terça-feira, 30 de abril de 2013

Estudo identifica uso da agricultura de precisão no Brasil

Para promover políticas públicas que impulsione a inovação tecnológica pela adoção de Agricultura de Precisão (AP), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), elaborou um plano de ação que estabelece as etapas do trabalho a ser desenvolvido



A primeira fase já está em andamento com o apoio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e tem a finalidade de identificar quais indústrias, propriedades agrícolas e serviços de assistência técnica, utilizam a ferramenta.

O plano de ação propõe entre outras coisas, a criação de uma linha de apoio para AP, capacitação, difusão e extensão das técnicas, assim como, aprimorar os trabalhos que já são realizados pela Conab. Já está em curso, um levantamento estatístico que avalia o perfil dos agricultores que utilizam a ferramenta, quantos a emprega, qual área utilizada e quantos equipamentos são comercializados no país. No Mapa, os dados são organizados pela Coordenação de Acompanhamento e Promoção da Tecnologia Agropecuária da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (CAPTA/SDC/Mapa) sob orientação da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP).

Criada em setembro de 2012, a CBAP tem o objetivo de difundir e fomentar o conceito e as técnicas da AP. A agricultura de precisão utiliza equipamentos e máquinas que fazem análise de solo e distribuem os insumos em taxas variadas. Sensores de rendimento mostram as áreas com melhor rendimento do solo e orientam para a melhor maneira de plantar. Aparelhos de GPS mapeiam e ajudam a monitorar a propriedade para adubação e uso de agroquímicos em quantidade certa para cada local. Isso evita o desperdício de fertilizantes, otimiza a colheita e proporciona sustentabilidade e competitividade ao pequeno, médio e grande agronegócio brasileiro.

Segundo o secretário da SDC, Caio Rocha, a meta do Mapa é difundir pelas lavouras, as técnicas da Agricultura de Precisão. “Queremos levar esse conhecimento, de forma ampliada e adequada por meio da tecnologia, até os agricultores para que utilizem, cada vez mais, essas ferramentas. Está comprovado que o método melhora a gestão da unidade produtiva, aumentando a competitividade, fazendo uso de técnicas sustentáveis”, disse.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Armazéns sem certificação ficam impedidos de atuar para o governo

Segundo Conab, governo está preocupado com a qualidade dos produtos agropecuários que recebe


Desde a última semana de março, as unidades armazenadoras que não estejam certificadas em ambiente natural ficam impedidas de prestar serviços de armazenagem de estoques governamentais ou receber produtos de operações realizadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O último prazo determinado pela Instrução Normativa nº 041, que trata sobre os requisitos para certificação, era até 31 de dezembro de 2012, mas como o novo sistema de cadastro e consulta das unidades armazenadoras certificadas só ficaria pronto no dia 25 de março de 2013, o Ministério da Agricultura, por meio de ofício, estendeu o prazo para esta data.

A partir da disponibilização do novo sistema ao público, as unidades armazenadoras não certificadas passaram à condição de impedidas, ou seja, ficaram impossibilitadas para o exercício de qualquer operação com a Conab, pelo menos até que regularizem a situação.

De acordo com Márcio Vinícius Ribeiro de Moraes, diretor da OCP Pantanal Certificadora, a postura da Conab mostra que o governo está preocupado com a qualidade dos produtos agropecuários que recebe.

– As regras da certificação das unidades armazenadoras são irrevogáveis. Os empresários e produtores rurais que se conscientizarem logo vão colher os frutos em um curto prazo – explicou Moraes.


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Produtores de leite aprendem a aumentar produtividade em pequenas áreas

Programa Cati Leite dá assistência a produtores paulistas da agricultura familiar

 

 

Produtores paulistas de leite aprendem a aumentar a produtividade sem ocupar uma grande área. Eles têm recebido orientação de técnicos do programa Cati Leite, espécie de especialização da Embrapa.

O Cati Leite é um programa que dá assistência técnica aos produtores da agricultura familiar. Eles aprendem a aproveitar melhor a área com a implantação do sistema de pastejo rotacionado. São utilizadas também planilhas zootécnicas e financeiras para acompanhar e avaliar os resultados da atividade. Outra estratégia é a alimentação que precisa ser especial.

Para não diminuir a produção de leite em períodos de seca, alguns produtores do interior de São Paulo passaram a tratar o rebanho com cana de açúcar. Esse foi um dos fatores que ajudaram a aumentar a produtividade sem precisar ocupar uma grande área da propriedade.

– A cana tem um ótimo valor, inclusive em energia. A gente faz uma complementação com uréia e dependendo da situação com farinha balanceada. Aí vamos conseguir médias interessantes para os produtores do município – afirma o agrônomo Ricardo Oliveira.

Antes de conhecer o programa, o produtor Cláudio Chaves produzia uma média de 30 a 40 litros de leite por dia na propriedade em São Luiz do Paraitinga (SP). Quantidade que estava deixando o produtor desanimado. Com a orientação do Cati Leite, Cláudio passou a fornecer diariamente 240 litros para a cooperativa.

– Estou otimista. Quero aumentar ainda mais. Pretendo continuar e ter uma vida boa aqui na roça. Tirar o meu sustento daqui e dar uma qualidade d e vida melhor para mim e para minha família – comenta o agricultor.

A propriedade de Cláudio tem quase 40 hectares de área produtiva. Com a supervisão técnica, ele precisou reservar para a pecuária leiteira intensiva apenas três hectares.

– A velocidade do projeto vai de acordo com o produtor. Se o produtor tem condições de melhorar, de fazer investimento na alimentação que é na formação de pastos, no plantio de cana ou na forragem, ele vai conseguir um aumento mais rápido. Mas, temos que respeitar a condição do produtor e a velocidade com que ele vai aderindo às tecnologias – comenta o agrônomo.

O produtor de leite interessado deve procurar a Casa de Agricultura de sua cidade. Fora do estado de São Paulo, o programa Balde Cheio tem o mesmo objetivo.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Safra de milho pode contribuir para aumento do confinamento em MT

safra 2012/2013 de milho de Mato Grosso, que deve alcançar 14,64 milhões de toneladas, pode favorecer o aumento do confinamento em Mato Grosso neste ano, já que o cereal é uma das principais matéria-prima utilizada na ração animal.



As estimativas ainda não foram fechadas, mas presume-se que o aumento do número de animais confinados no Estado em 2013 fique acima da média nacional, prevista para crescer 19,6%. No ano passado, foram confinados 880 mil animais no Estado. Enquanto no Brasil, o volume de gado confinado somou 3,4 milhões de cabeças, sendo Goiás o primeiro do ranking, com 1 milhão de cabeças, de acordo com a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon).

O assunto foi debatido nesta terça-feira (23.04), em Cuiabá-MT, durante o seminário “Perspectivas para o confinamento em 2013 no Mato Grosso”, realizado pela Assocon com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço futuro do milho para o mês de maio deste ano deve ficar em torno de R$ 10 a saca, ou seja, 12,3% menor do que o esperado no mesmo período de 2012 (R$ 11,40).

Vale destacar que a alimentação é responsável por 80% dos custos de um confinamento. A ração básica utilizada para alimentar o gado é composta por 16% de caroço de algodão, 47% de milho e 5% de farelo de soja. De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini, o aumento do confinamento no Estado é natural, já que a pecuária vem cedendo área para a agricultura e o número do rebanho, 29 milhões de cabeças, o maior do país, não deve se alterar. “O ano passado não foi muito bom para o confinamento, pois, mesmo com a grande safra de milho, o aumento das exportações fez com que o produto ficasse escasso no mercado interno e muitos pecuaristas reduziram o rebanho confinado ou até mesmo deixaram de confinar. Já neste ano, o cenário é diferente. A produção de milho de Mato Grosso deve ser de 14,64 milhões de toneladas, porém as exportações devem diminuir, o que fará com que o mercado fique bem abastecido. Mesmo assim o produtor precisa fixar melhor o preço futuro do boi, já que é necessário fazer um investimento grande, então não se pode correr muitos riscos”, destaca Romanini.

Outro ponto que deve ser levado em consideração pelos produtores na hora de optarem pelo confinamento é o aumento no preço do caroço de algodão. Em julho do ano passado, mês em que o produto fica disponível no mercado, o preço da tonelada do caroço de algodão era de R$ 247. Para este ano, a estimativa do Imea é de que o valor fique em torno de R$ 478, alta de 74,5%. “Neste ano, Mato Grosso deve colher 982 mil toneladas de caroço de algodão, volume 42% inferior ao ciclo passado. Por conta disso, o caroço de algodão também ficará mais caro. Uma opção para o produtor é aumentar o volume de farelo de soja utilizado na ração”, comenta o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, que apresentou no evento a palestra “O mercado de grãos, farelos e de animais de reposição em Mato Grosso”.

O diretor regional da Assocon, Alberto Pessina, explica que 2012 foi um ano muito difícil para o confinador. “Houve aumento nos custos das rações em meados de julho, o que acabou desencadeando mais incertezas para este ano. É preciso ser mais criterioso. Muitos produtores preferem esperar até meados de maio para decidir quantos animais vão confinar este ano”, avalia Pessina.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Soja tenta recuperação e opera em campo misto nesta manhã

O milho e o trigo trabalhavam no vermelho, com leve recuo


Na manhã desta quarta-feira (24), a soja registra mais uma sessão de preços em campo misto na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h43 (horário de Brasília), as primeiras posições operavam em alta, sendo mais expressivas nos contratos maio e julho/13, e com uma leve baixa na posição setembro. O milho e o trigo trabalham no vermelho, com leve recuo.

O mercado internacional de grãos continua observando as duas forças que atuam sobre as cotações, sendo uma de pressão positiva referindo-se aos fundamentos de oferta e demanda, principalmente para a soja, e outra onde já se contabilizam as boas expectativas para a nova safra dos EUA apesar das condições climáticas desfavoráveis no país.

Analistas afirmam que, apesar das chuvas intensas, das baixas temperaturas e da incidência de neve em alguns pontos de produção, o foco do mercado se volta para as previsões climáticas que indicam uma melhora para os próximos dias, o que poderia permitir uma recuperação do atraso no plantio que já vem sendo reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

terça-feira, 23 de abril de 2013

Negociação com título do agronegócio sobe 28%

Os mecanismos de crédito agrícola ainda representam pouco do mercado de renda fixa no país, mas vêm obtendo um bom crescimento


No fim de março, os estoques de títulos do agronegócio somavam R$ 26 bilhões, 28% mais do que em igual período do ano passado, segundo dados da Cetip, que faz o registro e a custódia desses papéis, entre outros.

O aumento da procura por esses títulos tem um motivo bem atual. Com a queda nas taxas de juros do mercado, qualquer diferença de rendimento começa a ser um diferencial para o investidor.

Os títulos agrícolas têm esse diferencial porque possuem isenção de tributos para os investidores, tanto Imposto de Renda como IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A avaliação é de Fábio Zenaro, gerente-executivo de produtos e negócios da Cetip. Segundo Zenaro, a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é o título mais atrativo, somando estoques de R$ 23 bilhões, 25% mais do que em março do ano passado.

Com lastro de recebíveis originados de negócios entre produtores e cooperativas, os títulos agrícolas permitem o aumento de crédito ao setor.

"Esses títulos são um incentivo adicional para que esse dinheiro seja canalizado para o agronegócio", afirma Zenaro.

A expansão desses títulos não se deve, no entanto, apenas à queda dos juros do mercado, mas também a um amadurecimento desses instrumentos de negociações.

O investidor começa a tomar conhecimento desses papéis e os bancos estão se utilizando mais deles, afirma o gerente-executivo.

A LCA é emitida por instituições financeiras públicas ou privadas e os emitentes são responsáveis pelos direitos creditícios.

Além da LCA, a Cetip registra estoques de R$ 1 bilhão em CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e R$ 2 bilhões para CDCA (Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio).

Zenaro destaca, ainda, a boa evolução dos derivativos de commodities de balcão, próximos de R$ 6 bilhões.

A empresa que não tem acesso ao mecanismo de proteção internacional faz operação com bancos locais. "Eliminam dois tipos de risco: o de mercado e o de câmbio."

A Cetip registrou um estoque total de renda fixa R$ 2,3 trilhões em março. Desse valor, R$ 157 bilhões são títulos imobiliários, com destaque para os R$ 67 bilhões de LCI (Letra de Crédito Imobiliário).


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Economia brasileira também depende das florestas plantadas

Cerca de 4% do Produto Interno Bruto do Brasil vem do setor florestal


Desde a década de 1970, os avanços tecnológicos têm mostrado que plantar florestas é sim, uma opção sustentável e muito rentável. Atualmente, o cenário é de um setor florestal, que além de mais consciente ambientalmente, movimenta cerca de US$ 468 bilhões para a economia global, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Um negócio verde, que tem chamado a atenção de investidores e movimentado a macroeconomia internacional e nacional.

Para debater esse e outros assuntos, a Embrapa Florestas e a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) promovem nos dias 23 e 24 de abril o 3º Workshop Estratégias Gerenciais de Economia e Planejamento Florestal. O evento vai discutir, além de aspectos econômicos, novas tecnologias da área e cases de empresas que têm lucrado com o segmento.

 
Produção

Apesar de enfrentar as crises financeiras globais em 2008, o setor florestal voltou a se fortalecer no país. Hoje, ele é responsável por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e, em alguns Estados, como no Paraná, esse valor representa quase o dobro, 7,8%, segundo dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná. “Os produtos mais produzidos pelo setor são papel e celulose. Praticamente 100% desses produtos vêm de florestas plantadas. Em segundo lugar, vem a produção de madeira”, explica o engenheiro florestal, Humberto Angelo, professor da Universidade de Brasília.

Um dos motivos para que o setor florestal tenha ganhado forças nas últimas décadas foi a própria mudança do perfil do consumidor brasileiro, que ganhou maior poder de compra. “Com esse cenário, essas pessoas estão consumindo mais produtos que dependem da madeira como móveis e alimentos derivados do leite, entre outros”, explica Humberto. “Para abastecer a vida dessas pessoas, então, é preciso cada vez mais produção de lenha (proveniente de floresta plantada) para a indústria alimentícia, por exemplo”, afirma o engenheiro.

Empregos

A geração de empregos que o setor florestal proporciona também é significativa. Só em 2010, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas(ABRAF), a base florestal plantada atingiu 4,73 milhões entre empregos diretos e indiretos. Somente no Paraná, a APRE estima que o setor empregue 500 mil pessoas.

Sustentabilidade e negócios

O pensamento de que é impossível unir sustentabilidade e lucro, não se sustenta mais. “Esse taboo já caiu. Hoje há uma consciência que os ganhos ambientais e econômicos acontecem de muitas formas”, avalia Humberto. Hoje a floresta é vista como um investimento para se lucrar.

No caso das florestas plantadas, por exemplo, tanto o agricultor que já produz outros produtos como profissionais de diferentes áreas podem investir. De acordo com o presidente da APRE, Gilson Geronasso, as florestas são uma forma de complementar a renda e de garantia financeira para aqueles que querem, mais tarde, garantir uma base econômica nas suas aposentadorias, por exemplo. “E não é preciso esperar anos para ter retorno com a madeira: é possível fazer colheitas parciais e fazer deste um negócio rentável e sustentável”, explica Geronasso.

Sobre a APRE

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) é uma entidade sem fins lucrativos que congrega 55 empresas da cadeia produtiva de base florestal dos mais diversos perfis. Além das empresas, são associadas instituições de ensino e pesquisa, que formam o conselho científico. As associadas à APRE representam 60% da área de floresta plantada no Paraná.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Relatório sobre mudanças climáticas aponta possibilidades para o Brasil

É a primeira vez que um estudo específico sobre o Brasil é divulgado



O primeiro Relatório Nacional sobre Mudanças no Clima foi apresentado esta terça, dia 16, em São Paulo (SP). O texto estuda o impacto do clima na produção agrícola e orienta práticas para mudar a situação desses efeitos no campo. É a primeira vez que um relatório com informações específicas sobre o Brasil é apresentado.

O relatório reuniu especialistas em diversas áreas que concluíram que a temperatura está subindo cada vez mais e que o Brasil precisa se preparar para buscar uma solução para os próximos anos. Chuvas intensas, frio em épocas onde o sol deveria predominar e desastres naturais mais frequentes e intensos, que causam grandes danos econômicos e perdas humanas, são indícios de que o clima mundial está mudando.

– Tentamos analisar a física do aquecimento global, o impacto das vulnerabilidades das adaptações e a mitigação. Um relatório que foi feito para a sociedade brasileira ler e entender o que estamos observando e o que precisa ser feito – relata Eduardo Assad, especialista em meio ambiente.

Peculiar do cenário brasileiro está a Amazônia, que chegou a ser considerada fonte de recursos naturais ilimitados, mas que passou a ser explorada de forma indiscriminada. Apesar dos esforços em mudar essa realidade, o Brasil ainda está longe de acabar com o problema. Segundo Assad, como resultado, a agricultura será afetada.

– Em termos de agricultura, você terá chuvas mais intensas no sul do Brasil, o que terá grande impacto na erosão. Temos que encontrar uma maneira de melhorar o controle erosivo de todo o país. Haverá períodos maiores de seca, também. No nordeste, secas maiores e redução de chuva – afirma Assad.

Para ele, o mais importante a ser observado é o aumento da temperatura em todas as regiões do país, independente do bioma.

– Isso provoca um balanço hídrico das plantas no primeiro momento. Depois, isso gera condições para chuvas e temperaturas elevadas, além da propagação de algumas pragas e doenças em certas regiões do país – relata o especialista.

Para Eduard Assad, há duas saídas: adaptação ou mitigação.

– Ou buscamos material genético para se adaptar a tais situações, ou a mitigação buscando sistemas de produção de gases e efeito estufa, o que já é feito no Brasil. Nisso, somos protagonistas em relação ao resto do mundo.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Composto de Iodo de esgoto como substrato para mudas de eucalipto

O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de composto de lodo de esgoto como componente de substrato para produção de mudas clonais de Eucalyptus urophylla x E. grandis. Doses de composto de lodo de esgoto e casaca de arroz carbonizada foram estabelecidas com as seguintes proporções: 100/0, 80/20, 60/40, 50/50, 40/60 e 20/80, as quais foram comparadas ao substrato comercial comumente utilizado em viveiros. Os resultados de crescimento e nutrição com o uso de substratos contendo lodo de esgoto compostado foram maiores do que com o substrato comercial. A utilização de composto de lodo de esgoto em níveis acima de 40% é favorável ao desenvolvimento das mudas, sendo uma forma viável de destinação deste material.

O texto completo você acessa aqui: http://www.cnpf.embrapa.br/pfb/index.php/pfb/article/view/331/pdf_29

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Precariedade em frigoríficos do país expõe falhas na inspeção sanitária de Estados e municípios

Estabelecimentos de abate que não cumprem as normas fitossanitárias


O Brasil tem um rebanho que cresce a cada ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país possui o maior rebanho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de cabeças. O que deveria ser motivo de orgulho, no entanto, fica, em parte, comprometido por um número assustador. Pelo menos 30% dos abates realizados em território nacional são clandestinos, ou seja, não passam por nenhum tipo de inspeção e sem controle algum de qualidade.

– No Brasil, estamos acostumados a ver e lei e não obedecer. É preciso que as leis sejam obedecidas, acatadas e fiscalizadas – afirma o presidente da Associação Brasileira de Frigorifícos (Abrafrigo), Péricles Salazar. Se os abates clandestinos assustam, um outro tipo de abate representa uma armadilha ainda mais perigosa para os consumidores. São os chamados "abates clandestinos oficializados", aqueles que, pelo menos no papel, cumprem todas as exigências fitossanitárias e têm como garantia o Selo de Inspeção Municipal, o chamado SIM, ou o Selo de Inspeção Estadual, o SIE.

Em muitos casos espalhados pelo Brasil, os abates clandestinos representam uma armadilha perigosa para os consumidores. No município de Canguçu, na região sul do Rio Grande do Sul, o frigorífico JB tem licença municipal para funcionar. Já na chegada, a quantidade de cachorros chama a atenção. O veterinário responsável autoriza a entrada da equipe sem a roupa de proteção. Nas paredes, faltam azulejos, e os resíduos estão espalhados pelo solo.

– Só não foi fechado ainda por uma caridade minha, mas já reduziu bastante. Só autorizo cinco abates por semana. Isto aqui tinha que estar com água e desinfetante para cada vez que entrar lavar os pés – diz o veterinário.

Um dos funcionários arrasta o animal para dentro da sala e corta o boi ainda no chão, o que é totalmente contra as normas fitossanitárias. O próprio veterinário admite a ausência no dia-a-dia do frigorífico.

– Fazia quase um mês que eu não vinha aqui – afirma.

Já no município de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o frigorífico Henrique de Lar Lauck tem a licença estadual para funcionar. Mesmo com o acompanhamento do veterinário, no entanto, as normas sanitárias não são respeitadas. O funcionário sai da sala do abate, passa pelo tanque de desinfecção, circula pela área interna e pelo posto de atordoamento do animal, sem que haja nenhuma preocupação com a contaminação. Dentro da sala, ninguém usa luvas e poucos estão com a máscara de proteção.

Os dois casos apresentados nesta reportagem representam os tipos de inspeção que não funcionam no país: a estadual e a municipal. Vários fatores são apontados para incompetência na administração destas duas esferas, entre eles uma questão cultural. A lei existe, mas não é cumprida, o veterinário assina como responsável mas não aparece, o bem estar animal é totalmente ignorado e, na última ponta, o consumidor fica exposto a própria sorte.

– Nós temos três tipos de inspeção no país: federal, estadual e municipal. A federal funciona bem, o problema está na estadual e, principalmente, na municipal – classifica o presidente da Abrafrigo.

No Brasil, existem 211 abatedouros com inspeção federal, 600 com inspeção estadual e 1.334 com inspeção municipal.

– É uma conta na ponta do lápis. Se você pegar os 28 milhões de abates oficiais entre inspeção federal, estadual e municipal, você vê que sete milhões são estaduais e municipais, e nossa amostra diz que 80% desse segmento é feito sem inspeção de fato – analisa o presidente da ONG Amigos da Terra, Roberto Smeraldi.

No Centro-Oeste, a mesma realidade


Do Rio Gr

– O que mais nos chamou a atenção é que o veterinário não aparece. E isso, além do desvio de função, o que mais chama a atenção é que é sistêmico. É normal que ele não esteja lá. A exceção é o veterinário que aparece. E ele incomoda, é um intruso... um estranho no ninho – diz o presidente da ONG Amigos da Terra.

Em Goiás, o festival de irregularidades continua. Na cidade de Mara Rosa, no frigorífico Frigomar, um rapaz de 15 anos trabalha dentro da sala de abates. O animal ainda vivo é abatido no chão e chega a ser chutado pelo funcionário. Depois de receber vários golpes com uma marreta, instrumento já banido, o animal continua vivo. Em Bom Jesus de Goiás, no abatedouro São José, um funcionário carrega a carne sem luvas, a buchada fica depositada no chão, os instrumentos são acomodados sobre a mureta, sem qualquer cuidado com a higiene.

– Falta fiscalizar, existe lei, existem regras, é uma questão política, o prefeito conhece o proprietário... É preciso que a União preste atenção nos municípios e em muitas inspeções estaduais e fiscalize com mais rigor para evitar todos estes crimes cometidos – considera Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo.

Em São Paulo, violência nos abates

Nem mesmo no interior do Estado mais rico do Brasil as condições são melhores. Na cidade paulista de Jeriquara, no Abatedouro Municipal, o novilho está agitado no curral. O funcionário sem camisa se aproxima e chuta o boi várias vezes. O outro usa a bateria do caminhão para ligar a vara de choque e aplica várias descargas no animal. Sem conseguir retirá-lo do curral, resolvem abater o animal ali mesmo, de uma maneira nada convencional.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, a questão passa por uma mudança de cultura e por uma discussão interna de responsabilidade.

– Muitas vezes, não adianta o Mapa delegar para os Estados. Nós precisamos dar garantias ao consumidor e trazer estas pessoas que estão interessadas em reorganizar, que estejam conosco. mas volto a dizer, o grande desafio é mudarmos esta versão simplória da responsabilidade profissional.

O assunto foi tema de uma audiência pública no Senado nesta terça, dia 9. Além de parlamentares, representantes do Ministério da Agricultura, do Conselho Federal de Medicina Veterinária e secretários estaduais participaram do debate.
ande do Sul até Mato Grosso do Sul, são 1,3 mil quilômetros, quase 17 horas de viagem. A distância, porém, não muda a realidade. No município de Eldorado, um funcionário sem camisa aplica vários choques no animal. Sangue e resíduos estão jogados no chão. Em Bela Vista, os abates são manuais, a quantidade de moscas impressiona e o funcionário admite a irregularidade. "A gente não é liberado, mas a gente abate", diz.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Agricultura de Precisão: conheça técnicas para incrementar a lavoura

Sistema utiliza tecnologia, como GPS, para otimizar uso de insumos


Racionalização do uso de insumos e aumento da produtividade são alguns dos resultados da Agricultura de Precisão. Introduzida no Brasil em meados da década de 1990, a Agricultura de Precisão baseia-se em um conjunto de técnicas de gerenciamento agrícola a partir das propriedades do solo e das plantas de uma lavoura.

A ideia é obter o maior número de dados e características de um talhão para que o produtor tenha o máximo de aproveitamento de sua área, de maneira sustentável. Para isso, os procedimentos incluem a utilização de aparelhos como GPS, que auxiliam a localizar porções de terra para amostragem. A partir da análise das amostras, podem ser elaborados, por exemplo, mapas de produtividade. Outras técnicas consistem em fotografias aéreas, imagens de satélite e videografia.

Com a constante profissionalização do meio rural, a Agricultura de Precisão ganhou espaço no agronegócio brasileiro e conquistou a atenção do poder público. Atualmente, as práticas mais populares no país são relacionadas à aplicação de fertilizantes e corretivos em taxa variável. Para promover o sistema e auxiliar os produtores, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou o Comitê Brasileiro de Agricultura de Precisão.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Novo Canal no YouTube

Boa tarde!

A Loja Agropecuária está trabalhando agora em seu Canal no YouTube! Postaremos videos de Notícias de agropecuária em geral, informações valiosas sobre produtos, curiosidades do mundo agropecuário e mais!

Se inscreva em nosso canal e Fique por dentro de tudo:
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Abraços a Todos!


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Mutação de vírus da gripe aviária deixa autoridades de saúde em alerta

Na China, nove pessoas já foram infectadas pelo vírus H7N9 e três mortes foram registradas


A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na quarta, dia 3, que o vírus H7N9, uma mutação do vírus da gripe aviária que até então só afetava aves, sofreu mutações e pode ter assumido uma forma capaz de ser transmitido de pessoa para pessoa.

– Foi detectada uma mutação do vírus que permite a infecção em mamíferos. Aparentemente a mutação facilita a infecção em humanos – disse o porta-voz da OMS, Gregory Hartl.

De acordo com a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), há sete casos confirmados de pessoas infectadas pelo vírus H7N9. As autoridades chinesas elevaram o número para nove, e relataram três mortes.

Hartl, no entanto, afirma que não há qualquer prova de contágio entre pessoas. Segundo ele, uma das probabilidades é que as infecções verificadas sejam de origem ambiental. Hartl considerou que a possibilidade de novas infecções de humanos é de moderada a alta.

Autoridades sanitárias não conseguiram estabelecer qualquer relação epidemiológica entre os infectados associando os casos às áreas geográficas. Há estudos sobre dois casos de pessoas que mantiveram contatos com aves e dois com porcos. A possibilidade de os suínos serem a fonte de contágio não foi confirmada.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Conheça alguns alimentos que ajudam a desintoxicar o organismo

Aposte no consumo de todos os alimentos de origem vegetal, que são as frutas, verduras e legumes, veja alguns exemplos:



A laranja é rica em vitamina C, Cálcio e vitaminas do complexo B, assim ajudará seu sistema nervoso a trabalhar de forma correta.

O cálcio é relaxante muscular e ajuda também no combate ao estresse. Além de fornecer muita energia e ajudar na hidratação, previne a fadiga.

Você deve consumi-la tanto em gomos como também em suco. Rica em pectina faz muito bem ao intestino.

Vegetais de folhas e ervas possuem vitamina A e também clorofila. Estas substâncias desintoxicam as células e também inibem os radicais livres (que aceleram o envelhecimento das células). Têm ainda efeito anticancerígeno além de ajudar na proteção de seu coração. Faz bem ainda para a pele e cabelo.

A cenoura é pura fonte de vitamina A. Ótima para o bom estado da visão, pele e das mucosas. Rica também em: sais minerais como fósforo, cloro, potássio, cálcio e sódio. Fornece a Vitamina B, ótima para regular o sistema nervoso e o aparelho digestivo. Quando ingerida crua e ralada, além de limpar os dentes desenvolve os músculos mastigadores. É ótima para gestantes.

As cenouras a laranja e a abóbora são ricas em vitamina B-3 e ácido clorogênico, que mantêm o sistema nervoso saudável. Ajudam ainda na prevenção do câncer de mama. E para completar todo o benefício, possuem betacaroteno, antioxidante que ajuda a proteger o coração.

O tomate contém licopeno. Esta substância é um ótimo antioxidante. Ajuda ainda a evitar o câncer de próstata. A presença da antocianina no tomate, estimula a circulação sanguínea.

O abacaxi, além de gostoso e ótimo nesta época de verão, é diurético, facilita a digestão e desobstrui o fígado.

A maçã, é muito saborosa, além de ser riquíssima em fibras, que funcionam como esponja dentro das artérias limpando o sangue do colesterol. Como é antiácida ativa o fígado e dissolvem o ácido úrico, que ajuda a reter líquidos no organismo.

A melancia também é ótima para ser consumida no verão. Possui propriedades diuréticas, ajuda na limpeza do organismo. Torna-se um poderoso desintoxicante quando se prepara seu suco com gengibre.

O gengibre ajuda também na digestão e alivia a constipação intestinal além de ativar o metabolismo. Possui vitamina C, cálcio, potássio, ferro, fósforo e magnésio. É rica em fibras.

O mel, além de ser um adoçante natural, ajuda no combate a inúmeras doenças como a gripe, a asma, amigdalite e também a bronquite. Auxilia ainda no problema de circulação e dos músculos.

Neste verão, neste calor, é um bom momento para começarmos a mudar nossa alimentação e cuidar bem de nosso organismo.

São todos alimentos saborosos, fáceis de ser encontrados, basta que você tome a decisão de comprar menos produtos em caixinha, em latinha, em vidro e consumir alimentos saudáveis e gostosos.



Lembre-se de lavá-los bem antes de consumi-los

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ferrovias deveriam ser o modo básico de transporte de cargas para o Nordeste, aponta estudo da Conab

Sem estrutura ferroviária, porém, o modo rodoviário ainda é a forma mais barata de transporte da produção agrícola da região Centro-Oeste para os Estados nordestinos



O modo rodoviário ainda é a forma mais barata de transporte da produção agrícola da região Centro-Oeste para o Nordeste do país. Essa é a conclusão de um recente estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a logística de escoamento de estoques públicos para atender o Nordeste, que vem sofrendo com a seca.

O estudo demonstra que o transporte multimodal, com a utilização conjunta dos modos rodoviários, hidroviários e de cabotagem, ainda é muito caro no Brasil se comparado ao rodoviário. Um exemplo é o custo de deslocamento de milho de Mato Grosso e Goiás para os Estados nordestinos. Pelo modo rodoviário, a Conab paga, em média, cerca de R$ 370,00 por tonelada.

– Caso utilizássemos o sistema multimodal, ente Mato Grosso e Bahia o valor seria de quase R$ 700,00 por tonelada – explica o Superintendente de Logística Operacional da Conab, Carlos Eduardo Tavares.

Segundo Tavares, outra alternativa analisada foi a utilização da multimodalidade rodo-cabotagem-rodo entre a zona de produção do Paraná e Bahia, que apresentou valor superior a R$ 650,00 por tonelada.

– Os números demonstram que as grandes distâncias rodoviárias, necessárias para alcançar roteiros onde são utilizados veículos de grande porte (hidrovia, ferrovia, marítima), acarretam elevados custos logísticos totais – completa.

Outro fator que torna o modo rodoviário mais atrativo é o nível de serviço oferecido. Basicamente, o tempo do caminhão no percurso de origem é de três a seis dias, enquanto no sistema multimodal, pela necessidade de consolidação das cargas (descarregar vários caminhões para encher um navio), pela distância a ser percorrida em veículos de baixa velocidade e pelo tempo de descarregamento nos portos, o prazo de remoção chega a 45 dias.

O levantamento aponta que a expansão do crescimento agrícola está se processando para o interior do país, e a ferrovia deveria ser o modo básico de transporte para movimentar estoques públicos da região Centro-Sul para o Nordeste.

– Caso a ferrovia Norte-Sul estivesse concluída, teríamos uma alternativa mais eficaz para abastecer o Nordeste – ressalta o superintendente.