segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Produtores de leite conhecem exemplos de sistemas de produção

Alimentar o gado de leite a pasto ou no sistema confinado é uma dúvida frequente entre os produtores de Mato Grosso



A maioria ainda opta pela alimentação do gado a pasto aberto, embora o modelo de intensificação de pastagens e o confinamento vêm ganhando espaço no estado. O tema foi discutido em painel durante o 1º Encontro Aproleite, nesta sexta-feira (9.11), no Cenarium Rural, em Cuiabá. O diretor da Leitíssimo, de Minas Gerais, Craig Bell, apresentou o exemplo da propriedade em que o gado é alimentado a pasto e o diretor-presidente da Agrindus, de São Paulo, Roberto Jank Jr., falou sobre a agropecuária Agrindus, que produz cerca de 15 milhões de litros de leite por ano no sistema confinado.

Na Leitíssimo, cujo volume de leite produzido em 2009 chegou a 34 milhões de litros, a produção é feita no sistema pastoril de forma integrada com a indústria de beneficiamento. Segundo Craig Bell, a produção ao pasto permite uma grande eficiência de uso de mão de obra, energia e nutrientes. "Clima é fundamental, genética é necessária, tecnologia é importante, mas nada dá certo se não tiver equipe boa, bem motivada e bem integrada", enfatiza.

Bell reforça que o clima também requer atenção, já que cada estado tem a sua particularidade. "No caso da nossa propriedade, que está localizada no estado de Minas Gerais, quase na divisa com a Bahia, o clima permite mantermos os animais a pasto em boas condições quase o ano todo, mas no inverno o clima seco nos obriga a utilizar o sistema de irrigação", explica.

O diretor da Leitíssimo pontua ainda que a genética dos animais também faz a diferença na produção a pasto. Além da prática de inseminação artificial, a Leitíssimo importa animais de outros países. "Criamos vacas da raça neozelandesa Kiwicross, cuja taxa de fertilidade chega a 89% das vacas inseminadas. Só usamos sêmen da Nova Zelândia, pois esse país tem mais de 100 anos de seleção de vacas adaptadas ao pasto com bons índices de produção, fertilidade e sobrevivência", pontua Bell.

Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite), Alessandro Casado, em Mato Grosso a maioria dos produtores opta pela alimentação do gado a pasto aberto por ser o método mais tradicional e também pela falta de incentivos financeiros para investimentos em tecnologia. "Este é mais um desafio que o produtor de leite de Mato Grosso precisa vencer. Precisamos de incentivos financeiros do Governo Estadual para investir em tecnologia. A Aproleite também tem como objetivo buscar este apoio aos produtores e levar até eles conhecimento sobre outros sistemas de produção mais eficientes, como o confinamento ou intensificação de pastagens", destaca Casado.

Agrindus - Já para aqueles que optam pela alimentação do gado leiteiro no sistema confinado, o diretor-presidente da Agrindus, Roberto Jank Jr., explica que a "intensificação da produção em sistemas confinados envolve, além da alimentação do gado, a produção intensiva de alimentos na propriedade e também os índices de intensificação do rebanho, como a produtividade por vaca, por hectare, por módulo total e unidade de mão de obra". Jank comenta ainda que acredita muito no potencial do Brasil de se tornar um dos grandes produtores de leite do mundo, mas para isso, são necessárias políticas públicas que incentivem os pequenos produtores.

O 1º Encontro Aproleite é uma realização da Aproleite, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e tem o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae-MT), Organização e Sindicato das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (OCB-MT), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundo Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (Fesa-MT), Imea, Scot Consultoria e Sindicatos Rurais.

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