quinta-feira, 25 de abril de 2013

Safra de milho pode contribuir para aumento do confinamento em MT

safra 2012/2013 de milho de Mato Grosso, que deve alcançar 14,64 milhões de toneladas, pode favorecer o aumento do confinamento em Mato Grosso neste ano, já que o cereal é uma das principais matéria-prima utilizada na ração animal.



As estimativas ainda não foram fechadas, mas presume-se que o aumento do número de animais confinados no Estado em 2013 fique acima da média nacional, prevista para crescer 19,6%. No ano passado, foram confinados 880 mil animais no Estado. Enquanto no Brasil, o volume de gado confinado somou 3,4 milhões de cabeças, sendo Goiás o primeiro do ranking, com 1 milhão de cabeças, de acordo com a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon).

O assunto foi debatido nesta terça-feira (23.04), em Cuiabá-MT, durante o seminário “Perspectivas para o confinamento em 2013 no Mato Grosso”, realizado pela Assocon com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço futuro do milho para o mês de maio deste ano deve ficar em torno de R$ 10 a saca, ou seja, 12,3% menor do que o esperado no mesmo período de 2012 (R$ 11,40).

Vale destacar que a alimentação é responsável por 80% dos custos de um confinamento. A ração básica utilizada para alimentar o gado é composta por 16% de caroço de algodão, 47% de milho e 5% de farelo de soja. De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini, o aumento do confinamento no Estado é natural, já que a pecuária vem cedendo área para a agricultura e o número do rebanho, 29 milhões de cabeças, o maior do país, não deve se alterar. “O ano passado não foi muito bom para o confinamento, pois, mesmo com a grande safra de milho, o aumento das exportações fez com que o produto ficasse escasso no mercado interno e muitos pecuaristas reduziram o rebanho confinado ou até mesmo deixaram de confinar. Já neste ano, o cenário é diferente. A produção de milho de Mato Grosso deve ser de 14,64 milhões de toneladas, porém as exportações devem diminuir, o que fará com que o mercado fique bem abastecido. Mesmo assim o produtor precisa fixar melhor o preço futuro do boi, já que é necessário fazer um investimento grande, então não se pode correr muitos riscos”, destaca Romanini.

Outro ponto que deve ser levado em consideração pelos produtores na hora de optarem pelo confinamento é o aumento no preço do caroço de algodão. Em julho do ano passado, mês em que o produto fica disponível no mercado, o preço da tonelada do caroço de algodão era de R$ 247. Para este ano, a estimativa do Imea é de que o valor fique em torno de R$ 478, alta de 74,5%. “Neste ano, Mato Grosso deve colher 982 mil toneladas de caroço de algodão, volume 42% inferior ao ciclo passado. Por conta disso, o caroço de algodão também ficará mais caro. Uma opção para o produtor é aumentar o volume de farelo de soja utilizado na ração”, comenta o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, que apresentou no evento a palestra “O mercado de grãos, farelos e de animais de reposição em Mato Grosso”.

O diretor regional da Assocon, Alberto Pessina, explica que 2012 foi um ano muito difícil para o confinador. “Houve aumento nos custos das rações em meados de julho, o que acabou desencadeando mais incertezas para este ano. É preciso ser mais criterioso. Muitos produtores preferem esperar até meados de maio para decidir quantos animais vão confinar este ano”, avalia Pessina.

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