quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Arroba do boi gordo está valorizada há oito semanas em Mato Grosso

Exportação de carne bovina no terceiro trimestre foi a segunda maior em arrecadação na história do Estado, somando US$ 275,25 milhões


O último boletim do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado nesta semana, com análise referente ao período entre 14 a 18 de outubro, indica que o momento é de comemoração para os pecuaristas que possuem boiada terminada, gorda e pronta para entregar à indústria frigorífica do Estado.

Em termos nominais, a arroba do boi gordo em Mato Grosso não atingia preços tão elevados desde novembro de 2010. A terceira semana do mês foi a oitava semana de alta consecutiva. As cotações do mercado físico da arroba do boi gordo, à vista, estão entre R$ 95,00 e R$ 96,00, as maiores do ano.

De acordo com o Imea, a guinada nos preços iniciou após a estabilização de preços do mês de agosto, quando a arroba era cotada, em média, a R$ 88,00, ou seja, os preços atuais em Mato Grosso já registram 9% de alta. Neste período, a oferta não melhorou e a tendência é de que ainda ocorram mais variações positivas no preço pago ao bovinocultor.

O instituto ressalta que a oferta de gado confinado está mais restrita este ano e que as recentes chuvas que ocorreram no Estado são um indício de melhora das condições de pastagens, porém, ainda é cedo para a boiada engordar somente a pasto.

>> Acesse o boletim completo e confira os gráficos do levantamento

O mercado do boi gordo, no entanto, não se resume a quem vende a boiada, e a situação para o comprador não é favorável. A tendência no curto prazo é de que as cotações continuem elevadas, pressionando ainda mais as margens das indústrias frigoríficas. Considerando o custo de aquisição da matéria-prima e os principais cortes com osso no atacado (traseiro, dianteiro e ponta de agulha), no final da balança da indústria frigorífica, o resultado do equivalente físico é 6,2% menor que o custo de R$ 95,84 a arroba pago ao bovinocultor de corte. Segundo a análise, a indústria também elevou seus preços de venda.

Exportação alta no trimestre

Os dados mensais de exportação de carne bovina divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelaram que o terceiro trimestre de 2013 foi o segundo melhor em arrecadação da história de Mato Grosso. No período, o valor exportado somou US$ 275,25 milhões, US$ 10 milhões a menos que o recorde histórico do quarto trimestre de 2012.

Na comparação com o trimestre anterior, o aumento foi de 19,5%, e com relação ao mesmo trimestre do ano passado, o aumento foi de 18%. O dólar valorizado, principalmente em setembro, ajudou as exportações, tornando a carne mais barata para quem compra, aumentando o volume embarcado e a arrecadação. No acumulado anual de arrecadação com as vendas de carne bovina, o Estado já embolsou US$ 730,26 milhões.

Mercado de reposição

O levantamento de preços do Imea constatou que o preço do boi magro se mantém em patamares mais elevados quando comparado aos preços registrados em 2012. Em outubro, o animal foi avaliado em R$ 1.190,00 por cabeça, obtendo valorização de 12,9% quando comparado a outubro de 2012, quando as cotações eram de R$ 1.053,96/cabeça. Desde janeiro de 2012, foram acumulados 8,04% de alta no preço do boi magro.

Relação de troca

Sendo um dos vilões das intenções de confinamento neste ano, o farelo de soja, após novas altas, mantém a relação de troca com a arroba do boi gordo elevada, mesmo com o novo cenário do mercado do boi. Na comparação da média de setembro com outubro o farelo obteve elevação de 1,4%, com preços variando de R$ 1.091,18/tonelada para R$ 1.106,44/tonelada.

Sendo assim, mesmo com o avanço de 4,7% na arroba do boi gordo, o poder de compra se manteve em um dos piores níveis do ano. A relação de troca atual é de 11,61 arrobas para se comprar uma tonelada de farelo de soja, em abril, ou seja, na safra, eram necessárias 7,73 arrobas, a melhor situação do ano e uma das poucas vezes este ano que o bovinocultor de corte precisou de menos arrobas que a média histórica (8,99 @/tonelada).

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