É a primeira vez que um estudo específico sobre o Brasil é divulgado
O primeiro Relatório Nacional sobre Mudanças no Clima foi apresentado esta terça, dia 16, em São Paulo (SP). O texto estuda o impacto do clima na produção agrícola e orienta práticas para mudar a situação desses efeitos no campo. É a primeira vez que um relatório com informações específicas sobre o Brasil é apresentado.
O relatório reuniu especialistas em diversas áreas que concluíram que a temperatura está subindo cada vez mais e que o Brasil precisa se preparar para buscar uma solução para os próximos anos. Chuvas intensas, frio em épocas onde o sol deveria predominar e desastres naturais mais frequentes e intensos, que causam grandes danos econômicos e perdas humanas, são indícios de que o clima mundial está mudando.
– Tentamos analisar a física do aquecimento global, o impacto das vulnerabilidades das adaptações e a mitigação. Um relatório que foi feito para a sociedade brasileira ler e entender o que estamos observando e o que precisa ser feito – relata Eduardo Assad, especialista em meio ambiente.
Peculiar do cenário brasileiro está a Amazônia, que chegou a ser considerada fonte de recursos naturais ilimitados, mas que passou a ser explorada de forma indiscriminada. Apesar dos esforços em mudar essa realidade, o Brasil ainda está longe de acabar com o problema. Segundo Assad, como resultado, a agricultura será afetada.
– Em termos de agricultura, você terá chuvas mais intensas no sul do Brasil, o que terá grande impacto na erosão. Temos que encontrar uma maneira de melhorar o controle erosivo de todo o país. Haverá períodos maiores de seca, também. No nordeste, secas maiores e redução de chuva – afirma Assad.
Para ele, o mais importante a ser observado é o aumento da temperatura em todas as regiões do país, independente do bioma.
– Isso provoca um balanço hídrico das plantas no primeiro momento. Depois, isso gera condições para chuvas e temperaturas elevadas, além da propagação de algumas pragas e doenças em certas regiões do país – relata o especialista.
Para Eduard Assad, há duas saídas: adaptação ou mitigação.
– Ou buscamos material genético para se adaptar a tais situações, ou a mitigação buscando sistemas de produção de gases e efeito estufa, o que já é feito no Brasil. Nisso, somos protagonistas em relação ao resto do mundo.
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