Previsão da Safras & Mercado é que Estado supere Goiás e aumente em 5% a produção no Centro-Oeste
E nem faz tanto tempo: o gerente de fazenda José Rocha lembra bem. Lá por 2008, 2009, a agricultura de precisão passava ao largo da propriedade.
– Antes fazia análise aí e jogava 2.500 kg de calcário, vamos supor – conta Rocha.
Há quatro anos, a propriedade adotou agricultura de precisão. Antes, produzia 50 sacas por hectare. Hoje, a situação é bem diferente. Em pouco tempo, na mesma área, se passou a produzir de oito a 10 sacas a mais por hectare.
– Nós estamos aumentando aí, a cada ano, dois três sacos por hectare. Ano a ano aí, resultado deste trabalho. Nós temos pontos de 400, 500 quilos e pontos de 200 quilos por hectare hoje. Então, diminuiu bastante a quantidade que nós jogávamos... Caiu para 360 quilos mais ou menos – explica.
O bom exemplo que conhecemos na fazenda onde trabalha José Rocha virou uma constatação em todo município de Campo Verde. Noventa por cento dos agricultores utilizam a tecnologia, que antes de mais nada estuda a variabilidade do solo, o que possibilita tomar medidas corretivas aplicando o produto de maneira precisa. No momento certo, e com a dosagem que as plantas mais necessitam.
– Por que implantar a agricultura de precisão? Em primeiro lugar, ela diminui os custos. Você vai estar colocando o produto correto no local correto. (...) Você não vai estar desperdiçando produto. E outro aspecto, num segundo momento, é o aumento da produtividade. Porque você preenche aquelas lacunas, aqueles espaços de baixa produtividade – explica o engenheiro agrônomo Rodrigo Stechow.
O investimento é mais alto e não basta apenas adotar a prática. O produtor deve estar bem orientado, como recomenda o supervisor regional Senar-MT Natalino Viana da Costa.
– Nós temos curso tecnológico no Senar para aplicação de agrotóxico, máquinas agrícolas, treinamento de capacitação para implementos agrícolas. E temos um curso específico na área de agricultura de precisão para máquinas embarcadas com tecnologia de precisão. Então, nós capacitamos as pessoas com conteúdos específicos para trabalhar com agricultura. Para que nós possamos levar para o produtor rural e para os trabalhadores o conhecimento, para que eles possam aplicar e desenvolver a tecnologia no campo. Porque, com certeza, isto vai resultar em melhores produtividades, e é isto que a gente espera para que a nossa produção aqui em Mato Grosso aumente cada vez mais.
E a produtividade, não por acaso, vem aumentando.
– Mato Grosso vai ser o Estado com maior produtividade na região Centro Oeste aqui no Brasil. Enquanto a região aumentou em três e pouco por cento a produtividade, Mato Grosso, segundo previsão da Safras, aumenta mais de 5% a produtividade média. (...) Claro que outros fatores têm que ser considerados como o clima, o solo. Mas a agricultura de precisão é um fator muito importante. Aumenta o rendimento médio numa mesma área. (...) o produtor consegue aumentar sua produção – comemora o analista da Safras & Mercado Filipe Dawson.
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