sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Juros mais baixos e prazos maiores do Mais Alimentos estimulam agroindústria familiar

Importante programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Mais Alimentos já liberou desde que foi criado, em 2008 financiamentos no valor de R$ 9,2 bilhões, atendendo a mais de 194 mil agricultores

 

 Graças aos recursos, eles puderam adquirir, entre outros equipamentos, mais de 48 mil tratores, 4,3 mil caminhões, 537 colheitadeiras (inclusive de café e de cana-de-açúcar) e mais de dez mil ordenhadeiras de leite.

“Trata-se de uma linha de investimento de extrema relevância para a agroindústria familiar, pois aumenta e gera novas capacidades de produção. Nós facilitamos a compra do equipamento pelo agricultor familiar e, em contrapartida, temos um acordo com a montadora”, informou o então titular da Secretaria de Agricultura Família (SAF/MDA) – e atual secretário executivo do ministério – Laudemir Müller. Segundo ele, além de prestar assistência técnica e desenvolver produtos em escala para a agricultura familiar e equipamentos modernos, a montadora também viabiliza preços mais vantajosos, com bons descontos.

A agroindústria familiar é uma categoria que tem se beneficiado com taxas de juros mais baixas e prazos mais longos. O limite do Pronaf Investimento, por exemplo, aumentou 160%, passando de R$ 50 mil para R$ 130 mil, com três anos de carência e 2% de juros ao ano. “A partir de agora, o agricultor familiar poderá comprar máquinas e equipamentos para o processamento, para a agroindústria, com mais tranqüilidade, já que o limite também aumentou. Isso melhora a renda. Esses equipamentos poderão ser comprados, também, dentro do Mais Alimentos”, explicou Laudemir.

Infraestrutura

O Programa Mais Alimentos destina recursos para investimentos em infraestrutura produtiva da propriedade rural e, assim, cria condições para o aumento da produtividade da agricultura familiar. O Mais Alimentos é uma ação estruturante que permite ao agricultor familiar investir em modernização e aquisição de máquinas e de novos equipamentos, correção e recuperação de solos, resfriadores de leite, melhoria genética, irrigação, implantação de pomares e estufas e armazenagem.

A linha de financiamento abrange, ainda, projetos associados à apicultura, aquicultura, avicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura, olericultura, ovinocultura, pesca e suinocultura e a produção de açafrão, arroz, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo, trigo, cana-de-açúcar e palmácea para produção de palmito. Dentre as máquinas que o Mais Alimentos pode financiar as mais procuradas são motocultivadores, veículos de transporte de cargas e microtratores de duas rodas de 11 CV a 18 CV.

Um acordo entre o MDA e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) garante desconto até 17,5% em relação aos preços de mercado desses produtos. Especificações técnicas que excedam as listadas nos catálogos são de responsabilidade do fabricante e não configuram outra categoria, o que implica a manutenção do preço estabelecido.

Microcrédito rural

Os novos números do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) anunciados no Plano Safra 2012/2012, no dia 4 de julho, pelo MDA, também beneficiaram o microcrédito rural, ampliando a renda dos agricultores do grupo B, de menor renda. Antes, os trabalhadores rurais interessados no financiamento podiam ter renda anual até R$ 6 mil, limite que foi estendido para R$ 10 mil por ano. O valor dos empréstimos também evoluiu, passando de R$ 2,5 mil para R$ 15 mil por estabelecimento. A linha de microcrédito visa possibilitar investimentos menores, como a compra de pequenos animais e materiais para artesanato, entre outros.

Esse grupo de agricultores poderá, a partir da safra 2012/2013, acessar os financiamentos de custeio agrícola e pecuário. Com isso, aqueles de menor renda passam ainda a ter acesso ao Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) e ao Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF). As medidas – que têm como objetivo melhorar a vida dos agricultores familiares de menor renda e que vivem em, aproximadamente, 1,6 milhão de estabelecimentos na zona rural brasileira – foram elogiadas por Laudemir, que as considerou de grande relevância para o desenvolvimento da agricultura familiar de menor renda.

“Os agricultores com renda até R$ 10 mil vão poder ter acesso ao Pronaf B, o que dá a eles a possibilidade de tomar crédito com 25% de bônus e juros de 0,5%. Outro ponto importante é que os agricultores do grupo B passaram a poder pleitear financiamentos de custeio. Eles poderão ter o seguro agrícola, o que é de grande importância, uma vez que abrange quase dois milhões de agricultores em condições de se enquadrar no Pronaf B, principalmente agricultores do semiárido”, explicou Laudemir Müller.

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