respeito dos cinco milhões de hectares que ficam ociosos no inverno.

– No inverno, temos área de lavoura disponível para fazer pasto – diz Fontaneli

O pesquisador comparou a área cultivada no verão – aproximadamente seis milhões de hectares – com soja, arroz, feijão e sorgo, com a área cultivada no inverno – em torno de um milhão de hectares – com trigo, aveia branca, cevada, triticale e centeio.

– A atividade leiteira é árdua, complexa, mas permite renda. Temos de encarar essa atividade como “duas colheitas” por dia.

A integração lavoura-pecuária de leite, em um Estado de clima subtropical como o Rio Grande do Sul, abriria uma “janela de oportunidades” para diversificar e aprimorar os sistemas de produção de grãos e de pastagens, conservaria melhor o solo, reduziria a incidência de doenças e plantas daninhas, tornaria mais eficiente o uso das máquinas agrícolas e alargaria a margem de lucro do produtor.

– O problema do sistema intensivo é que ele acaba estreitando a margem de lucro – justifica Fontaneli, embasado na pesquisa realizada pela Embrapa sobre Leite a Pasto em Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária.

– O pessoal fica com o pé atrás quando eu digo que a vaca que precisamos, a minha avó já conhecia. Genética nós temos, nós precisamos é de alimento – insiste Fontaneli.

Partindo do pressuposto de que não se pode dar qualquer coisa para as vacas comerem, a pesquisa feita pela Embrapa sugere o plantio e manejo de gramíneas e leguminosas forrageiras e cereais de inverno de duplo propósito – trigo e aveia.

Entre as espécies anuais de inverno, foram sugeridos trevos, aveia, azevém, com maior taxa de crescimento entre agosto e outubro. Entre as espécies perenes de inverno, poderia se pensar na festuca, trevo branco e cornichão, com crescimento entre setembro e novembro. Na lista das espécies perenes de verão, a Embrapa indicou tifton, quicuio, jesuíta, hermatria, com maior taxa de crescimento entre setembro e outubro.

– Dá para fazer muito dinheiro por área, o desafio é consorciar, fazer essa engenharia – assegura Fontaneli.

Nos Estados Unidos, quando concluiu o curso de doutorado há mais de dez anos, Fontaneli comparou a produção de leite de vacas em confinamento e tratadas no pasto. Segundo ele, nessa época uma vaca confinada produzia 30 litros diários. No pasto, a produção baixava para cinco litros. Entretanto, ele aponta que o custo do confinamento era US$ 4 vaca/dia e o custo do alimento no sistema a pasto, US$ 1 vaca/dia.

– Muito bem, perdi cinco litros de leite, mas entrou mais dinheiro no bolso, sobrou 10% a mais. Será que um bom pasto de inverno dá para fazer uma vaquinha produzir 15 litros de leite a pasto aqui? Dá. Com pasto de valor, a vaca come, por dia, 15 kg de matéria seca, logo irá produzir 15 litros de leite. Quanto me custou esse quilo de matéria seca? Dez centavos – calcula o pesquisador.

De acordo com pesquisador da Embrapa Trigo, é preciso tomar o cuidado de não apresentar modelos.

– Precisamos conhecer as opções e adaptá-las às condições locais. A cevada, por exemplo, tem alta energia líquida para lactação. No mundo inteiro, mais de 70% da cevada é usada na alimentação animal. No Brasil, é usada para cerveja.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Preço do suíno vivo aumenta 27% em relação a maio de 2013

Nos últimos dois anos, remuneração ao suinocultor foi baixa diante dos custos


Dois anos depois de perdas acumuladas, os suinocultores comemoram o bom preço pago pelo suíno vivo no Brasil. A alta no mês de maio foi de 27% em relação ao mesmo período do ano passado, e a exportação já supera a marca de 30 mil toneladas, com expectativa de que ultrapasse 50 mil toneladas até o fim do ano.

Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Rui Eduardo Vargas, o verão de 2013 foi um dos responsáveis pela subida dos preços.

─ O verão foi bastante rigoroso, com a diminuição do cio das fêmeas e o número de leitões por fêmea, tendo assim uma diminuição na produção de carne – explica Vargas.

Outro fator que mexeu com o preço do mercado foi o comportamento atípico da Ucrânia. O país europeu, responsável por 20% das exportações suínas, deixou de comprar carne entre março e junho de 2013. No entanto, quando voltou a negociar com o Brasil, comprou o dobro do que o normal.

─ Naquele momento que voltamos a exportar para a Ucrânia já tínhamos transferido a produção da Ucrânia para outros países e tivemos um aumento de demanda com a mesma oferta, criando assim uma reação de preços – acrescenta o vice-presidente.

O setor chegou ao fim de 2013 sem estoques e, quando esperava uma diminuição do consumo, o aumento do preço da carne bovina fez o consumidor nacional migrar para a carne suína. Todos esses fatores combinados ajudam a explicar a alta do preço no mês de maio. Segundo analistas, o mercado agora está estável e deve permanecer até o fim do ano, o que é uma boa notícia para os produtores, já que os preços dos insumos permanecem altos.

Os custos com os insumos permanecem altos, mas segundo o analista, os preços remuneradores estão compensando para o produtor.

– Não existe um sinal de que o mercado suíno vá se desestabilizar, primeiro porque nós trabalhamos com a hipótese de que não vai haver embargo na carne suína. Pelo contrário, há possibilidade de que a gente consiga exportar mais volumes em função do problema de produção dos Estados Unidos. Se o mercado externo continuar se comportando bem como o esperado, o natural é esperar um ano bom em termos de preços, sem altos e baixos – explica o analista Cesar Castro Alves.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Cafeicultores da região das Matas de Minas querem renegociação de dívidas

Lideranças pedem três anos de carência, com 15 anos de parcelamento e descontos de 45% para quem renegociar



A constatação do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária - IMEA- é possível "porque os resultados mostraram uma redução na intenção de se confirmar bovinos, já que em abril/13 a pesquisa indicava uma intenção de 809,55 mil cabeças e, este ano, é esperado um volume de 726,66 mil cabeças. As possíveis causas que levaram ao cenário de redução na intenção são oriundas de um conjunto de fatores, sendo o primeiro deles o custo da atividade, que se elevou acentuadamente de 2013 para 2014, puxado, principalmente, pela aquisição da boiada magra e pelos insumos alimentares".

O IMEA também chama atenção para o mercado futuro no segundo semestre, na bolsa, em São Paulo. "Não se encontram preços da arroba do boi gordo atrativos e, quando descontada a base histórica entre as duas praças, o cenário de preço torna-se pior. Com esse panorama, a premissa do planejamento para uma atividade de alta risco, que é o confinamento, parece estar sendo implementada, mostrando- se natural o resultado de abril passado".

terça-feira, 13 de maio de 2014

Carnes: Rússia habilita novos frigoríficos brasileiros

O serviço sanitário russo, o Rosselkhoznadzor, anunciou a habilitação de mais três plantas frigoríficas que podem exportar carnes para a Rússia



O serviço sanitário russo, o Rosselkhoznadzor, anunciou nesta segunda, dia 12, a habilitação de mais três plantas frigoríficas que podem exportar carnes para a Rússia. As plantas ficam nos Estados de Goiás, Mato Grosso e Santa Catarina.

Foram habilitadas as compras de carne bovina do frigorífico de SIF 4507, da JBS, localizada em Mozarlândia, Goiás. Outro estabelecimento de carne bovina aprovado é de SIF 1751, do Marfrig, localizado em Tangará da Serra, em Mato Grosso. O serviço sanitário russo também aprovou uma planta processadora de suínos do frigorífico Pamplona, localizada em Rio do Sul, em Santa Catarina.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, disse à reportagem do Canal Rural que os russos estão aumentando a demanda pela carne brasileira para abastecer o mercado interno, pois em função da crise com a Ucrânia não estão comprando dos Estados Unidos e dos países europeus.

Turra disse os exportadores brasileiros querem aproveitar o momento atual de maior demanda pelo produto nacional para propor um acordo que garanta estabilidade nas exportações para a Rússia. Nos últimos anos as vendas para o mercado russo foram mercadas pelos sobressaltos provocados por sucessivas suspensões e habilitações de plantas frigoríficas.

Os exportadores brasileiros estão na expectativa que o acordo entre os dois países seja assinado sem julho pela presidente Dilma Rousseff, durante a visita ao Brasil do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Vale lembrar que em 2011 a Rússia suspendeu as importações de carnes do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, que estão sendo aos poucos estão sendo retomadas.

Suínos

O destaque é a habilitação das plantas processadoras de suínas, que até o ano passado tinha apenas três estabelecimentos aptos a exportar. Com a decisão anunciada nesta segunda, agora treze plantas estão habilitadas a exportar carne suína para o mercado russo. Nove autorizações foram anunciadas entre março e maio deste ano. Ao todo são 22 estabelecimentos credenciados pelo Rosselkhoznadzor.

O reflexo do maior número de plantas habilitadas é o aumento das exportações brasileiras de carne suína para o mercado russo, que no mês passado atingiram 13 mil toneladas, volume 27% superior ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do primeiro trimestre deste ano as exportações de carne suína para a Rússia ampliaram 11,4% ante igual período do ano passado e somaram 47 mil toneladas.

Segundo dados das indústrias, no ano passado o Brasil foi responsável por 23% das importações russas de carne suína. Na carne de aves a participação é de 5% e de bovinos atinge 30%. Os russos também ampliaram o número de estabelecimentos habilitados de carnes bovina e de aves.

No caso da carne bovina dos 58 estabelecimentos credenciados 24 estão habilitados para exportar para a Rússia. Na carne de frango existem 38 estabelecimentos credenciados e 12 habilitados pelo Rosselkhoznadzor.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Resultado do exame do caso da Vaca Louca em Mato Grosso é considerado inconclusivo

Devido a doença, dois países já embargaram a carne bovina brasileira



Foi classificado como "inconclusivo" o caso do Mal da Vaca Louca, em Porto Esperidião, município do sudodeste de Mato Grosso. O resultado da contraprova, feita no laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Weybridge, na Inglaterra, foi encaminhado nesta sexta, dia 9, ao governo brasileiro.

O resultado – segundo uma fonte – aponta que a amostra enviada à Inglaterra não possuía qualidade suficiente para um resultado totalmente seguro. Segundo a mesma fonte, o documento aponta que existe "indicativo de uma base atípica". Ainda não existe confirmação da disponibilidade de uma nova amostra do animal para a realização de um novo exame. Caso isso não seja possível, o resultado deve permanecer como inconclusivo.

O Ministério da Agricultura estava confiante que o resultado do exame traria a classificação de um caso atípico, conforme o teste realizado pelo Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco (Lanagro-PE). O principal argumento de defesa do governo para tentar manter o status de “risco insignificante” da OIE é de que o animal, de 12 anos, foi criado exclusivamente em sistema extensivo. 

Além disso, outros 49 bovinos que tiveram contato com a fêmea doente foram abatidos no dia 26 de abril e apresentaram resultado negativo para a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), nome científica da doença. Ao todo, os animais renderão uma indenização de cerca de R$ 1,5 mil – cada – ao criador. Os recursos virão do Fundo Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (FESA). O fundo, que é privado, recebe contribuições dos criadores no momento do abate.
 
Até a noite desta sexta, dia 9, dois países já embargaram a carne bovina brasileira. O governo peruano suspendeu por 180 dias as importações de carne bovina e derivados do Brasil. O segundo foi o Egito, que também suspendeu a importação por 180 dias, mas somente do Estado de Mato Grosso. Esses embargos devem ser seguidos por outros países, a exemplo do caso também atípico de vaca louca no Paraná em 2010. Quando o exame foi divulgado, em 2012, 16 países embargaram a carne brasileira. 
 
No ano passado o Peru ficou no 68º lugar entre os importadores de carne bovina brasileira, com destaque para as compras de miúdos. No ano passado as importações recuaram 80% em relação a 2012. A queda foi provocada pelas restrições impostas no início do ano passado, após a divulgação pelo governo brasileiro de um caso atípico de Vaca Louca que ocorreu no Paraná em 2010. O caso do Paraná, que foi comunicado em dezembro de 2012, provocou a suspensão das compras por 16 países, o que pode se repetir neste ano.

Em 2013, o Egito se posicionou como o 5º maior nas exportações brasileiras, totalizando US$ 437 milhões entre carne desossada, in natura, congelada e miúdos. Deste valor, US$ 116 milhões foram enviados pelas indústrias mato-grossenses. Das exportações brasileiras de carne bovina em 2013, Mato Grosso respondeu por 18%.

No final desta tarde, a assessoria do Ministério da Agricultura divulgou uma nota reforçando que, o resultado do exame indica se tratar de um caso atípido, apesar de não haver um diagnóstico conclusivo que possa ser usado para classificá-lo de forma inequívoca até o momento.

• Veja alguns trechos da nota:

“As informações observadas e o exame (immunopathology) não mostram nenhuma das características que apontariam para um caso clássico da enfermidade. Ao contrário, reforçam a consistência de um caso atípico.

A manifestação do laboratório corrobora com as investigações epidemiológicas desenvolvidas a campo de que se trata de um caso espontâneo e previsível, que não tem qualquer correlação com a ingestão de alimento contaminado, e que pode ser detectado em qualquer país do mundo que tenha um sistema de vigilância robusto e transparente como o do Brasil.

Todas as ações previstas em protocolos do Brasil e do exterior foram seguidos à risca, lembrando que tomamos ainda cuidados extras, como exames para EEB em 49 bovinos contemporâneos ao caso atípico em questão, que culminaram com resultados negativos, como era de se esperar.

As embaixadas brasileiras e o serviço veterinário oficial do Brasil já estão preparados para fornecer quaisquer esclarecimentos aos parceiros comerciais que os solicitem ou que eventualmente criem restrições comerciais temporárias”.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Uso correto de suplementação pode dobrar o rendimento do gado no pasto

Pesquisas apontam que para cada R$ 1 investido na compra de um bom suplemento geram retorno de, no mínimo, R$ 2



Na últimas décadas o pecuarista brasileiro viu a suplementação passar do básico sal branco para produtos mais ricos em minerais e até em aditivos que estimulam o ganho de peso. São produtos elaborados respeitando as necessidades de cada categoria animal e que podem ser fornecidos o ano todo. Mas muita gente ainda não utiliza os suplementos da forma correta.

Segundo especialistas em nutrição animal, por melhor que seja, o capim não fornece tudo o que o animal precisa. O pecuarista Rodrigo Agustini, do município de Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, já percebeu isso.

– Um dia que eles ficam sem mineral no cocho é visível, aparece a costela. Sem isso eles não ficam lisos, com a costela sem aparecer, o vazio bem preenchido.E se ficar um dia sem, no outro dia você já nota isso – diz o pecuarista.

O zootecnista Thiago Prado explica que existe um desequilíbrio de minerais nas pastagens, com carência principalmente de fósforo, por uma série de fatores. Entre eles, a fertilidade e a acidez do solo, a adubação e a época do ano. Somando macros e micros, são mais de 10 minerais essenciais para a composição da carne, da gordura, do leite e também para a reprodução e para o crescimento ósseo. Os minerais ajudam ainda a melhorar o sistema imunológico dos animais, deixando o gado mais resistente a doenças como pneumonia e diarreia.

A suplementação animal evoluiu muito de 1950 para cá. Há cinco décadas o comum nas fazendas era ter nos cochos apenas o sal branco, que contém somente cloro e sódio. Hoje, os pecuaristas contam com uma diversidade de produtos nos segmentos de minerais e proteinados. São suplementos que prometem acelerar o ganho de peso do gado.

O sal branco tornou-se um simples ingrediente para atrair o animal e regular o consumo. Atualmente, um bom produto não contém mais do que 35% de sal. A evolução começou quando foram adicionados os outros 65% de minerais. Cálcio, fósforo, sódio, magnésio, enxofre, cobre, zinco, iodo, selênio e outros. Hoje o mercado já oferece produtos com proteína e energia, que além de sal e minerais têm também milho, ureia e alguns até farelo de soja, formando uma espécie de ração super enriquecida.

– É um produto para usar como ferramenta estratégica na fazenda. Ele acelera a fase de acabamento, dá gordura e ajuda a aumentar o rendimento da carcaçano frigorífico – epxlica o gerente de vendas da empresa Fortuna, João Henrique Orfaneli.

Custos e vantagens

Rodrigo Agustini, o advogado e contador que abandonou o terno e decidiu investir em pecuária, está praticamente eliminando a recria na fazenda dele. Os animais chegam na propriedade com 10 meses de idade e, com mais 10 meses de engorda, são abatidos com 17 arrobas.

– Hoje nós temos que intensificar, aumentar a quantidade e diminuir tempo. Diminuindo o tempo, aumentando a quantidade, a gente consegue diluir o custo fixo da fazenda. É a forma que você vai ter de melhorar a adubação, pagar a pastagem e diluir todos os seus custos. Mais rentabilidade significa menos tempo e mais boi na mesma área. Em 2012 nós produzimos 22 arrobas por hectare aqui e no ano passado nós produzimos 40. Queremos ver se em mais dois ou três anos a gente consegue chegar em 50 arrobas por hectare aqui – diz o pecuarista Rodrigo Agustini.

Os suplementos proteicos e energéticos variam muito de acordo com a categoria do animal. Há um produto para cada fase do rebanho e para ser usado o ano todo. A evolução não termina aí. Muitos produtos já contam com os chamados aditivos químicos ou biológicos, que são moléculas que promovem o crescimento e melhoram a eficiência alimentar.

– Um pasto verde, com folhas em abundância e suplemento de baixa qualidade pode dar um desempenho de 400 gramas na época das chuvas, o que é insatisfatório para o sistema. Quando aumenta a concentração de minerais esse desempenho vai para 500, 600 gramas. Quando você ainda incorpora aditivos melhoradores de desempenho esse suplemento vai dar aí desempenho de 700, até 800 gramas em alguns casos – explica o zootecnista Thiago Prado.

Pesquisas apontam que para cada R$ 1 investido na compra de um bom suplemento, o retorno é de, no mínimo, R$ 2. Mas, apesar dos resultados prometidos pela suplementação mineral, proteica e energética, estima-se que apenas 50% do rebanho brasileiro sejam suplementados corretamente. E boa parte, usa só na época da seca. De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram), o volume de vendas desses produtos cai em 30% no período chuvoso.

– O valor que produtor investe em suplemento de baixa qualidade por animal/dia é em torno de R$ 0,10 por cabeça/dia. Um suplemento de alta qualidade sobe esse valor para R$ 0,13 por cabeça/dia. E quando eu incorporo ainda o aditivo melhorador de desempenho, passa para R$ 0,14 ou R$ 0,15 por cabeça/dia. Isso quer dizer que o investimento não aumenta tanto, mas o desempenho aumenta muito. O desempenho sai de 400 gramas dia e vai até 700 gramas cabeça dia. É uma diferença extremamente satisfatória e considerável – explica o zootecnista Thiago Prado.

CLIQUE AQUI e confira Suplementos minerais que podem te ajudar a aumentar sua lucratividade!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Valor pago ao produtor de leite em São Paulo deve ter alta nos próximos meses

Segundo analistas, alta deve se manter até junho, mas pode haver queda no segundo semestre



Depois de cinco meses de preços complicados, o valor pago pelo litro do leite em São Paulo, que normalmente aumenta na entressafra, se manteve em queda até o fim de abril, quando o preço chegou a R$ 0,96 centavos. Segundo analistas, a recuperação do setor deve se manter pelo menos nos próximos dois meses. 

Segundo o produtor rural, José Dini, a estiagem que começou em novembro de 2013 limitou o trato com os animais e obrigou pecuaristas a comprarem ração e farelo. Com isso, os custos de produção aumentaram, além da elevação na energia elétrica.

–  O custo ficou mais alto. Sobe tudo e o leite baixa. A gente fica sem opção nenhuma de trabalho – lamenta o produtor.

De acordo com o analista de mercado, Daniel Bedoya, a esperança estava concentrada na virada do ano, período da entressafra, quando diminui a oferta e aumenta o preço. Mas, o que estava ruim, ficou ainda pior.

– Em janeiro a gente teve uma queda de preços pelo excesso da produção oriunda do ano passado. Decorrente de um maior área investimento na atividade e de chuvas regulares no final do ano. Com isso, se criou um estoque muito grande nas indústrias, empurrou o preço pra baixo até janeiro e fevereiro, numa época comum de recuperação dos preços. Se a gente acompanhar a média histórica, sempre tem uma queda do preço em novembro e dezembro para o leite pago ao produtor, e começa a recuperar janeiro e fevereiro. Este ano foi diferente devido ao excesso de produção – explica o analista.

Segundo levantamento mais recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a alta foi de 6,16% no mês de abril em relação a março, e deve se manter assim pelo menos até junho. De acordo com Bedoya, o perigo para os produtores está no segundo semestre, quandio o preço pode cair novamente.

– As indústrias já estavam se preparando com a elevação dos preços do derivado. Nas gôndolas de supermercados, por exemplo, para suprir esta entressafra. Aconteceu que os preços foram tão elevados num nível que o consumidor não conseguiu absorver ou não quis absorver e isto está influenciando o mercado. É de se esperar que o próximo mês tenha uma ligeira alta e daqui a dois meses alguns colaboradores afirmam queda – conclui.