segunda-feira, 22 de abril de 2013

Economia brasileira também depende das florestas plantadas

Cerca de 4% do Produto Interno Bruto do Brasil vem do setor florestal


Desde a década de 1970, os avanços tecnológicos têm mostrado que plantar florestas é sim, uma opção sustentável e muito rentável. Atualmente, o cenário é de um setor florestal, que além de mais consciente ambientalmente, movimenta cerca de US$ 468 bilhões para a economia global, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Um negócio verde, que tem chamado a atenção de investidores e movimentado a macroeconomia internacional e nacional.

Para debater esse e outros assuntos, a Embrapa Florestas e a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) promovem nos dias 23 e 24 de abril o 3º Workshop Estratégias Gerenciais de Economia e Planejamento Florestal. O evento vai discutir, além de aspectos econômicos, novas tecnologias da área e cases de empresas que têm lucrado com o segmento.

 
Produção

Apesar de enfrentar as crises financeiras globais em 2008, o setor florestal voltou a se fortalecer no país. Hoje, ele é responsável por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e, em alguns Estados, como no Paraná, esse valor representa quase o dobro, 7,8%, segundo dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná. “Os produtos mais produzidos pelo setor são papel e celulose. Praticamente 100% desses produtos vêm de florestas plantadas. Em segundo lugar, vem a produção de madeira”, explica o engenheiro florestal, Humberto Angelo, professor da Universidade de Brasília.

Um dos motivos para que o setor florestal tenha ganhado forças nas últimas décadas foi a própria mudança do perfil do consumidor brasileiro, que ganhou maior poder de compra. “Com esse cenário, essas pessoas estão consumindo mais produtos que dependem da madeira como móveis e alimentos derivados do leite, entre outros”, explica Humberto. “Para abastecer a vida dessas pessoas, então, é preciso cada vez mais produção de lenha (proveniente de floresta plantada) para a indústria alimentícia, por exemplo”, afirma o engenheiro.

Empregos

A geração de empregos que o setor florestal proporciona também é significativa. Só em 2010, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas(ABRAF), a base florestal plantada atingiu 4,73 milhões entre empregos diretos e indiretos. Somente no Paraná, a APRE estima que o setor empregue 500 mil pessoas.

Sustentabilidade e negócios

O pensamento de que é impossível unir sustentabilidade e lucro, não se sustenta mais. “Esse taboo já caiu. Hoje há uma consciência que os ganhos ambientais e econômicos acontecem de muitas formas”, avalia Humberto. Hoje a floresta é vista como um investimento para se lucrar.

No caso das florestas plantadas, por exemplo, tanto o agricultor que já produz outros produtos como profissionais de diferentes áreas podem investir. De acordo com o presidente da APRE, Gilson Geronasso, as florestas são uma forma de complementar a renda e de garantia financeira para aqueles que querem, mais tarde, garantir uma base econômica nas suas aposentadorias, por exemplo. “E não é preciso esperar anos para ter retorno com a madeira: é possível fazer colheitas parciais e fazer deste um negócio rentável e sustentável”, explica Geronasso.

Sobre a APRE

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) é uma entidade sem fins lucrativos que congrega 55 empresas da cadeia produtiva de base florestal dos mais diversos perfis. Além das empresas, são associadas instituições de ensino e pesquisa, que formam o conselho científico. As associadas à APRE representam 60% da área de floresta plantada no Paraná.

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