quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Simuladores ajudam na colheita de cana, mas usinas ainda aguardam resultados


Será na primeira semana de fevereiro, durante a edição 2013 do Show Rural Coopavel, que o grande público finalmente irá conhecer o simulador para treinamento para a colheita mecanizada de cana-de-açúcar da John Deere



"O simulador foi apresentado no último mês de outubro para um grupo de clientes da marca e, em fevereiro, no Show Rural Coopavel, no Paraná, será a primeira apresentação para o público em geral", conta o gerente de marketing cana da empresa, Cristiano Trevizam.

Com 85% da colheita da produção Centro-Sul mecanizada - número que, segundo dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) representa um crescimento de 51% em dez anos e que, pelo menos no estado de São Paulo, deve chegar a 100% até 2014, devido ao Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético –, o lançamento chega ao mercado como mais uma alternativa para otimizar a formação de operadores, competindo com o simulador apresentado em 2011 pela Case IH.

O objetivo das duas empresas, porém, é o mesmo: diminuir o tempo de treinamento, evitar danos às máquinas e aumentar a produtividade. "Com o simulador você diminui o gasto de combustível e evita danos ao canavial, que é um cultivo caro", exemplifica Trevizam. Além disso, o produtor pode realizar o treinamento em qualquer período do ano, sem prejudicar o cronograma da colheita, e reciclar o conhecimento de operadores já treinados.

Respostas do mercado

Enquanto parte do público estiver entrando em contato com o simulador da John Deere pela primeira vez, as unidades produtoras da Raízen, empresa criada a partir da joint venture entre o grupo Cosan e a Shell, estarão iniciando sua primeira turma de treinamento de operadores com o uso deste equipamento.

"Atualmente os novos operadores iniciam como auxiliares de operações mecanizadas trainee, passando por um programa teórico com uma carga de 68h. Na parte prática, estes operadores iniciam observando os operadores mais experientes e vão gradativamente aumentando o tempo operando a máquina de forma assistida", explica o diretor de RH da empresa, Luis Veguin.

A expectativa é de que haja uma redução de 200 horas na parte prática da formação, que dura hoje, ao todo, cerca de um ano. "Isto se torna cada vez mais necessário, considerando que atingiremos 95% da colheita mecanizada em três anos", afirma Veguin.

O Grupo USJ também resolveu apostar na nova tecnologia e, a partir de junho, formará operadores com a ajuda de um simulador da Case IH na Usina São Francisco, em Quirinópolis (GO).

Para o gerente executivo e responsável pela produção de cana do grupo, Humberto Carrara, o simulador permite que o operador em treinamento opere uma colhedora com todos os seus acessórios, diferentes níveis de complexidade e variadas condições de colheita, além de possibilitar o acompanhamento e o aperfeiçoamento das habilidades deste operador. "Até agora, a única maneira de preparar um operador de colhedora era em operação real, aprendendo por tentativa e erro", diz Carrara.

O custo do simulador, conforme apurou o portal novaCana.com, gira em torno de 20 a 30% do valor de uma colhedora. Embora não estejam disponíveis números consolidados, o investimento deve compensar pelos benefícios gerados com a redução de custos de manutenção dos equipamentos e ganhos com o rendimento operacional.

Cautela

Mesmo assim há quem prefira esperar resultados mais concretos antes de adotar o novo método de treinamento. O diretor agrícola da paranaense Sabaralcool, Victor Rezende, afirma que, por enquanto, a empresa não tem interesse em comprar simuladores, porque os resultados com treinamento teórico em sala e acompanhamento no campo têm sido satisfatórios.

"Levamos em torno de duas safras para termos um operador com rendimento e qualidade satisfatórios, mas esse aprendizado só ocorre trabalhando com todas as variáveis, como cana com e sem palha, solo argiloso, solo arenoso, soqueira alta, umidade no solo, umidade na planta, etc...", explica. Para Rezende o custo do método empregado hoje também não é alto, já que o material é compilado e o treinamento organizado por uma equipe da própria empresa.

"A tecnologia do simulador é muito recente e ainda não há como comparar [com o método tradicional]", comenta o diretor agrícola da Sabaralcool. Porém, caso seja comprovada a eficiência da nova tecnologia, Rezende não hesita em dizer que a empresa pode rever essa posição.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O Desafio de combater os parasitos dos Bovinos e Ovinos

Os parasitos internos e externos são uma das principais causas da perda de produtividade animal a nível mundial. Os avanços com novas tecnologias para combatê-los, colaboram com resultados visíveis para o desenvolvimento do potencial destes animais


A presença de parasitos pode desencadear uma perda abrupta de peso no animal, além de perdas nos índices de prenhez e na produção leiteira em zonas tropicais e subtropicais, o que leva a uma diminuição nos ganhos para o produtor. Entre os bovinos, os animais jovens (0 a 24 meses) são os mais propícios a contrair parasitos internos. No caso dos ovinos, ao contrario, em todas as etapas do desenvolvimento do animal se apresentam riscos e a prevenção é fundamental para conseguir resultados, já que são altamente sensíveis aos parasitos durante toda a vida. Com respeito aos parasitos externos, nos bovinos, o risco também se apresenta durante todo o ciclo de vida. A atividade permanente de profissionais que estão no dia a dia com equipes em diferentes sistemas de produção e novos enfoques no controle de parasitos externos e internos proporciona melhores resultados de ganhos diários de peso, aumento na porcentagem de prenhez e na porcentagem de desmame.

Atualmente, existem vários métodos para combater os parasitos, como o uso de produtos injetáveis e produtos que se aplicam sobre o lombo dos animais (“pou-on”), banhos ou, ainda, aspersão. As variáveis que definem que método utilizar incluem o controle efetivo, a praticidade para aplicar o produto e o contexto do manejo onde se encontram os animais.

Prevenir para evitar a perda de produtividade

Nos sistemas de produção com alta carga animal, o risco é algo maior. Se a infecção parasitaria é muito alta, os animais podem apresentar casos com severas perdas de peso de ate 60 kg de carne ou 150 kg de leite devido aos carrapatos, até 20kg de carne e 60kg e leite devido as moscas, até 40kg de carne e 120kg de leite pelo berne e até 45kg de carne ou 135kg de leite devido as verminoses na vida útil do animal, com sintomas claramente observáveis (dados EMBRAPA). No entanto, os casos mais comuns se dão nas perdas de peso subclínicas (com sintomas não observáveis), onde a perda chega a, aproximadamente, 20% de seu peso vivo. Isto leva, muitas vezes, a uma importante complicação de manejo no sistema de produção, já que o animal deve permanecer mais tempo no campo antes de alcançar seu peso de abate ou serviço, com importantes perdas econômicas para o produtor.

A Biogénesis-Bagó recomenda realizar um controle estratégico dos parasitos para evitar que organismo dos parasitos gere resistência as drogas. É por isso que o produtor deve assessorar-se através de um veterinário especializado sobre a melhor forma de aplicação, tendo em vista a localização geográfica da propriedade e o período do ano em que deseja desparasitar os animais.

Hoje, a aplicação da tecnologia disponível e um correto assessoramento por parte de um profissional veterinário consegue um melhor desenvolvimento potencial dos animais, logrando, assim, uma maior produtividade e retorno de investimento para o produtor.


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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Agricultura ainda gera desconfiança

Soa como o próprio paraíso para investidores: um setor que vale estimados 10% da produção da economia mundial, com demanda suficiente para puxar um aumento da produção projetado em 70% até 2050


Mas a agricultura - o ponto de partida de uma cadeia alimentar que terá de nutrir 9 bilhões de pessoas até meados do século - deixou cicatrizes em alguns grandes participantes de sucesso do universo dos investimentos. Muitos encaram agora com desconfiança um setor que fica à mercê de instabilidade climática, risco político e governos aventureiros.

A atitude marca uma reviravolta em relação a poucos anos antes da crise financeira de 2008, quando o Morgan Stanley comprou lotes de terra agrícola na Ucrânia, a Altima Partners queria criar "a primeira ExxonMobil do setor agrícola" e Crispin Odey, diretor do fundo de hedge Odey Asset Management, pregou: "Venda bancos, compre queijo".

Atualmente o apetite para recorrer ao setor continua sólido, mas moldado por advertências decorrentes das operações fracassadas daqueles anos de maior risco. Essa restrição é um breque para muitos dos que mais precisam de financiamento: 85% da produção vem de pequenos proprietários rurais, muitos dos quais têm necessidade de se expandir e aprimorar a tecnologia.

"Os produtores rurais enfrentam dificuldades para obter financiamento dos bancos e procuram fontes alternativas", diz Ashley Clarke, diretor associado da assessoria empresarial Grant Thornton. Richard Ferguson, diretor da Masdar Farming, qualifica a agricultura de "a última grande industrialização". É um processo que, segundo ele, demorará de 20 a 30 anos para acontecer, em boa medida refletindo o que ocorreu com o setor petrolífero por mais de um século: com propriedades rurais de menor porte reunindo forças e se tornando corporações.

A Rússia e a Ucrânia ilustram o processo. Pelos ditames das reformas instituídas após o colapso da União Soviética, as fazendas coletivas passaram para as mãos de centenas de indivíduos; diante disso, um terço da terra deixou de produzir.

As aquisições corporativas começaram, para valer, em 2002. Ferguson se lembra de uma empresa agrícola que ostentava 70 advogados em seu quadro de 1,6 mil funcionários, cujo tempo era gasto comprando parcelas individuais de extensões de terra. Elas formaram a base de alguns dos grandes grupos atuais com ações em bolsa, como o Cherkizovo e a Black Earth Farming.

Mas o descompasso entre as expectativas dos que tentam obter capital e os que o fornecem está emperrando o fluxo de investimento. Uma consultoria ilustra o escancarado vácuo de financiamento existente com o caso de um fundo de hedge de Nova York que fez as avaliações de contas com vistas à compra de um grande projeto agrícola no Brasil. O fundo acabou desistindo do negócio ao perceber que apenas ganharia o devido fluxo de caixa positivo "um mês por ano", dado que a colheita ocorre também uma vez por ano. Outras questões fazem os investidores parar para pensar. A agricultura é fragmentada, de pequena escala e localizada, e projetos isolados são considerados arriscados demais.

Em vez disso, os investidores estão apostando no crescimento do setor via equipamentos e tecnologia, com a compra de ações como a da fabricante de tratores John Deere ou a fornecedora de sementes Syngenta.

A escassez desses grupos com ações registradas em bolsa também explica os desenfreados múltiplos colhidos pelas que efetivamente existem - os papéis do grupo de genética animal Genus, com ações no Reino Unido, são negociados a 26 vezes os lucros previstos. Em contrapartida, existe um cemitério de tamanho considerável de ações agrícolas que despencaram como as da Asian Citrus e as da Asian Bamboo.

Assim, investidores estão prospectando maneiras de tornar a atividade agrícola algo mais investível. Entre os modelos estão associar os agricultores em cooperativas. O modelo também é proveitoso para captação de recursos. As cooperativas agrícolas podem se aglutinar para investir em processamento ou refino. A cooperativa neo-zelandesa de leite e derivados Fonterra captou no ano passado 525 milhões de dólares neo-zelandeses por meio de um novo fundo, referenciado em seu desempenho financeiro. O registro em bolsa transformou a Fonterra na maior empresa da Nova Zelândia.

Mas outros analistas arrolam contrapontos a essas histórias de sucesso, como os da Landkom, Asian Citrus e da Black Earth Farming. Esta última foi formada para investir na produção russa de grãos e possui um banco de terras maior do que Luxemburgo, mas o lucro encolheu em cada um dos últimos cinco anos, num desempenho qualificado pela empresa como "decepcionante".

A Landkom, que entrou na bolsa em 2007 e, por causa da crise financeira teve que se desvencilhar das ambições de expandir seu banco de terras; comprou em seguida o maquinário errado e amargou uma safra precária de canola - até ser comprada a preço de banana.

Clarke, da Grant Thrnton, vê mais atratividade em outras partes da Europa. Lá os investidores podem ganhar retornos sobre o capital de 1% a 2%, diante da valorização da terra que, no Reino Unido, por exemplo, dobrou nos últimos cinco anos.

Jürgen Siemer, analista-sênior da Sustainable Asset Management, concorda. "O preço da terra está subindo. Assim, investimentos na agricultura tornam-se mais atraentes, e há mais lucro a computar".

Em 1993, quando a operadora de telefonia móvel Orange surgiu, não previa computar lucros por seis anos (ao que se revelou, ela gerou um lucro minúsculo em um, dentre sete anos). Em 2000, estava entre os cinco grupos do Reino Unido que desembolsaram US$ 22 bilhões ou mais por concessões de operação de 3G -, o que empurrou as metas ainda mais para a frente.

A atividade pode ter um horizonte ainda mais distante. Kim Wagner, sócio do Boston Consulting, diz que os agricultores medem em gerações. Seu colega Decker Walker acrescenta: "A criação de valor nesse setor tem sido fabulosa". Não é coisa que investidores diziam sobre as telecomunicações em 2000.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Paraná é considerado exemplo em sanidade animal

Caso "não clássico" do mal da vaca louca no final de 2012 colocou em dúvida produção de carne bovina no Estado; especialistas dizem que questionamentos são infundado

 

 

A sanidade animal das propriedades paranaenses foi colocada em xeque no final do ano passado, quando foi anunciado que um agente causador do mal da vaca louca (Encefalopatia Espongiforme Bovina-EEB) havia sido encontrado em um animal na cidade de Sertanópolis (Norte), morto em 2010. Apesar da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter classificado o caso como "não clássico" da doença e, portanto, "com risco insignificante", a repercussão foi suficiente para que dez países embargassem a importação de carne bovina brasileira (veja o quadro). Em 2011, segundo os últimos dados levantados pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e abastecimento do Estado do Paraná (Deral/Seab), 977,1 mil de cabeças de boi foram abatidas no Estado, com uma produção de 240,6 mil toneladas de carne. O órgão ainda não concluiu o levantamento de 2012.

Na opinião dos especialistas e entidades representativas do mercado de carnes do País, a dúvida criada pelos "clientes" estrangeiros acerca da carne bovina paranaense é infundada. Para as entidades, o Paraná é considerado modelo em sanidade animal junto com os outros estados do Sul, Sudeste e também o Mato Grosso Sul. Uma das principais justificativas para a boa saúde dos bovinos é que os animais são criados em pastos, só consomem produtos de origem vegetal, além do índice de vacinação contra febre aftosa atingir quase 100% todos os anos.

Para o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovino de Corte (ANPBC), Alexandre Turquino, o produtor paranaense - e o brasileiro de maneira geral - "faz a lição de casa" quando o assunto é sanidade animal. "O cronograma sanitário é seguido pontualmente. Vermífugos, vacinações contra a aftosa e também contra a brucelose (que atinge apenas fêmeas) também são realizadas. O produtor tem medo de perder seus animais e sofrer com um grande prejuízo", salienta Turquino.

Outro fator que torna a carne brasileira diferenciada e longe de problemas sanitários, avalia Turquino, é o que o gado brasileiro ingere. Além do pasto natural, em confinamento os animais se alimentam apenas de farelo de soja e milho, sorgo, feno, etc. Ele comenta que apesar do países da Europa e os Estados Unidos estarem livres da aftosa sem vacinação - o que potencializa a comercialização da carne em todo o mundo - mais da metade dos alimentos que os animais ingerem são de origem animal. "Visitei um dos maiores confinamentos dos EUA recentemente e quando estava a cerca de 15 km do local o cheiro já era insuportável. Eles utilizam farinha de osso, restos de frigorífico e é daí que as proteínas responsáveis pela vaca louca e outras doenças chegam aos animais. Todos sabem que este embargo contra o Brasil é mais uma justificativa comercial do que sanitária", avalia o presidente da ANPBC.

Em sua propriedade que conta com cerca de 250 animais nelore, onde ele faz a recria dos garrotes com o prazo máximo de dois anos e repassa a outros produtores para a engorda, Turquino calcula que investe em sanidade animal em torno de R$ 30 a R$ 40 por cabeça anualmente. "Os produtores não dão restos de resíduo animal porque o ‘crime não compensa’. Perto de todo o sistema da propriedade, cuidar da saúde dos animais é o que eu considero mais barato. Em relação à vacinação, nossos índices acabam sendo maiores que a vacinação em humanos", salienta ele.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pesquisa da USP aponta áreas onde cultivo de cana-de-açúcar é viável

Proposta da tese elaborada em São Carlos (SP) é orientar os produtores.
Estudo levou em consideração tipo de solo e preço de terra arrendada.



Uma tese de doutorado da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), pode ajudar a planejar melhor a expansão do cultivo de cana-de-açúcar, uma das melhores alternativas de renda para os produtores rurais. A pesquisa aponta em quais cidades o cultivo é mais viável economicamente e mostra a mudança de cenário do agronegócio no interior de São Paulo.

Na região de Araraquara, por exemplo, o plantio tem aumentado. A área plantada nesta safra foi 5,76% maior que a anterior. A fazenda administrada por Almir Rogério Armando era produtora de gado, mas a maior parte do pasto virou canavial há cinco anos. Segundo ele, o dinheiro falou mais alto. “Teve uma proposta boa da usina e a área que dava para plantar cana, arrendamos para a usina”, diz.

O contrato para fornecimento da cana para a usina acabou de ser renovado por mais cinco anos. O cultivo só não aumentou por falta de espaço e a cana já ocupa mais de 80% da propriedade de 184 hectares.

A proposta da tese, produzida por José Eduardo Holler Branco (foto) , é orientar o agricultor que quer entrar no setor canavieiro ou aumentar a produção. O chamado mapa da cana do Brasil, que indica as melhores regiões para investimento, leva em consideração o tipo de solo, propício para o desenvolvimento da cana, o preço da terra arrendada e a infraestrutura de transporte para escoar a produção.

Demanda de consumo

O pesquisador chegou aos resultados depois de analisar também a demanda de consumo de açúcar e álcool no país e no exterior. Hoje, o Estado de São Paulo é o maior produtor, com 390 milhões de toneladas de cana, e é também o estado com maior potencial de expansão. Até 2021 a previsão é atingir pelo menos 220 milhões de toneladas.

“É em função de sua produtividade maior, de suas áreas e também em função da sua localização, apresentando competitividade logística bastante acentuada, que o modelo acabou recomendando um volume expressivo de aumento da produção de cana ainda no estado de São Paulo”, afirma o autor da pesquisa.

Segundo Branco, em nove anos, a produção de cana no Brasil vai dobrar. O mapa apresenta todas as áreas com potencial de expansão, incluindo o Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e Maranhão. A lista inclui também Araraquara, Casa Branca(SP), Jardinópolis (SP), Araras (SP), Brotas (SP), Piracicaba (SP) e São Carlos.

“Você consegue identificar qual seria a distribuição espacial mais racional para a produção de cana-de-açúcar e essa é uma informação importante para que agentes do setor ou os próprios investidores consigam direcionar melhor os investimentos, escolher as áreas mais adequadas”, diz o pesquisador.
O estudo vem ao encontro da expectativa do setor, segundo o representante das usinas da região Centro Sul do país. Até dezembro foram processadas 531,35 toneladas de cana, número 7,74% maior que a safra anterior.

“Ainda existem projetos em estudo que apontam o olhar para essas regiões onde existe essa hipótese de terra disponível para agricultura”, diz Sérgio Prado, representante da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). “Agora, o foco do setor também tem que levar em conta o investimento em produtividade, ou seja, produzir mais na mesma área”, considera.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Avanço da mecanização incentiva adoção de tecnologias de última geração em SP

2013, último ano em que será permitido o uso do fogo controlado para realizar a colheita da cana em áreas com declividade inferior a 12 graus no Estado de São Paulo

Em 2013, último ano em que será permitido o uso do fogo controlado para realizar a colheita da cana em áreas com declividade inferior a 12 graus no Estado de São Paulo, algumas usinas, entre elas a São Martinho, em Pradópolis, e a Santa Adélia, em Jaboticabal, estão apostando em uma tecnologia de ponta: simuladores de máquinas colheitadeiras, equipamento que aprimora o treinamento de trabalhadores rurais que futuramente trocarão o corte manual da planta pela colheita mecanizada. Para o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, o simulador, fabricado pelas empresas Case IH e John Deere, semelhante aos usados pelos pilotos de avião, é um recurso importante no processo de requalificação de uma mão-de-obra cuja atividade já foi mecanizada em 65,2% dos canaviais paulistas.

“Esta inovação tecnológica é um resultado direto do compromisso das usinas com a produção sustentável, requalificando mão de obra rural e cumprindo todas as metas estabelecidas no Protocolo Agroambiental, que prevê o fim da queima da palha de cana em áreas planas em 2014, e em 2017 nas com inclinação superior a 12 graus,” observa Rodrigues. Com o avanço da mecanização e a crescente demanda por profissionais capacitados a operar máquinas colheitadeiras, Padua acredita que os novos simuladores desenvolvidos no Brasil podem acelerar o aprendizado dos futuros operadores do equipamento.

Reproduzindo o som ambiente e o cenário de um canavial por meio de imagens tridimensionais, a nova cabine virtual proporciona mais segurança e confiança aos novos operadores no momento em que assumirem as máquinas de forma efetiva. O diretor Agrícola da Usina Santa Adélia, Luis Marcelo Spadotto, concorda que apesar do novo equipamento não dispensar o treinamento do colaborador na lavoura, “ele oferece uma base prática bem estruturada para o profissional em formação, diminuindo a margem de erros no manuseio das colheitadeiras.”

Segundo o gerente de Marketing Cana da John Deere, Cristiano Trevizam, outra grande vantagem do simulador é que, "por ser portátil, pode treinar diversas equipes inclusive durante a entressafra da cana." O equipamento foi lançado pela marca em outubro do ano passado para colheitadeiras da série 3520.

O gerente de Colheita e Manutenção Agrícola da Usina São Martinho, Luiz Alberto Henriques, acrescenta que o recurso virtual diminui riscos de acidentes e traz economia de combustível, já que há redução no consumo em máquinas que deixam de ser usadas no treinamento dos trabalhadores. “Economiza-se tempo, aprimoram-se os treinamentos e o aprendizado. Incentivamos e promovemos a segurança no trabalho,” avalia.

O especialista em Marketing de Produtos para Cana-de-Açúcar da Case IH, Fábio Balaban, cuja companhia apresentou o simulador da série A8000 pela primeira vez em maio de 2011, revela que a empresa já comercializou 15 modelos até o final do ano passado. “O simulador já foi vendido para algumas usinas, tivemos 10 unidades que foram entregues até o final do ano passado além de outras cinco para entidades de ensino como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar),” informa. Para 2013 o simulador já está disponível para venda em todas as concessionárias Case IH no Brasil. O preço do equipamento não foi divulgado pelo fabricante.

Compromisso social

Nos últimos anos, o setor sucroenergético vem se destacando pelo investimento pesado não apenas em inovação tecnológica, mas também em políticas e ações voltadas à produção sustentável da cana-de-açúcar. Além de cumprir as metas do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, acordo assinado em 2007 por representantes do Governo de SP, empresários e trabalhadores rurais, outro objetivo é a requalificação da mão de obra no campo.

A gerente de Responsabilidade Social Corporativa da UNICA, Maria Luiza Barbosa, revela que de fevereiro de 2010 a dezembro de 2012, mais de 21,7 mil trabalhadores da indústria canavieira aprenderam uma nova profissão, como a de Operador de Colheitadeira, Motorista Canavieiro, Soldador, Eletricista e Mecânico.

“Os cursos, oferecidos pelas próprias usinas, foram criados nos moldes do Projeto RenovAção, que, sozinho, é responsável pela formação de 26% (5,7 mil pessoas) de todo o contingente requalificado até o final do ano passado,” realça Barbosa. Lançado em 2009 pela UNICA em parceria com a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), o RenovAção tem como parceiros o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Fundação Solidaridad e as multinacionais Case IH, FMC, Iveco e Syngenta.

Técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Centro Paula Souza coordenam o treinamento teórico e prático dos cursos do RenovAção, realizados em seis das maiores regiões produtoras de cana-de-açúcar do Estado de SP: Ribeirão Preto, Piracicaba, Bauru, Araçatuba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente.

Quase 80% dos participantes dos 30 cursos oferecidos já se recolocaram no mercado de trabalho, e o aumento médio na renda destes trabalhadores foi de 61%. Com mais de 1,2 milhão de empregos diretos gerados pelo setor sucroenergético no Brasil, cerca de 500 mil são alocados em atividades rurais vinculadas exclusivamente ao cultivo da cana-de-açúcar. Apenas o Estado de SP abriga mais de 20% dessa mão-de-obra, ou cerca de 110 mil trabalhadores. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sistema Campo Limpo compartilha a importância de destinar corretamente as embalagens vazias de defensivos agrícolas durante o Showtec 2013

Mensagens conscientizam participantes do evento por um meio ambiente mais limpo

 

 Com o objetivo de fortalecer as ações desenvolvidas pelo Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos), o inpEV - Instituto Nacional de Processamentos de Embalagens Vazias de Agrotóxicos – que atua há mais de dez anos na destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas, com o apoio das associações gerenciadoras das centras de recebimento do Mato Grosso do Sul, estará presente no Showtec 2013, entre 23 e 25 de janeiro em Maracaju (MS).

No stand a atração principal será a presença do espantalho Olímpio, personagem símbolo das campanhas do instituto, que na ocasião irá reforçar para os participantes do evento a importância da correta destinação de embalagens vazias de defensivos. Uma maquete facilitará a compreensão do fluxo do sistema de destinação, desde a lavagem das embalagens até a reciclagem ou incineração.

No espaço também serão expostos painéis que esclarecem como é o ciclo de vida desse tipo de material e informam aos agricultores como realizar a tríplice lavagem e a lavagem sob pressão. Serão apresentados ainda os resultados do programa em 2012 e o mapa das centrais de recebimento de embalagens no Mato Grosso do Sul. Alguns representantes das centrais do estado estarão no stand do instituto à disposição para esclarecer dúvidas sobre a destinação das embalagens.

“O ShowTec é um dos maiores eventos da região Centro Oeste voltado ao produtor rural, com foco em novas tecnologias agropecuárias. Por isso, é uma oportunidade para reforçamos o papel de cada um na cadeia do Sistema Campo Limpo e, também, fortalecer o compromisso do inpEV na gestão pós-consumo das embalagens vazias de agrotóxicos”, ressalta Hamilton Rondon, coordenador regional de Operações do inpEV no estado.

Sobre o evento

Realizado pela Fundação MS, o Showtec é um dos maiores eventos de propagação, inserção e demonstração de novas tecnologias agropecuárias para produtores rurais e profissionais do centro-oeste brasileiro. Com estimativa de público de 15 mil pessoas (maior que a última edição), o 17º Showtec 2013 vem com o tema "Diversificação do Agro para um Brasil melhor" visando difundir e aperfeiçoar novas tecnologias para o meio rural. O evento contará com mais de 100 expositores, cerca de 500 tecnologias demonstradas e os tradicionais Giros Tecnológicos.

Mais informações sobre o inpEV e o Sistema Campo Limpo estão disponíveis no site www.inpev.org.br.
 


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

COAMO: Híbridos de milho e silagem de alta performance são tema de Dia de Campo

Entre os trabalhos desenvolvidos pela Coamo está a realização de eventos técnicos com o objetivo de atualizar e apresentar aos cooperados tecnologias que possam incrementar a produção


Com esse intuito foi realizado em Peabiru, região Centro-Oeste do Paraná, na última terça-feira (15/01), um dia de campo sobre híbridos de milho e silagem de alta performance.

Alternativa - Considerado como volumoso de excelente valor nutricional e estrategicamente de grande importância para a pecuária, a silagem de milho certamente é uma ótima alternativa de alimentação para o rebanho bovino. Contudo, não basta apenas optar pela utilização desta ferramenta. É preciso conhecer tecnicamente a forma correta de preparar o concentrado.

Oportunidade - De acordo com o engenheiro agrônomo do Detec de Peabiru, Daniel Scremin Carneiro, a Coamo oferece sempre o que existe de melhor no campo e os dias de campo são importantes, pois são mostrados experimentos que tem a ver com a realidade do município. “São lançamentos de híbridos para silagem com potencial para um bom desenvolvimento e dentro da nossa realidade. É a oportunidade que os cooperado tem de conhecer essas novas tecnologias e se programar para as próximas safras”, ressalta.

Aprendizado - João Carlos Rossa, cooperado da Coamo em Peabiru, destaca que os dias de campo proporcionam oportunidade de aprendizado e reciclagem para que possa aumentar a produção e a competitividade. “Por meio da Coamo recebemos informações do que há de novo no mercado. Estamos sempre buscando aumentar nossas produtividades e melhorar o desempenho das lavouras. O dia de campo é uma ótima oportunidade para adquirir conhecimento”, destaca.

Silagem
– O professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, doutor João Ricardo Alves Pereira, que palestrou no encontro observa que o cooperado precisa saber o momento exato de extrair a planta para o preparo do composto, para não errar no ponto de corte, bem como a forma de preparar e acondicionar o material no silo. Fatores que são determinantes para a boa qualidade da silagem. “Primeiro de tudo o produtor tem que ter uma boa lavoura. Ele não pode deixar para silagem a parte de menor investimento e de rendimento. Em um segundo momento é colher no momento ideal aproveitando o que a planta tem de melhor e cuidar do processo de armazenagem.”