terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pecuária: Melhoramento genético aumenta a renda no campo (IATF)

 Melhorar a qualidade de vida do pequeno produtor rural. Este é o principal objetivo do Governo do Estado, por meio da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, ao investir no melhoramento genético do rebanho tocantinense por meio de inseminação artificial. Desde 2008, com a implantação do programa IATF – Inseminação Artificial em Tempo Fixo, foram 300 propriedades beneficiadas, totalizando 15 mil matrizes, de 25 municípios do Estado. Com animais selecionados geneticamente, cresce a produção, principalmente, a leiteira, gerando assim mais renda ao homem do campo.

“É uma ferramenta de tecnologia para a propriedade. O gado mais produtivo proporciona uma vida melhor ao nosso produtor. É um trabalho demorado, que não é fácil, e precisa também da adesão do produtor. A nossa expectativa é começar a ver, nos próximos anos, os resultados destes investimentos”, explica o secretário executivo da Seagro, Ruiter Padua.

O trabalho de inseminação é desenvolvido em parceria com a empresa Clivar Reprodução Bovina. Na última sexta-feira, 5, o laboratório móvel da Seagro para melhoramento genético esteve na Chácara Fazendinha, município de Lajeado, do produtor Idevaldo José Duarte. Ele conta que não conhecia a técnica, mas aposta nela para o desenvolvimento da propriedade.

Técnica - Ao contrário do método tradicional de inseminação, onde o produtor precisa acompanhar o cio da vaca para então realizar o processo, a IATF possibilita escolher a data para prenhez do animal, explica o veterinário Danilo Pincinato. Todo o trabalho começa 30 dias antes, com a separação do macho e fêmea para que não haja riscos de que a vaca já esteja prenha. “Começamos por analisar o animal, escolhendo aquele de estrutura corporal mais adequada, nem tão magra e nem tão gorda. Fazemos ainda um ultrassom para verificar se ela não está prenha ou mesmo se possui doenças reprodutivas”, conta. Caso a gestação tenha mais de 30 dias será possível observá-la por meio do exame.

Ainda segundo Pincinato, após este processo, que dura poucos minutos, é introduzido no animal um implante intravaginal e aplicado o benzoato de estradiol, que irá zerar o ciclo estral (cio) da vaca. Passados oito dias, o veterinário retira o implante e aplica mais três tipos de medicamentos, que irão sincronizar o cio e a ovulação. A inseminação ocorrerá 48 horas após este último procedimento. “É um protocolo que reduz custo com mão de obra com observação de cio e estimula vacas que não entravam neste período fértil”, acrescenta Pincinato.

Outros benefícios são inseminar um grande número de animais em um curto espaço de tempo, possibilitar o nascimento e o desmame em épocas mais favoráveis ao bezerro e a padronização dos lotes de animais, obtendo melhores preços na venda.

O coordenador de Desenvolvimento Animal da Seagro, Cláudio Sayão Lobato, informa que é exigido do animal teste para brucelose, pois o mesmo só será inseminado se não possuir a doença. Para ter acesso ao programa, os produtores devem se organizar por meio de associações ou mesmo buscar informações das prefeituras municipais, parceiras da Seagro. “Temos realizado palestras de sensibilização em todo o Estado, informando sobre os benefícios do programa. O governo oferta todo o tratamento, por meio da empresa contratada, cabendo ao produtor arcar com os custos do sêmen e do exame sanitário, em contrapartida”, arremata.


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