sexta-feira, 31 de agosto de 2012


Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 é destacado por ministro
O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, participou do debate sobre Políticas Públicas para a Agropecuária e Agricultura Familiar, nessa quinta-feira, às 14h30, na casa da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, durante a 35ª Expointer, em Esteio






















Mendes Ribeiro destacou os R$ 115, 25 bilhões de recursos disponibilizados pelo Governo Federal no Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 (PAP), lançado no final de junho deste ano. “Não tenho dúvida de que este é o maior Plano Agrícola já anunciado nos últimos anos. Com esses recursos, vamos criar condições necessárias para o aumento da produção e da produtividade agrícola brasileira” ressaltou. Mendes também chamou a atenção para a redução dos juros na tomada dos financiamentos pelo produtor rural, tanto para custeio, como investimento, que baixaram de 6,75% para 5,5% ao ano.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, o presidente da Assembleia Legislativa do RS, Alexandre Postal, demais deputados estaduais e entidades do setor também marcaram presença . O encontro foi promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo (CAPC), em parceria com a presidência da Assembleia Legislativa.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Consumo é quase 20% do Brasil


Mato Grosso é o estado que mais consome fertilizantes no país. Nos primeiros sete meses deste ano, a região utilizou 2,821 mil toneladas do insumo agrícola. O volume, que é quase 3% superior em relação ao que foi registrado no mesmo período de 2011 (2,743 mil toneladas), representa 19,6% do consumo no país, de 14,338 mil toneladas. Os dados são da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

Só em julho o Estado consumiu 478,4 toneladas de fertilizantes. O resultado representa um aumento 5,5% frente ao volume em julho de 2011 quando 453,4 toneladas haviam sido consumidas. Segundo o setor da agropecuária no Estado, esses números demonstram a força da produção estadual para o cenário nacional.

O diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, explica que o consumo de fertilizantes está atrelado principalmente ao tamanho da área plantada no Estado, que tem crescido consideravelmente nos últimos anos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Frente a essa produção, existe também o aumento do consumo”, explica. O Estado que soma produção total de 38,08 milhões de toneladas, 23% acima do volume de 30,94 milhões toneladas da safra passada, responderá por 23,4% da safra brasileira, que, conforme a Conab, soma 162,59 milhões, cerca de 1% menor que a registrada em 2010/11.

De acordo com o gerente técnico da Associação dos Produtores de soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Luiz Nery Ribas, o Estado com a maior produção também consome a maior parte de insumos, porém o consumo é  associado à necessidade do uso de corretivos no solo, como o calcário agrícola. “Em Mato Grosso é necessária a correção do solo, e isso implica em maior consumo”, calcula.

BRASIL
A quantidade de fertilizantes que foi entregue aos agricultores em 2012 ainda segue acima do volume entregue no mesmo período do ano anterior, aliás, atingindo o volume recorde para o período de 14,339 toneladas.

Entretanto, a quantidade entregue no último mês, em julho (2,6 mil toneladas), foi inferior ao volume entregue no mesmo mês do ano anterior (2,7 mil t), com queda de 4,8%.  Mato Grosso continua na liderança do consumo, com as entregas atingindo 2,822 mil toneladas. São Paulo vem em segundo e atingiu 2,034 mil toneladas, vindo a seguir o Paraná com 1,893 mil toneladas e o Rio Grande do Sul com 1,489 mil toneladas.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Carne bovina com aditivos não irá para UE, garante Mapa

União Europeia solicitou explicações e Mapa vai apresentar protocolos até o final de agosto


Para garantir a exportação da carne bovina brasileira para o mercado europeu, o Ministério da Agricultura (Mapa) solicitou que o setor privado elabore processos que provem que não há risco de que a carne bovina que contenha aditivos de desempenho seja enviada para a União Europeia. “Embora a carne bovina com tais substâncias não seja destinada ao mercado europeu, queremos demostrar que a aplicação no mercado interno é segura e sem riscos à saúde”, informa Enio Marques, Secretário de Defesa Agropecuária do Mapa.

As indústrias farmacêuticas responsáveis pela fabricação e comercialização dos aditivos da classe dos beta-agonistas (cloridrato de zilpaterol e ractopamina) no Brasil deverão formular protocolos apontando os métodos de aplicação, uso e garantias no uso dos aditivos na bovinocultura.

O setor produtivo também está elaborando um sistema de segregação da produção, que demonstre que os animais destinados ao mercado europeu não tenham recebido doses do aditivo, conforme solicitação da DGSanco, enviada ao Mapa em 5 de julho. A legislação interna não permite a importação de animais e carne derivada de animais tratados com substâncias beta-agonistas.

De acordo com o Mapa, o sistema, de controle voluntário, deve ser instituído conforme a Lei nº 12.097, de 2009. O parágrafo primeiro do artigo 4 dispõe sobre o conceito e a aplicação da rastreabilidade na cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos, requerendo certificação da conformidade de terceira parte independente.

“Sabemos que somente as fazendas que constam da lista ERAS podem fornecer matéria prima para a produção de carne bovina destinada ao mercado europeu e que nestas fazendas não são admitidos animais que tenham sido terminados com beta agonistas, ainda assim queremos evitar qualquer mal entendido”, afirma.

Tanto o protocolo, que deve ser entregue pelas indústrias farmacêuticas, quanto o sistema de segregação elaborado por indústrias e produtores serão submetidos à apreciação da comissão europeia no final de agosto.

Marques lembra que a publicação da Instrução Normativa nº 55, em dezembro de 2011, que autorizou o uso de substâncias desprovidas de caráter hormonal, como beta-agonistas, em bovinos atendeu a uma demanda do setor produtivo. “Antes da decisão consultamos especialistas em toxicologia e farmacologia veterinárias, e estamos seguros sobre a ausência de riscos à saúde animal ou humana”, diz.

As substâncias beta-agonistas autorizadas têm indicação de uso para bovinos de corte em fase de terminação, em confinamento, para aumento da taxa de ganho de peso, melhoria no rendimento da carcaça e melhoria da eficiência alimentar.

Seu uso está aprovado em diversos países África do Sul (desde 1995), Canadá (desde 2009), Colômbia (desde 2008), Costa Rica (desde 2007), Coréia do Sul (desde 2010), Estados Unidos (desde 2006), Equador (desde 2006), Guatemala (desde 2004), Honduras (desde 2007), México (desde 2005) e Nicarágua (desde 2004).
 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sojicultor rejeita restrições do Ibama e setor vai ao governo

 
SÃO PAULO - Trocando em sacas, o produtor de soja Carlos Fávaro gasta duas unidades por hectare para se abastecer, a cada nova safra, de inseticidas não-seletivos, isto é, capazes de matar qualquer inseto que se mova em seus 600 hectares em Vera (MT). "Se não aplicar o inseticida, posso perder de dez a quinze sacas por hectare", justifica ele.

Indiferente às precauções rurais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) saiu em defesa das abelhas e publicou, na edição de 19 de julho do Diário Oficial da União, um comunicado que desautoriza, em caráter cautelar, a pulverização aérea dos agrotóxicos que contenham os ingredientes imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil.

"São inseticidas não-seletivos. Matam qualquer inseto", explica o especialista Cléber Gonçalves, do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Geralmente aplicados no final do ciclo da soja, entre dezembro e janeiro, estes defensivos agrícolas atacam principalmente as pragas sugadoras, como o percevejo.

A medida do Ibama contrariou tanto sojicultores, que dizem ser ineficiente detetizar a lavoura somente por vias térreas, quanto os fabricantes de agrotóxicos, que se reuniram com o órgão ambiental em Brasília, na semana passada, para analisar e discutir, tecnicamente, o caso.

"Parece que o Brasil insiste em se tornar ineficiente", diz Fávaro, que é o representante máximo da principal entidade de sojicultura do Mato Grosso, o maior estado produtor do grão. "Qual é a diferença, para as abelhas, se a pulverização está sendo feita por terra ou por ar?", questiona - posto que a ação do Ibama não restrinja a aplicação dos inseticidas por meio de tratores.

"Terei que fazer a pulverização tratorizada. Tudo bem. Mas e se chover e os veículos não derem conta?", acrescenta Fávaro.

Os quatro elementos restringidos pelo Ibama estão presentes em cerca de 30 marcas de agrotóxicos, segundo o representante. "Praticamente todas as moléculas utilizadas contra o percevejo estão banidas", ele afirma.

Indústria química

Em nota enviada ao DCI, na sexta-feira, a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), que reúne as grandes companhias do ramo agrotóxico, nota que "a medida [do Ibama] ainda pode sofrer alterações, que podem gerar inclusive a publicação de um novo edital. Qualquer julgamento emitido será absolutamente prematuro, sem base científica".

Até segunda ordem, o Ibama determina que até meados de novembro todos os fabricantes rotulem os produtos contendo imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil com a mensagem de proibição da pulverização aérea. Além disso, devem provar que a rotulagem foi feita.

O diretor-comercial no Brasil da fabricante multinacional Dow Agrosciences, que não tem patente de nenhuma das moléculas restritas, diz que o tema se tornou o centro das atenções no interior da Andef. "Está-se discutindo os impactos na agricultura e na indústria", conta.

Um executivo da Ihara, empresa também multinacional e sediada (no Brasil) em Sorocaba, pondera: "As abelhas são muito importantes. Mas não é momento de radicalismos. Há uma série de controvérsias. Estamos diante de um impasse".

"A pulverização aérea, se bem controlada, causa impacto menor, porque tem maior eficiência - utiliza-se o agrotóxico em menor escala. Se for usar trator, a eficiência é mais baixa, pois estamos falando de áreas de 120 mil hectares", analisa a fonte, referindo-se às lavouras de soja.

A Ihara também não trabalha com os inseticidas listados pelo Ibama, que considera: "a aplicação de produtos agrotóxicos por via aérea é a prática que pode produzir o cenário de maior deriva e consequentemente o de maior exposição para as populações de abelhas".

Reduto das abelhas

Na região do semiárido do Piauí, onde se concentra boa parte da produção de mel brasileira, os produtores ligados à Casa Apis, uma associação, devem manter um raio de distância de pelo menos três quilômetros de lavouras que utilizam agrotóxicos.

Pelo menos 90% da extração de mel local são orgânicos, mas a Casa Apis não quis comentar o tema.Bruno Cirillo