Assunto foi discutido em evento de promoção e incentivo ao consumo do produto
O resultado foi afetado por uma mudança na legislação do principal país importador de ovos brasileiros, a Angola, que responde por 42% dos embarques. Os angolanos passaram a exigir que o produto brasileiro chegasse lá com no máximo 60 dias de produção. Como os navios levam um tempo médio de 20 dias no trajeto, o prazo ficou apertado.
Apesar disso, de acordo com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), não deve haver excesso de estoques no mercado, neste segundo semestre. A expectativa do setor é dobrar os volumes exportados, que atualmente representam apenas 1% da produção brasileira. É o que explica o diretor de marketing da Ubabef, Ricardo Santin.
– Na verdade, a gente busca ter no mínimo 10%, a gente fala que para o ideal é que se tenha 70% de produção de mercado interno e 30% de mercado externo. Lógico que para gente chegar a esse ponto, com o setor de postura, iremos levar mais tempo. Mas essa é a meta do Brasil, do nosso produtor de ovos e da Ubabef, para chegar um dia a ter 30% da nossa produção espalhada pelo mundo – disse.
Em busca da abertura de novos mercados para o ovo, a empresa gaúcha Naturovos fez o primeiro embarque de amostras da produção para Singapura, país que impõe muitas restrições para entrada do produto. O container com 4.500 ovos ainda está no mar, e em breve deve ser analisado.
– Essas negociações já vem há mais de sete anos, foi quando a primeira missão visitou nossa empresa. Desde ano passado a gente estreitou essas relações. O que eles exigem do país, é um plano nacional de salmonelose, que foi aprovado há pouco tempo pelo governo. Como o container ainda esta viajando, isso também faz parte do teste, eles querem saber como o produto se comporta no transporte. Acredito que depois da chegada, em torno de quatro a seis meses vamos ter algum retorno deles já – disse o gerente de exportação da Naturovos, Anderson Herbet.
O Brasil está em quarto lugar no consumo de ovos, cada pessoa ingere, por ano, 161 ovos. Em primeiro lugar está o México, com 365, seguido do Japão, com 360, e dos Estados Unidos com 262. Com volume baixo de exportação e consumo ainda pequeno no mercado interno, o setor trabalha para promover o alimento. No Rio Grande do Sul, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) está lançando uma campanha de incentivo ao consumo.
– Nós queremos nos próximos anos, no mínimo aumentar mais 20 ou 30 ovos. Assim iremos conseguir começar a avançar e chegar próximo a alguns países desenvolvidos – disse José Eduardo dos Santos, diretor executivo Asgav.
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