O volume de chuvas maior que o normal no final do primeiro semestre do ano retardou a colheita da cana-de-açúcar na região centro-sul do País, o que trouxe lentidão ao processamento do produto para a fabricação de álcool e de açúcar.
A moagem da safra que, normalmente, termina em novembro, deverá prosseguir até o final da primeira quinzena de dezembro em pelo menos 33 usinas, informou nesta quinta-feira (20) o presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues.
A entidade representa as empresas responsáveis por mais de 50% da produção nacional de cana e 60% de etanol. Novas projeções da Unica indicam que, até o dia 1º de setembro, foram processadas 307,60 milhões de toneladas, contra 339,51 milhões no mesmo período da safra passada.
Com mais chuva no início da colheita, entre abril e junho, a produtividade por hectare apresentou melhor resultado, segundo Pádua. Em agosto, foram produzidas 76,6 toneladas de cana por hectare, contra 66,8 toneladas em igual mês do ano passado.
O aproveitamento da cana para fabricação de álcool e açúcar, no entanto, diminuiu em 3,28% por causa da baixa no teor de sacarose. Até o início de setembro, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada da matéria-prima totalizou 129,49 quilos, montante menor que o registrado no ano passado (132,56 quilos).
A revisão na estimativa da safra atual mostra que a moagem irá crescer 1,87% - passando de 509 milhões para 518,5 milhões de toneladas de cana. A produção de açúcar deverá ficar 1,21% abaixo do estimado no começo da safra, porém será 4,46% superior à obtida no ano passado, totalizando 32,7 milhões de toneladas.
A previsão para a fabricação de etanol anidro é crescer 19,42%, com 8,3 bilhões de litros, enquanto o etanol hidratado deve cair em 12,29% em relação à estimativa anterior, passando de 21,4 bilhões para 21,05 bilhões de litros.
Em 2013, Pádua prevê que o governo deverá aumentar a porcentagem da mistura do álcool anidro à gasolina, com a proporção subindo de 20% para 25%. Ele, no entanto, defende que as regras sejam estipuladas antes do início da próxima safra. “Deveremos ter de volta os mesmos níveis de três anos atrás, mas é importante que o governo sinalizasse isso antes para dar mais segurança ao abastecimento”, disse.
A revisão das estimativas também indica alteração no volume de etanol para exportação que ficou 50% acima da previsão anterior, devendo atingir 2,55 bilhões de litros, contra 1,7 bilhão.
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